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Vem aí uma temporada de resultados tenebrosa nos EUA

A expectativa dos investidores é de que as companhias que fazem parte do índice acionário S&P500 informem uma queda média de 45% nos lucros

Operadores de mercado financeiro trabalham na bolsa de Nova York. 28/2/2020. REUTERS/Brendan McDermid (Brendan McDermid/Reuters/Reuters)
DG

Denyse Godoy

Publicado em 14 de julho de 2020 às 06h38.

Última atualização em 14 de julho de 2020 às 08h29.

O banco de investimentos americano JPMorgan Chase e a companhia aérea Delta estão entre as empresas de capital aberto a divulgar hoje seus balanços do segundo trimestre do ano, que devem refletir a maior parte das perdas causadas pela pandemia do novo coronavírus. A temporada de resultados corporativos que se inicia nos Estados Unidos promete ser inesquecível – de tão ruim.

Segundo pesquisa da consultoria de dados financeiros FactSet, a expectativa dos investidores é de que as companhias que fazem parte do índice acionário S&P500 informem uma queda média de 45% nos lucros no período de abril a junho de 2020 ante igual intervalo de 2019. Se confirmada, vai ser a maior redução desde o quarto trimestre de 2008, quando a crise financeira internacional provocada pelos calotes das hipotecas americanas de alto risco levou a uma retração de 69% nos ganhos.

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As fortes baixas deste ano devem ter atingido todos os setores, embora algumas empresas possam relatar números um pouco menos ruins. A PepsiCo, de bebidas e petiscos, informou ontem que as suas vendas caíram 3% no primeiro trimestre deste ano na comparação com o mesmo período de 2019, para 15,95 bilhões de dólares, enquanto o lucro recuou 19%, a 1,65 bilhão. Isolados em casa, os consumidores continuaram comprando refrigerantes e salgadinhos, só que em menor quantidade.

Para as instituições financeiras, a perspectiva é pior, no entanto, devido a um esperado aumento do calote e das provisões para devedores duvidosos. Os analistas do mercado projetam uma elevação de 2,5% nas receitas do JPMorgan no período de abril a junho deste ano ante os mesmos meses de 2019, para 30,3 bilhões de dólares, mas uma queda de 56,4% no lucro por ação, para 1,23 dólar. No caso da Delta, a estimativa é de uma redução de 87% nas receitas em igual intervalo, para 1,35 bilhão de dólares, e de prejuízo de 4,24 dólar por ação – no primeiro trimestre de 2019, a empresa tinha registrado lucro de 96 centavos por ação.

Mais desanimador, no entanto, é ver os registros de casos da infecção respiratória covid-19 subindo nos EUA nos últimos dias após diversas regiões reabrirem a economia. Após mergulhar em março, o índice S&P 500 praticamente recuperou as perdas no ano desde então. Os próximos dias, nos balanços e na pandemia, vão mostrar até onde a bolsa pode ir em 2020.

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