11 corretoras indicam as melhores ações para janeiro

Acreditando que o motor do mercado acionário brasileiro neste início de ano será as empresas voltadas para o consumo doméstico, os analistas concentraram suas recomendações em ações de bancos, varejo, companhias de energia elétrica e de telefonia. As preferências são por papéis das maiores empresas de cada setor, que devem reagir primeiro quando houver uma recuperação do mercado. Na avaliação das corretoras, janeiro ainda será um mês de bastante sobe-e-desce na Bolsa, marcado por muitas dúvidas quanto ao desenrolar da crise internacional. No entanto, a economia local "deverá se mostrar menos afetada, considerando que a crise não nos abateu de forma tão severa quanto em outros países, inclusive em relação a outros emergentes", destaca a SLW em relatório.

A expectativa é de que as medidas anunciadas pelo governo para impulsionar o consumo, incluindo a redução de impostos para pessoas físicas e sobre a venda de veículos, além do apelo do presidente Lula para que a população não deixe de comprar, surtam efeito nos próximos meses. Com a inflação em queda, reflexo da redução dos preços das commodities, o mercado aguarda para este mês o início de um novo ciclo de corte nos juros - o que também deve contribuir para o aumento do consumo local.

Por isso, as corretoras veem boas oportunidades nos papéis de empresas como Pão de Açúcar, B2W, Lojas Renner, Ambev e Perdigão. Para a Redecard, que operacionaliza os pagamentos feitos por meios dos cartões Mastercard, Diners, Maestro e RedeShop, as perspectivas também são positivas. Além de atrair investidores com a distribuição de 95% de seu lucro em dividendos, a companhia conta com a previsão de expansão mesmo em tempos de crise. "Por mais que haja desaceleração no crescimento do consumo, o setor de cartões deve continuar crescendo em 2009", diz a corretora Link. A substituição de cheque e dinheiro por meios eletrônicos de pagamento promoveu nos últimos anos crescimento médio de 20% no uso de cartões no país. Neste ano, a tendência é de redução no ritmo de expansão, porém mantendo-se na casa dos dois dígitos.

Os bancos também permanecem na lista dos setores preferidos pelas corretoras. Conhecidas pela capacidade de obter bons resultados também em períodos adversos, as instituições financeiras devem compensar a desaceleração no crédito com o aumento dos spreads (diferença entre a taxa paga pelos bancos para obter recursos e a cobrada dos clientes nos empréstimos). Mas não há consenso entre as corretoras sobre a melhor ação do setor. Nas carteiras sugeridas constam indicações para Bradesco, Itaú, Itaúsa, Unibanco e Banco do Brasil.

Ao selecionar os papéis, os analistas estão privilegiando as companhias menos suscetíveis aos solavancos do mercado externo. São aquelas que apresentam maior previsibilidade de fluxo de caixa e menor exposição à variação cambial. Empresas de energia e de telefonia se destacam, ainda, por serem boas pagadoras de dividendos.

A Petrobras, embora sofra com a turbulência no mercado internacional, mantém-se no centro das atenções devido às descobertas de grandes reservas no pré-sal. "Com os campos de Iara, Tupi e Parque das Baleias, o Brasil praticamente já dobra suas reservas e ainda tem muita coisa por vir, como por exemplo o campo Carioca aonde se especula 33 bilhões de barris em reservas", destaca a SLW.

Já a Vale e as siderúrgicas, embora sofram no curto prazo com a queda no preço das matérias-primas, são vistas como boas opções para o longo prazo. A SLW lembra que o programa de investimento de 700 bilhões de dólares que será desenvolvido pelos Estados Unidos, por focar em infra-estrutura, contribuirá para a recuperação das siderúrgicas brasileiras, em especial, a Gerdau.

As ações recomendadas pelas corretoras