Vitória de Trump derruba ações de empresas de energia renovável
A vitória de Trump sobre Hillary caiu como uma nuvem negra sobre as delegações que participam de um encontro entre 200 países em Marrakesh
Reuters
Publicado em 9 de novembro de 2016 às 13h54.
A eleição de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos disparou temores de que outras nações possam voltar atrás em suas ambições expressadas no último acordo internacional sobre mudanças climáticas, o que derrubou as ações de empresas de energia renovável nos mercados globais.
A vitória de Trump sobre a democrata Hillary Clinton caiu como uma nuvem negra sobre as delegações que participam de um encontro entre 200 países em Marrakesh, no Marrocos, que acontece entre 7 e 18 de novembro e tem como objetivo celebrar o início da validade do Acordo de Paris fechado em 2015 para limitar o aquecimento global.
Trump ameaçou romper o acordo de Paris para reduzir emissões de gases estufa, costurado ao longo de duas décadas de tortuosas negociações por países tão diversos como a China, as ilhas do Pacífico e os produtores de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Os representantes de alguns países expressaram preocupações com Trump, que já disse que a mudança global é uma invenção da China e quer promover a criação de empregos na indústria de combustíveis fósseis dos EUA.
"Teremos muito mais obstáculos", disse Ian Fry, chefe da delegação de Tuvalu, uma ilha do Pacífico que teme a elevação dos níveis dos oceanos. Ele adicionou que a vitória de Trump pode ter "um efeito dominó sobre as outras nações".
Na noite de terça-feira, em um hotel em Marrakesh, ambientalistas e cientistas do clima se reuniam em volta de uma televisão torcendo por uma vitória de Hillary. Conforme o resultado da apuração deixava claro que Trump ganharia, o silêncio tomou conta do grupo.
Nos mercados, houve uma derrocada das ações de empresas de energia renovável. Os papéis da dinamarquesa Vestas, maior produtora global de turinbas eólicas, caíam cerca de 6 por cento no meio da manhã, enquanto sua concorrente alemã Nordex tinha queda de 6,6 por cento. A portuguesa EDP Renováveis caía cerca de 5 por cento.