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4 passos para escolher o seu plano de previdência privada

Com as dicas dos consultores financeiros a seguir, você não precisa roer as unhas para escolher entre PGBL ou VGBL e tabela regressiva ou progressiva

Aposentadoria: Previdência privada não é "tudo a mesma coisa" (Thinkstock/FlairImages)

Júlia Lewgoy

Publicado em 7 de setembro de 2016 às 05h00.

Última atualização em 31 de outubro de 2016 às 12h11.

São Paulo - Os bancos vendem planos de previdência privada até no caixa, como se fossem um pote de margarina no mercado. Mas escolher entre PGBL ou VGBL e tabela progressiva ou regressiva pode ser bem mais complexo do que optar pela margarina com ou sem sal.

Com as dicas dos consultores financeiros a seguir, você não precisa roer as unhas para escolher o seu plano. É bom lembrar que previdência privada não é “tudo a mesma coisa” e o valor final após anos ou décadas de contribuição pode ser maior ou menor, conforme as decisões que você tomar ao contratar o plano.

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Em fundos de previdência, você pode perder rentabilidade ao pagar altas taxas de administração e de carregamento, ou ao escolher o modelo de tributação errado, por exemplo.

O Tesouro IPCA também é uma alternativa para juntar dinheiro para a aposentadoria ( leia mais ). No entanto, a previdência tem duas principais vantagens: há cobrança de Imposto de Renda (IR) apenas ao resgatar o dinheiro, não durante as aplicações, e você consegue transformá-la em renda mensal, em vez de só resgatar o valor total de uma vez.

Confira abaixo um passo a passo para escolher o seu plano:

1. Banco X seguradora

Como em qualquer outro fundo de investimento, a rentabilidade de um plano de previdência depende de onde o seu gestor vai investir o seu dinheiro. Ou seja, você precisa confiar na trajetória da instituição.

Para administrar os recursos da sua aposentadoria, bancos e seguradoras cobram uma taxa de administração mensal e, alguns, também cobram uma taxa de carregamento, uma espécie de tíquete de entrada a cada vez que você fizer um aporte. É essencial comparar essas taxas, pois elas interferem na rentabilidade do plano.

2. PGBL X VGBL

A escolha do tipo de plano, PGBL ou VGBL, é a mais importante, pois você não pode mudá-la depois que começar a investir. “Escolher o produto errado é rasgar dinheiro”, diz a planejadora financeira Marcia Dessen, diretora do Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros (IBCPF) e autora do livro Finanças pessoais: O que fazer com meu dinheiro.

Para escolher se o seu plano será do tipo PGBL ou VGBL, olhe para o modelo da sua declaração de IR.

Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL)

É indicado para quem utiliza o modelo completo de declaração do IR. Ele permite diminuir até 12% da renda bruta tributável na declaração de IR anual, ou seja, do salário fixo. “Esse não é um produto para profissionais autônomos ou empreendedores”, explica Marcia, do IBCPF.

Em contrapartida a esse benefício, o imposto incide sobre o valor total no momento do resgate único ou do recebimento da renda, incluindo as contribuições realizadas e os rendimentos.

Vida Gerador de Benefícios Livres (VGBL)

É ideal para quem é isento do IR ou declara pelo modelo simplificado. Não oferece o benefício de diminuir até 12% da base de cálculo do IR. Em compensação, na hora do resgate ou do recebimento da renda, o imposto incide apenas sobre os rendimentos, e as contribuições realizadas não são tributadas. “Na dúvida, vai de VGBL”, orienta Marcia.

3. Tributação regressiva X progressiva

Em planos de previdência, o IR incide apenas no momento do resgate único ou do recebimento da renda. Diferente de outros investimentos, como a poupança ou os títulos públicos, os fundos de previdência permitem que o investidor escolha como quer pagar IR.

Para escolher entre a tributação regressiva ou progressiva, defina quando você pretende utilizar esse dinheiro.

Tributação regressiva

É indicada para quem acumula recursos durante um longo período, por dez anos ou mais. Quanto mais tempo você permanecer no plano, menor será a alíquota do IR na hora do resgate único ou do recebimento da renda.

A alíquota inicial é de 35%, para quem acumula por até dois anos, e pode chegar a até 10%, depois de dez anos de permanência no plano.

Tributação progressiva

Só é vantajosa para quem tem intenção de utilizar os recursos logo ou não tem certeza sobre seu planejamento. A tributação acontece em duas etapas. Na primeira, uma alíquota de 15% é cobrada na fonte do IR, independentemente do valor.

Na segunda, a diferença entre o valor pago de imposto e o valor devido pode ser ajustada na declaração anual. Nessa etapa, a regra é a mesma da Receita Federal sobre o salário: a alíquota pode variar entre 0% e 27,5%. “A pegadinha da progressiva é achar que você paga só os 15% na fonte”, alerta Marcia.

4. Fundo conservador X agressivo

Existem planos de previdência privada para diferentes perfis de investidores, atrelados a fundos mais ou menos arriscados, com maior ou menor variação de rentabilidade .

É possível mudar o seu fundo ao longo da vida ou escolher fundos conhecidos como “ciclo de vida”, que são mais agressivos no início e se tornam mais conservadores com o tempo.

Fundo conservador

O gestor desse fundo investe o seu dinheiro em títulos públicos ou privados de renda fixa , ou seja, que permitem ao investidor saber as condições de remuneração no momento da aplicação. Sua rentabilidade pode ser menor, mas ele é menos arriscado.

Esse perfil de fundo é mais indicado para investidores mais velhos, pois há menos tempo para enfrentar possíveis perdas, como explica o consultor financeiro Jurandir Macedo, professor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e consultor do Itaú Unibanco.

Fundo agressivo

O gestor desse fundo investe o seu dinheiro em renda fixa e renda variável , ou seja, em ações , por exemplo. Ele é indicado para investidores mais jovens, que ainda têm tempo de recuperar os ganhos se a rentabilidade do fundo for baixa por flutuações do mercado.

“Se o gestor comprar e vender ações lentamente, no longo prazo, não vai ter retorno negativo. Se você for jovem, vale a pena entrar nos planos agressivos”, recomenda Macedo.

Em fundos de previdência agressivos, até 49% do seu dinheiro pode ser aplicado em ações. O ideal é que o restante seja investido em títulos públicos ou privados cujo rendimento acompanhe a flutuação da inflação oficial, medida pelo IPCA , e não somente a taxa básica de juros , a Selic .

Assim, é certo que seu dinheiro ganhará valor com o passar do tempo. Por isso, conheça bem o produto que você está investindo e prefira fundos que apliquem em títulos atrelados à inflação.

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