As 7 cidades brasileiras mais caras
Levantamento da Mercer mostra onde comer, morar, consumir e ir à escola pesa mais no bolso do morador
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2010 às 07h31.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 16h38.
São Paulo - Com o intuito de comparar o custo de vida nas 15 cidades brasileiras mais representativas, a consultoria Mercer analisou o quanto o morador de cada uma delas desembolsa para viver. Foram observadas dez categorias: alimentação, bebidas e tabacos, cuidados pessoais, educação, eletrodomésticos, lazer, moradia, serviços, transporte e vestuário. O levantamento replica a metodologia utilizada pela empresa na elaboração da Pesquisa Custo de Vida Internacional, que elege todos os anos as cidades mais caras do mundo. Conheça, a seguir, quais são elas no país.
Ser a cidade mais rica do Brasil é apenas um dos vários títulos que São Paulo reúne na sua cesta de superlativos. Com mais de 11 milhões de habitantes, o município é também o mais populoso e o mais caro do país. São Paulo apresenta o maior custo em oito das dez categorias analisadas pela Mercer, entre elas moradia, transporte, lazer e educação. Para se ter uma ideia, quem estuda na cidade gasta 35% mais que em Recife, cidade mais barata no quesito educacional. Na verdade, o preço de morar na metrópole transcende as fronteiras nacionais: no ranking mundial divulgado pela Mercer em 2010, a cidade é a mais cara das Américas. Com a valorização do real ante o dólar, esta é a primeira vez que São Paulo fica à frente de Nova York.
Na capital do Amazonas, o salário médio do trabalhador é de 1.658 reais. Se a remuneração não chega a impressionar, os preços dos alimentos abocanham boa parte deste dinheiro, dando a Manaus a segunda posição na lista das cidades brasileiras com maior custo de vida. Quando o assunto é comida, o desembolso é 5% maior do que em São Paulo. Em parte, isso se deve à diferença de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que costuma ser mais alto no estado. Outra explicação é a dificuldade logística. Distante de grandes centros urbanos, Manaus paga um frete alto para receber produtos que não são fabricados na região. Segundo último levantamento do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos), o consumidor gasta em média 3,57 reais pelo quilo do tomate. Em Aracaju, no Sergipe, esse valor é de apenas 1,20 real.
Com um mercado imobiliário em franca ascensão, o Rio de Janeiro é a terceira cidade com maior custo de vida no país. Nas categorias de lazer, serviços e moradia, o Rio fica em segundo lugar, logo atrás de São Paulo. E quem está atrás de uma casa nova sabe bem o porquê. A demanda é grande, mas a oferta, não. Recortados por morros e no limite da sua expansão, os valorizados bairros cariocas simplesmente não têm para onde crescer. O resultado? Em regiões nobres como Ipanema, o metro quadrado de um apartamento pode chegar a 16.800 reais.
Em Porto Alegre, o preço da cesta básica é o segundo mais caro do Brasil: 247,21 reais. Além de integrar a lista dos municípios com transporte mais salgado, a capital do Rio Grande do Sul apresenta custos de moradia que também não ficam muito atrás de outras capitais. No bairro de Bela Vista, por exemplo, o preço médio do metro quadrado de imóveis novos é de 4.658 reais. O valor mais alto nessa mesma região já bate em 8.081 reais. Situação semelhante é observada no bairro Moinhos de Vento, onde a média do metro quadrado fica em 5.256 reais, conforme aponta o Ibope Inteligência em pesquisa encomendada pela revista EXAME.
Com pouco mais de 320.000 habitantes e renda média de 2.197 reais, a capital do Espírito Santo marca presença na lista das cidades com maior custo de vida no país. No quesito moradia, Vitória é apenas 7% mais barata que São Paulo. Procurados por profissionais que se mudam para a capital capixaba, os bairros Praia do Canto, Barro Vermelho e Mata da Praia registram preços acima da média. A boa notícia para os vitorienses é que para comprar eletrodomésticos e eletrônicos, a cidade se junta a Fortaleza na oferta dos melhores preços. Em relação ao transporte, outro ponto para os moradores: o município é o campeão em economia entre os pesquisados pela Mercer.
Meca dos funcionários públicos, Brasília ostenta a maior remuneração média do Brasil: 3.445 reais. Quem mora na capital federal, no entanto, não vê o dinheiro sobrar como gostaria. Na cidade desenhada por Lucio Costa, se instalar no Plano Piloto custa caro. Ao contrário do que acontece no Rio, o problema aqui não é falta de espaço para crescer, como provam as imensas áreas verdes da cidade. O grande entrave para a multiplicação imobiliária é o tombamento de Brasília pela Unesco. Além dos preços salgados para comprar um imóvel novo orbitarem na faixa de 8.000 reais por metro quadrado, os brasilienses também gastam muito com alimentação, cuidados pessoais e eletrodomésticos. Nas três categorias, a cidade aparece entre as quatro mais caras do país.
A sexta maior cidade do país é a sétima em custo de vida. Apesar de não ocupar as primeiras colocações em nenhuma das categorias analisadas pela Mercer, Belo Horizonte apresenta custos médios que a aproximam das grandes metrópoles brasileiras em termos de aluguel e transporte. Para a categoria de cuidados pessoais, no entanto, a capital mineira vai na contramão e integra o time das cidades mais baratas do país para a compra de medicamentos, produtos de higiene e artigos de perfumaria.