Veja 10 erros bastante comuns que podem custar milhares de reais a investidores e consumidores
Deixar o dinheiro na caderneta de poupança (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de fevereiro de 2012 às 06h36.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h26.
1. Deixar o dinheiro na caderneta de poupançazoom_out_map
1/10(Getty Images)
A caderneta de poupança é a única aplicação financeira de milhões de brasileiros. Seu ponto forte é a simplicidade. A poupança rende 6,17% ao ano mais TR, é isenta de Imposto de Renda e outros tributos e também não tem a rentabilidade reduzida por uma taxa de administração. O grande problema da caderneta é o baixo retorno pago ao investidor. No ano passado, o ganho real (juros menos inflação) da poupança foi quase igual a zero. Em anos de inflação elevada, a caderneta chega até mesmo a ter rentabilidade real negativa. Em um momento de juros baixos como atual, é difícil ganhar de lavada da poupança. Mas existem ao menos quatro investimentos de baixo risco que batem a caderneta com alguma tranquilidade: fundos DI com baixas taxas de administração, CDB principalmente de bancos médios, Tesouro Direto as LCI (clique aqui e veja mais detalhes). Para quem tem 100.000 reais para aplicar no longo prazo, a troca da poupança por outro investimento mais rentável pode significar um ganho de centenas de milhares de reais. A caderneta, na verdade, só deveria ser usada para o depósito daqueles recursos que funcionam como uma reserva de emergência para o investidor e podem ter de ser usados no curto prazo.
2. Investir na bolsa o dinheiro que será usado no curto prazozoom_out_map
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No mercado financeiro, há um velho ditado que diz que na bolsa pode ser investido o dinheiro do uísque, mas não o do leitinho das crianças. Essa é uma forma irônica – mas precisa – de ressaltar a natureza de longo prazo dos investimentos em bolsa. Ninguém, nem mesmo Warren Buffett, sabe se a bolsa vai subir ou cair nas próximas semanas ou meses. O que as estatísticas realmente mostram é que, ao menos em países desenvolvidos, no longo prazo a bolsa sempre acaba apresentando uma rentabilidade superior à da renda fixa. Quem investe em ações apenas o dinheiro não será usado em breve, portanto, muito provavelmente terá algumas oportunidades de aproveitar bons momentos do mercado para vender os papéis embolsando um belo lucro (clique aqui e veja quem nunca deve investir na bolsa). Do contrário, sempre haverá a ameaça de ter de realizar prejuízo.
A socialite Val Marchiori não serve de exemplo para ninguém, mas pode ilustrar bem o que pode acontecer quando um relacionamento dá errado. A loira de “Mulheres Ricas” tem trocado insultos com o pai de seus filhos gêmeos, Evaldo Ulinski. O que antes eram juras de amor eterno hoje se transformou em constrangimento para ambos, com a exposição midiática da luta da socialite para manter a pensão de 200.000 reais mensais. É lógico que quem sobe o altar acredita que o casamento será uma fonte de felicidade sem fim. Mas é sempre bom estar preparado para o pior. No caso de um casamento em que um dos cônjuges possui um patrimônio que chama a atenção, nada mais prudente do que ele ou ela protegê-lo com um acordo pré-nupcial. Esse tipo de acordo simplesmente estabelece o regime de partilha dos bens em caso de divórcio ou também pode incluir as regras detalhadas do que ficaria com quem no momento da separação. Quando a vontade do casal é documentada, a chance de ocorrer uma desgastante disputa pela partilha dos bens diminui consideravelmente. O acordo pré-nupcial, é importante lembrar, é oneroso para o casal, já que o contrato será elaborado por advogados, com uma escritura registrada em cartório. Mesmo os honorários advocatícios, no entanto, serão bem menores do que em caso de um posterior divórcio litigioso (clique aqui e entenda os regimes de partilha de bens do casal que se separa)
4. Elevar a franquia de um seguro para pagar menoszoom_out_map
4/10(Yomiuri Shimbun/AFP)
Esse é um erro muito comum das pessoas que vão contratar um seguro de carro, por exemplo. Assustadas com o valor que terá de ser desembolsado para contratar a cobertura, muita gente acaba aumentando a franquia do seguro ou reduzindo o valor da cobertura de prejuízos de terceiros. O resultado é que um seguro que custaria 5.000 reais pode realmente sair por 2.500 por reais. Em caso de sinistro, no entanto, o barato pode sair caro. Um limite de 30.000 reais para prejuízos de terceiros pode ser muito baixo em caso de acidentes que envolvam um carro importado, por exemplo. Já uma franquia de 5.000 reais pode deixá-lo sem cobertura em caso de acidentes de gravidade média. Mais inteligente do que isso é fazer uma busca aprofundada entre as seguradoras para encontrar a apólice mais barata. No Brasil, já existem sites que, com o preenchimento de apenas um formulário pela internet, farão pesquisas no banco de dados de até 14 diferentes seguradoras e apresentarão em menos de uma hora as opções mais baratas para os clientes. Realizar uma ampla pesquisa no caso de seguros é particularmente importante porque, quando uma empresa do setor considera seu perfil arriscado, joga o preço da apólice lá para cima ao invés de recusar a cobertura.
