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Títulos em reais superam papéis de emergentes com alta de juros

Os títulos do governo brasileiro se valorizaram 12,5% em dólares desde o fim de março, comparado a um retorno médio de 3,3% para notas de mercados emergentes

Aumentou a confiança dos investidores de que o BC conseguirá conter a inflação desde que o presidente Alexandre Tombini prometeu elevar os juros (Valter Campanato/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 30 de junho de 2011 às 10h44.

Nova York - A rentabilidade dos títulos públicos denominados em reais está superando a da dívida de todos os mercados emergentes com a sinalização do Banco Central de que a instituição está preparada para subir mais os juros.

Os títulos do governo brasileiro se valorizaram 12,5 por cento em dólares desde o fim de março, comparado a um retorno médio de 3,3 por cento para notas de mercados emergentes denominadas em moeda local, de acordo com o JPMorgan Chase & Co. Os papéis da Rússia avançaram 1,9 por cento e os da China, 2,1 por cento. Já a dívida soberana da Índia teve perda de 0,3 por cento no período.

Os investidores ficaram mais confiantes de que o BC vai conseguir conter a maior inflação em seis anos após o presidente Alexandre Tombini prometer que vai elevar os juros por um período “suficientemente prolongado” para reduzir os aumentos de preços. Tombini subiu a taxa Selic em 150 pontos-base, ou 1,5 ponto percentual, este ano para 12,25 por cento para desacelerar o crescimento econômico e trazer a inflação para a meta.

“Ocorreu uma mudança em termos da credibilidade do Banco Central, à medida que eles ficaram mais insistentes na defesa da meta de inflação e em aumentar mais os juros”, disse Siobhan Morden, estrategista de renda fixa da RBS Securities Inc. em Stamford, no estado americano de Connecticut. “Tivemos um claro declínio no prêmio de risco de inflação. Continuo vendo isso acontendo no próximo trimestre.”

O rendimento das Notas do Tesouro Nacional série F com vencimento em 2021 caiu 53 pontos-base, ou 0,53 ponto percentual, no segundo trimestre para 12,42 por cento, atingindo o menor nível em cinco meses de 12,29 por cento em 10 de junho, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A dívida soberana da Índia de prazo similar despencou, causando uma alta de 30 pontos-base no rendimento no mesmo período para 8,3 por cento.


Queda das commodities

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 acumulou alta de 6,55 por cento nos 12 meses até meados de junho, a maior alta desde julho de 2005. A meta do BC é de 4,5 por cento, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

As taxas pagas pela dívida brasileira podem recuar ainda mais à medida que a queda das commodities e o desaquecimento do crescimento global colaboram para aliviar a inflação, disse Pablo Cisilino, que ajuda a administrar US$ 26 bilhões em títulos de mercados emergentes na Stone Harbor Investment Partners em Nova York.

De acordo com um índice UBS Bloomberg, os preços das commodities caíram 2,3 por cento desde o fim de março. A taxa de desemprego nos Estados Unidos atingiu o maior patamar em cinco meses de 9,1 por cento em maio.

“A economia global está se desacelerando e os preços das commodities estão mais baixos”, disse Cisilino em entrevista por telefone. “Se essa tendência continuar, vamos redefinir preços para a política monetária e as curvas de juros no mundo todo.”

Perspectiva de inflação

De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação divulgado ontem, o BC projeta alta de 4,9 por cento para os preços ao consumidor em 2012, se desacelerando para a meta de 4,5 por cento no segundo trimestre de 2013, com base num cenário de aumento de 25 pontos-base na Selic para 12,5 por cento em julho.

O Comitê de Política Monetária segue comprometido com o alcance da meta de 4,5 por cento em 2012, disse Carlos Hamilton, diretor de Política Econômica do BC, em entrevista coletiva ontem em Brasília. O documento reiterou que o BC elevar os juros por um período “suficientemente” prolongado.

“Em geral, foi um relatório de inflação com um tom mais duro”, Marcelo Carvalho, economista do BNP Paribas em São Paulo, escreveu em nota enviada a clientes. “Haverá adiante mais aperto do que a maioria das pessoas espera.”

