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Alan Greenspan admite que errou ao confiar nos bancos

Para o ex-presidente do Fed, euforia dos últimos 20 anos levou instituições a ignorar a segurança das operações

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h34.

Em depoimento ao Congresso americano, o ex-presidente do banco central dos Estados Unidos, o mitológico Alan Greenspan, admitiu que errou ao confiar na capacidade do sistema financeiro de se auto-regular. ""Eu errei ao presumir que o interesse próprio das organizações, especialmente dos bancos, era tal que eles eram os mais indicados para proteger seus acionistas", afirmou nesta quinta-feira (23/10).

No segundo de dois dias de tensas audiências no Congresso, Greenspan foi acusado por parte dos parlamentares de ser um dos responsáveis pela atual crise financeira - cuja gravidade é comparada à crise de 1929, quando a bolsa de Nova York quebrou e criou as condições para mergulhar os Estados Unidos em uma profunda recessão nos anos seguintes. O presidente da Câmara, Henry Waxman, afirmou que a gestão de Greenspan propagou "a atitude que prevalece em Washington... a de que o mercado sempre sabe o que é melhor".

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De acordo com o jornal britânico Financial Times, o ex-presidente do Federal Reserve admitiu que a crise representa "uma falha" em seu pensamento, mas afirmou que uma regulamentação mais pesada - algo que, segundo alguns críticos, poderia ter evitado os atuais problemas - comprometeria o crescimento da economia americana. Greenspan descreveu os últimos 20 anos como "um período de euforia" que encorajou os participantes do sistema financeiro a menosprezar os critérios de segurança.

Greenspan também admitiu que errou ao pensar que as instituições poderiam supervisionar adequadamente o risco de suas contrapartes, como os tomadores de empréstimo. "Por 40 anos, tive considerável evidência de que isso funcionava bem", afirmou.

Às vésperas da eleição presidencial americana, republicanos e democratas também trocaram acusações durante a audiência. Os republicanos refutaram críticas do partido rival, e afirmaram que a estatização das companhias hipotecáricas Freddie Mac e Fannie Mae também deveria ser apontada como uma das causas da crise. "Não foi a falta de regulamentação que levou à crise. Foi o desencontro de leis e reguladores", afirmou o republicano Tom Davis.

Ao se pronunciar sobre a necessidade de maior supervisão do sistema, Greenspan afirmou que, enquanto esteve à frente do Fed, seguiu o desejo do Congresso, ao não apoiar a regulamentação dos derivativos conhecidos como credit default swaps (CDS, culpados pela deterioração da crise).

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