5. Endividar-se demais para comprar uma casazoom_out_map
5/10(Divulgação)
Um imóvel é o bem mais caro que muitos brasileiros vão comprar durante a vida. Os preços subiram muito com o boom imobiliário dos últimos anos e reforçaram a necessidade de cautela redobrada por parte dos compradores. Antes de assinar qualquer contrato, vale a pena pesquisar tanto as melhores oportunidades de compra quanto os juros mais baixos do mercado para financiamentos imobiliários. Apenas visitar o estande de algum lançamento ou algum feirão de imóveis e já voltar para casa com um contrato debaixo do braço é o caminho mais rápido para que a aparente realização de um sonho se transforme em um pesadelo. Caso seja necessário tomar um empréstimo para pagar uma parcela do imóvel, pode ser interessante consultar os sites que permitem simular financiamentos e encontrar as menores taxas de juros do mercado brasileiro. Outra dica interessante é, antes de assinar o contrato, verificar se a poupança necessária para arcar com as prestações mensais do financiamento não é alta demais para sua família. Faça a simulação de um empréstimo, verifique o montante que será necessário desembolsar como prestação mensal e tente guardar 150% desse valor durante seis meses. Se o negócio ainda parecer viável, é sinal de que você tem boas chances de financiar sua casa sem se arrepender. Do contrário, pode ser prudente esperar mais. Lembre-se que com apenas três meses seguidos de atraso nos pagamentos das parcelas, o banco já poderá entrar com uma ação de despejo contra sua família. Nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 4 milhões de residências foram retomadas pelos bancos desde o início da crise das hipotecas, em 2008.
6. Entrar no crédito rotativo do cartãozoom_out_map
6/10(Divulgação)
Tomar dinheiro emprestado no Brasil é quase proibitivo, já que o país tem uma das maiores taxas de juros para pessoas físicas do mundo. Endividar-se no cartão de crédito, então, é praticamente uma insanidade. Considerando que os cartões cobram juros médios de 10% ao mês, alguém que deixa de pagar uma dívida de 1.000 reais hoje levará pouco mais de seis anos para dever ao banco nada menos do que 1 milhão de reais, segundo cálculos do professor Anísio Castelo Branco, professor da PUC-SP e presidente do Ibrafin. A modalidade de cartões de crédito de loja é ainda mais perigosa. Alguns plásticos oferecidos por grandes varejistas embutem juros efetivos de mais de 1.000% ao ano. Quem não quer ver sua dívida crescer como uma bola de neve deve pagar a fatura do cartão de crédito integralmente na data do vencimento – opção que não inclui juros. A pessoa que pagar somente uma parte da fatura e rolar o resto da dívida por alguns meses corre o sério risco de não conseguir retomar o controle da situação. Quem passa por uma emergência financeira e não tem como arcar com todos os compromissos pode buscar uma solução no próprio banco onde possui conta. Outras modalidades de crédito voltadas para pessoa física – como o crédito pessoal, o crédito consignado, a antecipação da restituição do Imposto de Renda e o refinanciamento imobiliário – possuem taxas de juros bem mais atrativas que o cartão.
7. Não usar as brechas da lei para pagar menos impostoszoom_out_map
7/10(John Moore/Getty Images)
Os impostos cobrados das pessoas físicas no Brasil são altíssimos. Desconsiderar qualquer oportunidade de reduzir a mordida do Leão com as brechas previstas em lei, portanto, costuma ser uma grande estupidez. A legislação prevê diversas maneiras de pagar menos impostos ao vender imóveis, investir dinheiro em aplicações financeiras, poupar para a aposentadoria, deixar a herança para os filhos ou restituir os gastos com saúde (veja 8 formas de driblar os impostos). O único problema é que o contribuinte precisa conhecer a lei e se antecipar aos fatos que gerarão a obrigação tributária, usando as brechas da legislação para escapar da mordida. O caso das heranças pode ser considerado emblemático. Se um ente falecido deixar 1 milhão de reais para os filhos, eles podem perder mais de 200.000 reais entre impostos, inventário e honorários advocatícios. Já quem transmite a herança ainda em vida tem a chance de eliminar esse gasto por completo.
