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Trajetória do dólar divide analistas: moeda cai mais ou estabiliza?

Para parte do mercado, fatores que levaram à depreciação recente da moeda americana já foram precificados; mas há quem enxergue espaço para quedas adicionais

Moeda americana pode encerrar com queda frente ao real pela sexta semana seguida (Itaci Batista/Estadão Conteúdo)
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Reuters

Publicado em 7 de maio de 2021 às 09h53.

Última atualização em 7 de maio de 2021 às 10h00.

O dólar voltou para a casa de 5,20 reais nesta semana, para o menor patamar desde janeiro. A moeda brasileira liderou os ganhos na quinta-feira, 6, em um cenário de volta ao apetite global de investidores por risco e de aumento da taxa básica de juros no país. O dólar à vista operava em queda de 0,45% às 10h nesta sexta, 7 de maio, a 5,25 reais, a caminho da sexta semana seguida de depreciação.

A mudança de trajetória na política monetária é um dos elementos que explica a queda de 10,4% do dólar futuro desde as cotações máximas acima de 5,88 reais alcançadas em março -- os demais fatores foram um cenário externo positivo e o acordo sobre o Orçamento. A Selic passou de 2% ao ano em março para 3,5% nesta semana.

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O que vem a seguir divide analistas de mercado e especialistas em câmbio. Veja a seguir as análises:

Roberto Secemski e Juan Prada, do Barclays

"Acreditamos que a lenta restauração do 'carry trade' e a potencial descompressão de risco são pontos positivos para o real e esperaríamos um viés de alta para a moeda", disseram Secemski e Prada em relatório. O banco privado segue com estratégia que aposta em queda da moeda dos Estados Unidos.

Paulo Clini, chefe de investimentos da Western Asset

"Não me parece haver mais o mesmo espaço para apreciação do real visto no último mês. Uma parte relevante do choque de commodities e alguma medida da sinalização de política monetária parecem já estar no preço."

João Leal, economista da Rio Bravo Investimentos

"O fiscal ainda pesa muito. E chegando ao fim do ano teremos mais ruído político." Leal manteve a sua estimativa de dólar a 5,40 reais ao fim de 2021 e 2022.

Analistas do Morgan Stanley

"O atual ciclo de alta de juro deve oferecer algum suporte ao real, mas menos do que o esperado por alguns participantes do mercado, conforme os principais drivers do câmbio devem manter o prêmio de risco idiossincrático ainda elevado", disseram profissionais do Morgan Stanley em relatório. "Por isso, mantemos uma visão mais cautelosa sobre o real", finalizaram.

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