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro com vencimento em janeiro aumentou 33 pontos-base durante o segundo trimestre para 12,44 por cento, indicando que os operadores esperam que a Selic suba até 50 pontos-base para 12,75 por cento até lá.

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Os títulos do governo brasileiro se valorizaram 12,5 por cento em dólares desde o fim de março, comparado a um retorno médio de 3,3 por cento para notas de mercados emergentes denominadas em moeda local, de acordo com o JPMorgan Chase & Co. Os papéis da Rússia avançaram 1,9 por cento e os da China, 2,1 por cento. Já a dívida soberana da Índia teve perda de 0,3 por cento no período.

Os investidores ficaram mais confiantes de que o BC vai conseguir conter a maior inflação em seis anos após o presidente Alexandre Tombini prometer que vai elevar os juros por um período “suficientemente prolongado” para reduzir os aumentos de preços. Tombini subiu a taxa Selic em 150 pontos-base, ou 1,5 ponto percentual, este ano para 12,25 por cento para desacelerar o crescimento econômico e trazer a inflação para a meta.

“Ocorreu uma mudança em termos da credibilidade do Banco Central, à medida que eles ficaram mais insistentes na defesa da meta de inflação e em aumentar mais os juros”, disse Siobhan Morden, estrategista de renda fixa da RBS Securities Inc. em Stamford, no estado americano de Connecticut. “Tivemos um claro declínio no prêmio de risco de inflação. Continuo vendo isso acontendo no próximo trimestre.”

O rendimento das Notas do Tesouro Nacional série F com vencimento em 2021 caiu 53 pontos-base, ou 0,53 ponto percentual, no segundo trimestre para 12,42 por cento, atingindo o menor nível em cinco meses de 12,29 por cento em 10 de junho, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. A dívida soberana da Índia de prazo similar despencou, causando uma alta de 30 pontos-base no rendimento no mesmo período para 8,3 por cento.


Queda das commodities

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 acumulou alta de 6,55 por cento nos 12 meses até meados de junho, a maior alta desde julho de 2005. A meta do BC é de 4,5 por cento, com tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.

As taxas pagas pela dívida brasileira podem recuar ainda mais à medida que a queda das commodities e o desaquecimento do crescimento global colaboram para aliviar a inflação, disse Pablo Cisilino, que ajuda a administrar US$ 26 bilhões em títulos de mercados emergentes na Stone Harbor Investment Partners em Nova York.

De acordo com um índice UBS Bloomberg, os preços das commodities caíram 2,3 por cento desde o fim de março. A taxa de desemprego nos Estados Unidos atingiu o maior patamar em cinco meses de 9,1 por cento em maio.

“A economia global está se desacelerando e os preços das commodities estão mais baixos”, disse Cisilino em entrevista por telefone. “Se essa tendência continuar, vamos redefinir preços para a política monetária e as curvas de juros no mundo todo.”

Perspectiva de inflação

De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação divulgado ontem, o BC projeta alta de 4,9 por cento para os preços ao consumidor em 2012, se desacelerando para a meta de 4,5 por cento no segundo trimestre de 2013, com base num cenário de aumento de 25 pontos-base na Selic para 12,5 por cento em julho.

O Comitê de Política Monetária segue comprometido com o alcance da meta de 4,5 por cento em 2012, disse Carlos Hamilton, diretor de Política Econômica do BC, em entrevista coletiva ontem em Brasília. O documento reiterou que o BC elevar os juros por um período “suficientemente” prolongado.

“Em geral, foi um relatório de inflação com um tom mais duro”, Marcelo Carvalho, economista do BNP Paribas em São Paulo, escreveu em nota enviada a clientes. “Haverá adiante mais aperto do que a maioria das pessoas espera.”

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro com vencimento em janeiro aumentou 33 pontos-base durante o segundo trimestre para 12,44 por cento, indicando que os operadores esperam que a Selic suba até 50 pontos-base para 12,75 por cento até lá.

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