8. Não domar os próprios nervos na bolsazoom_out_map
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O erro mais comum de qualquer pessoa física que resolve investir em bolsa é não controlar os nervos e vender a carteira de ações num momento de queda livre dos papéis para evitar uma dilapidação ainda maior do patrimônio. O que esses investidores parecem não saber é que, ao vender o portfólio na bacia das almas, eles estão dando um grande passo rumo à ruína financeira. O interessante é que até os investidores mais amadores sabem que ganha dinheiro na bolsa quem compra ações na baixa e vende na alta. Momentos de pessimismo generalizado, portanto, são excelentes oportunidades para comprar ações, e não o contrário. O que explica o movimento inverso das pessoas físicas em todas as crises recentes é a falta de controle sobre os próprios nervos. Chamuscados por perdas iniciais, os investidores fogem antes que as coisas piorem. Aqueles que ficam na bolsa, entretanto, costumam recuperar o dinheiro perdido meses depois. Segundo um estudo de Flavio Sznajder, sócio da gestora de recursos Bogari Capital, quem investiu na bolsa após as fortes quedas dos últimos anos teve ganhos extraordinários. Um dado interessante do estudo é que quem comprou na baixa sempre ganhou. Investir em ações quando todo mundo só vê riscos pode ser menos arriscado do que parece, portanto.
9. Não prestar atenção aos custos de cada investimentozoom_out_map
9/10(Creative Commons)
Também nos investimentos, o diabo mora nos detalhes. Na hora de escolher uma aplicação financeira, é muito importante ficar atento às taxas e custos tributários envolvidos na transação. À primeira vista, um fundo DI que neste ano vai ter um rendimento bruto de cerca de 10% é bem mais interessante do que a caderneta de poupança, que paga 6,17% mais TR. Mas considerando que sobre o lucro dos fundos é necessário pagar entre 22,5% e 15% de Imposto de Renda, que há incidência de IOF para investimentos de até 29 dias e que muitos bancos cobram taxas de administração de 2% ou mais ou ano nesse tipo de aplicação, a poupança acaba sendo mais simples e vantajosa. E não é só na renda fixa que é importante ficar atento às taxas. Sobre transações imobiliárias, há cobrança de Imposto de Renda e comissões do corretor na venda e ITBI e despesas com registro na compra. Os custos são tão elevados que podem acabar com o lucro de uma excelente transação. O mesmo vale para a bolsa. Existem gestores de fundos de ações que possuem um excelente histórico de desempenho. Quando considerada uma taxa de administração de 4% ao ano mais uma taxa de performance sobre o que exceder o Ibovespa, pode ser mais vantajoso para o investidor simplesmente comprar um ETF (fundo de ações negociado em bolsa) com uma taxa inferior a 1% ao ano.
10. Achar que a rentabilidade passada vai se repetir no futurozoom_out_map
10/10(VEJA SÃO PAULO)
A pergunta errada que quase todo mundo faz para o gerente do banco na hora de escolher uma aplicação é quanto cada fundo “está pagando”. O gerúndio dessa frase não é apenas um erro apenas gramatical. Em finanças, não há garantia de que a rentabilidade passada vai se repetir no futuro. O cliente do banco pode perguntar quanto rendeu cada fundo no último ano ou mês. Já transportar essa rentabilidade para os meses seguintes é um equívoco banal – mas, ainda assim, bem recorrente. Um investidor que compra um imóvel em São Paulo ou no Rio de Janeiro não pode esperar que os preços subam na mesma velocidade dos últimos anos simplesmente porque os atuais valores já beiram a irracionalidade em muitos casos. Da mesma forma, os investidores que perceberam que a bolsa não poderia cair para sempre e compraram ações na segunda metade do ano passado hoje estão com um sorriso de orelha a orelha. Para ganhar muito dinheiro, algumas vezes será necessário comprar o que hoje ninguém quer.
Bancos participantes oferecem parcelamento, descontos no valor da dívida ou ainda taxas de juros reduzidas para refinanciamento, conforme sua política de crédito