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Títulos públicos deixam de ter juros maiores que 10%

“Quem comprava papéis esperando rendimentos de dois dígitos não pode mais fazê-lo”, disse

Notas de R$ 50: por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos (Stock Exchange)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2012 às 18h55.

Brasília – Os investidores que podiam comprar títulos públicos e obter rendimentos anuais de dois dígitos perderam essa oportunidade. A redução da taxa Selic para o menor nível da história fez os títulos públicos prefixados de longo prazo deixarem de ser vendidos com juros superiores a 10% ao ano. Pela primeira vez, nenhum papel oferecido pelo Tesouro Nacional rende mais que esse percentual.

De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, títulos NTN-F com vencimento em 2023, que foram vendidos com juros de 10,80% ao ano no início de junho, foram leiloados com taxa de 9,66% ao ano neste mês. Atualmente, esses papéis pagam as maiores taxas entre os títulos oferecidos pelo Tesouro. “Quem comprava papéis esperando rendimentos de dois dígitos não pode mais fazê-lo”, disse.

Segundo Garrido, apesar da queda dos juros, os rendimentos continuam atrativos. “Se pensarmos em um rendimento em torno de 9,5% ao ano, com uma Selic de 8% ao ano e a maioria das aplicações em fundos de investimento rendendo próximo disso, a aplicação em títulos públicos segue atraente”, declarou.

Cada vez mais, os investidores estão migrando para títulos de prazo mais longos e corrigidos por outros indexadores. Os títulos prefixados têm os juros definidos no momento da emissão. O Tesouro sabe exatamente a taxa que vai pagar daqui a vários anos quando os papéis vencem. Em troca dessa previsibilidade, o governo paga juros um pouco maiores que a taxa Selic. A queda dos juros reflete dois fatores: o atual ciclo de redução dos juros básicos e a maior confiança dos investidores de que o governo brasileiro não dará calote.

Mas, se a queda dos juros é desvantajosa para os investidores, beneficia o governo, que paga menos para rolar (renegociar) a dívida pública. De acordo com o Tesouro Nacional, o custo médio acumulado em 12 meses da Dívida Pública Federal (DPF) caiu de 12,85% ao ano em maio para 12,81% ao ano em junho. Os principais fatores para essa queda são a redução da Selic, hoje em 8% ao ano, e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que caiu de 0,15% em junho de 2011 para 0,08% em junho deste ano.

A redução dos custos é um dos fatores que ajudará a conter o crescimento da dívida pública e impedir que o estoque ultrapasse a barreira de R$ 2 trilhões. Mais cedo, Garrido havia dito que a possibilidade de isso ocorrer ainda este ano é pequena.

Por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional compromete-se a devolver o dinheiro com algum tipo de correção. As taxas de juros refletem a percepção de que o governo reembolsará os aplicadores sem dar calote. Quanto menores os juros, maior a confiança em relação à dívida pública.

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Brasília – Os investidores que podiam comprar títulos públicos e obter rendimentos anuais de dois dígitos perderam essa oportunidade. A redução da taxa Selic para o menor nível da história fez os títulos públicos prefixados de longo prazo deixarem de ser vendidos com juros superiores a 10% ao ano. Pela primeira vez, nenhum papel oferecido pelo Tesouro Nacional rende mais que esse percentual.

De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, títulos NTN-F com vencimento em 2023, que foram vendidos com juros de 10,80% ao ano no início de junho, foram leiloados com taxa de 9,66% ao ano neste mês. Atualmente, esses papéis pagam as maiores taxas entre os títulos oferecidos pelo Tesouro. “Quem comprava papéis esperando rendimentos de dois dígitos não pode mais fazê-lo”, disse.

Segundo Garrido, apesar da queda dos juros, os rendimentos continuam atrativos. “Se pensarmos em um rendimento em torno de 9,5% ao ano, com uma Selic de 8% ao ano e a maioria das aplicações em fundos de investimento rendendo próximo disso, a aplicação em títulos públicos segue atraente”, declarou.

Cada vez mais, os investidores estão migrando para títulos de prazo mais longos e corrigidos por outros indexadores. Os títulos prefixados têm os juros definidos no momento da emissão. O Tesouro sabe exatamente a taxa que vai pagar daqui a vários anos quando os papéis vencem. Em troca dessa previsibilidade, o governo paga juros um pouco maiores que a taxa Selic. A queda dos juros reflete dois fatores: o atual ciclo de redução dos juros básicos e a maior confiança dos investidores de que o governo brasileiro não dará calote.

Mas, se a queda dos juros é desvantajosa para os investidores, beneficia o governo, que paga menos para rolar (renegociar) a dívida pública. De acordo com o Tesouro Nacional, o custo médio acumulado em 12 meses da Dívida Pública Federal (DPF) caiu de 12,85% ao ano em maio para 12,81% ao ano em junho. Os principais fatores para essa queda são a redução da Selic, hoje em 8% ao ano, e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que caiu de 0,15% em junho de 2011 para 0,08% em junho deste ano.

A redução dos custos é um dos fatores que ajudará a conter o crescimento da dívida pública e impedir que o estoque ultrapasse a barreira de R$ 2 trilhões. Mais cedo, Garrido havia dito que a possibilidade de isso ocorrer ainda este ano é pequena.

Por meio da dívida pública, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional compromete-se a devolver o dinheiro com algum tipo de correção. As taxas de juros refletem a percepção de que o governo reembolsará os aplicadores sem dar calote. Quanto menores os juros, maior a confiança em relação à dívida pública.

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