Ventos da Ásia aliviam tensões no Ocidente e bolsas fecham em alta
Ibovespa avança 1,52%, ultrapassa os 101 mil pontos e fecha em maior valor em duas semanas
Guilherme Guilherme
Publicado em 4 de setembro de 2019 às 17h51.
Última atualização em 4 de setembro de 2019 às 18h27.
Os mercados ocidentais operaram em alta nesta quarta-feira (4), após notícias vindas da Ásia serem bem recebidas por investidores. Nesta madrugada, o governo de Hong Kong cancelou a proposta de lei que previa extradições de suspeitos para serem julgados em tribunais chineses. O projeto gerou uma série de manifestações que duraram três meses, paralisando voos para a região e causando turbulências no mercado local.
Outro fator que gerou otimismo foi o dado sobre a atividade do setor de serviços na China , que, em agosto, teve a maior expansão em três meses. O principal índice acionário da bolsa de Hong Kong avançou 3,9% e o Shangai Composite, 0,93%.
Os ventos da Ásia chegaram ao Ocidente e provocaram reação positiva tanto em mercados desenvolvidos, como em emergentes. Por aqui, o Ibovespa subiu 1,52% e fechou a 101.200,89 pontos. Essa é a maior pontuação desde o último dia 21. Com a o cenário externo positivo, o dólar recuou 1,787%, sendo negociado a 4,1051 reais na venda.
A queda da moeda americana teve impacto direto nas ações negociadas na B3. Com parte considerável de suas despesas em dólar, os papeis das companhias aéreas Azul e Gol subiram 2,50% e 1,39%. As ações dessas empresas figuraram entre as dez piores do Ibovespa em agosto devido ao movimento de alta do dólar.
O cenário internacional positivo fez o preço do barril de petróleo futuro subir mais de 4%. Com a commodity valendo mais, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras seguiram o ritmo e apresentaram valorização de 2,53% e 2,58%, respectivamente.
Ainda no campo das commodities, o minério de ferro negociado na bolsa da Dalian atingiu o maior valor em três semanas e meia e impulsionou as ações da mineradora Vale , que subiram 2,2%.
Enquanto uns ganham, outros perdem. Os papéis da MRV caíram 6,44% após a construtora ter confirmado, por meio de fato relevante, a intenção de adquirir parte da americana AHS Residential. Apesar da compra representar maior atividade nos Estados Unidos, a aquisição é vista com cautela por parte dos investidores, já que o presidente do conselho da AHS é Rubens Menin, que também é presidente do conselho de administração da MRV.