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Tentativas de enfraquecer iene tiveram pouco efeito

Por Gustavo Nicoletta Nova York - A intervenção do Japão no mercado de câmbio nesta quarta-feira, que provocou uma apreciação de até 3% no dólar em relação ao iene, foi aparentemente a mais bem-sucedida entre as sete operações semelhantes realizadas pelo país na última década. Apesar disso, em apenas uma dessas intervenções o Japão conseguiu […]

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2010 às 17h40.

Por Gustavo Nicoletta

Nova York - A intervenção do Japão no mercado de câmbio nesta quarta-feira, que provocou uma apreciação de até 3% no dólar em relação ao iene, foi aparentemente a mais bem-sucedida entre as sete operações semelhantes realizadas pelo país na última década. Apesar disso, em apenas uma dessas intervenções o Japão conseguiu conter efetivamente o fortalecimento do iene em um período de 30 dias e ainda não se sabe se a ação de hoje terá o mesmo efeito.

A única ocasião em que o Ministério de Finanças do Japão conseguiu enfraquecer o iene por um período de um mês foi em setembro de 2001, quando interveio no mercado 10 dias após os ataques terroristas ao World Trade Center, em Nova York. Nesse caso, porém, a correção do mercado pode simplesmente ter sido fruto de um ajuste de posições, visto que o pânico trazido pelos ataques fez com que o iene subisse 4% na semana do 11 de setembro.

Nas demais ocasiões, o mercado desprezou as intervenções do Japão. Em 12 de setembro de 2003, por exemplo, as autoridades japonesas, assim como fizeram hoje, trocaram um trilhão de ienes por dólares, mas isso fez com que a moeda japonesa caísse apenas 0,2% em relação à divisa norte-americana naquele dia. Um mês depois, o iene tinha subido 7,5% ante o dólar.

Desta vez, no entanto, o impacto da intervenção foi mais significativo e o banco central japonês aparentemente agiu num momento em que muitos operadores não esperavam, em parte por causa da reeleição de Naoto Kan como primeiro-ministro no fim de semana. Acreditava-se que Kan era muito menos propenso do que seu concorrente a adotar esse tipo de estratégia.

Desde a última intervenção do Japão no mercado de câmbio, em março de 2004, a moeda japonesa subiu 28% em relação ao dólar e recentemente tocou o maior nível em 15 anos em comparação à divisa norte-americana.

Registros das últimas décadas mostram que a única forma de o iene recuar em razão de uma intervenção é quando outros países colaboram para enfraquecer a moeda. No momento, porém, há poucas chances de os EUA ou a Europa agirem nesse sentido, porque nessas regiões as autoridades estão preocupadas com a força de seus próprios setores exportadores. As informações são da Dow Jones.

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