Mais dinheiro no bolso: pagar dívidas atrasadas deve ser prioridade para o 13º salário (Dreamstime.com)
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2014 às 08h00.
São Paulo – Esta sexta é o último dia de prazo para quem trabalha com carteira assinada receber a primeira parcela do 13º salário. Também chamada de adiantamento, essa parte do benefício de Natal pode ser antecipada nas férias ou recebida em boa hora, no fim do ano, época de grandes despesas e de planejamento financeiro. A primeira parcela corresponde à metade do salário bruto do mês anterior, sem qualquer desconto de IR ou INSS (veja como calcular as parcelas do seu 13º salário).
Mas antes que você saia gastando o seu benefício na Black Friday, vale a pena prestar atenção nas dicas dos especialistas sobre destinos melhores para esse dinheiro. Melhores porque eles podem salvar você de uma dívida que vai dar dor de cabeça, ou ser a aposta certa para o seu futuro. Veja três maneiras inteligentes de empregar seu 13º, em ordem de prioridades:
1 Quite ou reduza suas dívidas em atraso
O fim do ano é uma boa época para pôr as finanças em ordem e começar o ano seguinte no azul, podendo de fato fazer um plano de poupança. Se você está inadimplente, aproveite o 13º para quitar ou pelo menos reduzir boa parte da dívida. Ainda que o dinheiro não seja suficiente para pagar totalmente seus débitos, você pode usá-lo para barganhar descontos e juros menores em uma renegociação com o seu credor, por exemplo.
Segundo especialistas ouvidos por EXAME.com, devem ser priorizadas as dívidas mais caras, como o rotativo e o financiamento do cartão de crédito e o cheque especial. Com exceção das dívidas de longo prazo, como financiamento de carro e de imóvel, as dívidas de prazos mais curtos devem ser quitadas o quanto antes, principalmente se o pagamento estiver atrasado. Outros atrasos que devem ser resolvidos logo são aqueles relativos a contas de consumo, com luz, água e gás, uma vez que o serviço pode ser cortado.
Quem está inadimplente deve resistir a consumir mais e nem deve pensar em investir o dinheiro que entrar. “Dificilmente o investidor vai conseguir uma aplicação financeira cuja remuneração supere os juros das dívidas”, diz Arnaldo Curvello, diretor de gestão de recursos da Ativa Corretora.
2 Faça uma reserva para as despesas de início de ano
O início de ano vem marcado por despesas nada desprezíveis, como IPTU, IPVA, material escolar, matrícula da escola dos filhos e imposto de renda. Se você tem carro, filhos ou ainda tem IR a pagar após a declaração, considere reservar parte ou a totalidade do seu 13º para esses gastos, para não acabar tendo que se endividar quando eles chegarem.
3 Invista
Se você não estiver no aperto com dívidas ou despesas, aproveite o 13º para investir para seus objetivos de curto, médio ou longo prazo – como a aposentadoria, por exemplo. Se você encontrar um plano de previdência do tipo Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) com taxas em conta (sem taxa de carregamento, por exemplo), você pode destinar até 12% da sua renda bruta a ele, adiando o pagamento de imposto de renda sobre essa parcela apenas para a época do resgate do plano, na aposentadoria. Mas isso só vale para quem usa a declaração completa do IR.
Rodrigo Vasquez, CFP, planejador financeiro certificado pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF), recomenda o Tesouro Direto, que oferece “remuneração interessante e boa liquidez”, ou até mesmo a caderneta de poupança, simplesmente para não sair gastando.
Arnaldo Curvello, da Ativa, lembra que o Tesouro Direto está bastante atrativo para quem vai aplicar agora, em função do recente ciclo de alta da taxa básica de juros (Selic) e das perspectivas de novas elevações da Selic. O especialista destaca as Notas do Tesouro Nacional-série B (NTN-B), títulos que pagam uma taxa de juros pré-fixada (acordada no ato da compra do título), mais a inflação do período pelo IPCA. Ou seja, o investimento oferece uma remuneração acima da inflação para quem esperar até seu vencimento, protegendo o poder de compra do investidor.
“Hoje você consegue obter mais ou menos 5,5% ou 6,0% ao ano de juro real [juro acima da inflação], o que é muita coisa, principalmente se considerarmos um cenário em que a inflação não deve ser muito baixa”, diz Curvello.