HSBC acha que a Vale tem consciência de que a maneira mais rápida de gerar uma reclassificação nas ações é por meio da distribuição de um dividendo maior (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 24 de abril de 2014 às 07h53.
São Paulo – O ano não tem sido dos melhores para o acionista da Vale. As ações preferenciais da companhia (VALE5) amargam seus 20% de desvalorização desde janeiro, além de perderem até para o Ibovespa – o principal índice da bolsa tem queda de 13% no período.
No entanto, o momento não sugere a lamentação em frente aos gráficos das ações. Se falta fôlego aos papéis na Bovespa, sobram dividendos vindos do caixa da companhia. A Vale acaba de propor o pagamento de uma remuneração adicional de 500 milhões de dólares, elevando seus dividendos para 4,5 bilhões dólares em 2013.
Os preços do minério de ferro mais fortes que o esperado, a melhoria na perspectiva da demanda na China e as alienações de ativos são os principais motivos para esse aumento nos dividendos, segundo os analistas do HSBC, Leonardo Correa e Luiz Fornari.
“Esse anúncio é inesperado e representa outra confirmação, embora pequena, da abordagem mais favorável ao mercado adotada pela administração em relação ao retorno do caixa excedente, bem como um indício de que a empresa está ouvindo seus acionistas”, avaliam os analistas.
Ambos acreditam ainda que a Vale tem consciência de que a maneira mais rápida de gerar uma reclassificação nas ações é por meio da distribuição de um dividendo maior, o que pode tornar a mineradora a principal distribuidora de dividendos em sua classe.
A recomendação das ações preferenciais continua classificada em alocação acima da média de mercado (overweight), com preço alvo de 41 reais, um potencial de valorização de aproximadamente 30%.
“Estamos otimistas com as condições macroeconômicas na China, resiliência do minério de ferro e redução de custos da companhia”, completam os analistas.