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Alta dos juros faz Tesouro Direto suspender venda de títulos

Alta das taxas indica que o mercado acredita em piora das condições de controle da inflação e dos juros no longo prazo

Notas de reais: taxas prefixadas estavam no maior nível desde 9 de maio deste ano (Marcos Santos/usp imagens)
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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 17h50.

São Paulo - A forte alta dos juros no mercado de títulos públicos fez o Tesouro Direto, sistema de negociação via internet do governo federal para pessoas físicas, suspender os negócios nesta tarde.

Papéis como as Notas do Tesouro Nacional sério B (NTN-B corrigidas pela inflação do IPCA) pagavam juros de 6,14% ao ano no vencimento 2050, para 5,91% de sexta-feira, enquanto os prefixados (Letras do Tesouro Nacional, LTN) para 2017 pagavam 12,27%, ante 12,05% na sexta-feira.

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As taxas prefixadas estavam no maior nível desde 9 de maio deste ano. Já os juros reais das NTN-B eram os maiores desde 14 de agosto.

A alta das taxas indica que o mercado acredita em piora das condições de controle da inflação e dos juros no longo prazo, exigindo prêmios mais altos.

A suspensão ocorreu às 15h44 por conta da volatilidade do mercado e a normalização está prevista para ocorrer às 18 horas, conforme comunicado do Tesouro Direto no site.

O motivo é a forte volatilidade das taxas no mercado, que pode provocar um descolamento entre os juros no sistema e os dos grandes negócios.

As suspensões já ocorreram em outras oportunidades em que o mercado ficou instável, como nos dias 26, 23 e 22 da semana passada.

Os papéis do Tesouro Direto acompanham a forte alta das taxas nos mercados futuros da BM&FBovespa.

Os contratos de DI para janeiro de 2021 subiram de 11,78% na sexta-feira para 12,35%, 0,57 ponto percentual de alta, um ajuste significativo para esse tipo de mercado. Para 2017, a taxa subiu de 11,89% para 12,34%.

A puxada dos juros acompanha a piora das expectativas do mercado em geral após a pesquisa Datafolha indicar maiores chances de vitória da presidente Dilma Rousseff, do PT, na eleição presidencial.

A expectativa de continuidade da atual política econômica, que desagrada muitos investidores, provocou forte queda nos preços das ações e alta do dólar e dos juros.

O dólar sobe 1,49%, para R$ 2,45, enquanto o dólar turismo, das viagens e cartões de crédito, sobe 4,72%, para R$ 2,66.

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