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Stuhlberger vê calmaria no dólar e nos juros como temporária

Para o gestor, houve em fevereiro “uma das mais notáveis reversões de fluxo para mercados emergentes desde que me lembro”

Luis Stuhlberger: "é como se, em um passe de mágica, o medo de ‘tapering’ e ‘tightening’ desaparecesse, e o fluxo para venda fixa voltasse a todo vapor”, diz (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2014 às 16h35.

São Paulo - A valorização do real e a queda dos juros em fevereiro devem ter vida curta, avalia Luis Stuhlberger em seu relatório de gestão do Fundo Verde, um dos maiores fundos de investimento do Brasil e um dos maiores hedge funds do mundo, com cerca de R$ 10 bilhões.

Para o gestor, houve em fevereiro “uma das mais notáveis reversões de fluxo para mercados emergentes desde que me lembro”. “É como se, em um passe de mágica, o medo de ‘tapering’ (retirada dos subsídios ao mercado nos EUA) e ‘tightening’ (redução de liquidez internacional) desaparecesse, e o fluxo para venda fixa voltasse a todo vapor”, diz.

O Verde fechou fevereiro com uma perda de 1,25%, acumulando no ano prejuízo de 1,31%. As maiores perdas de fevereiro vieram de aplicações feitas no Brasil, especialmente em moedas e juros, com -2,33%. No ano, porém, a maior perda é em ações, com -1,73%.

Maior fluxo externo

Para Stuhlberber, como a taxa de juros no Brasil ajustada ao risco é muito maior que a de outros emergentes e o Banco Central brasileiro continua vendendo dólares maciçamente ao mercado, o dólar recuou e os juros longos caíram, se aproximando dos curtos e reduzindo a chamada “inclinação da curva” dos juros futuros.

Parte da queda é resultado do recuo dos juros nos EUA, onde a taxa paga nos papéis do Tesouro Americano de 10 anos recuou 0,38 ponto em fevereiro, o que justificaria o aumento das entradas de recursos externos no Brasil.

Mas Stulhberger chama a atenção para o fato de que o investimento direto estrangeiro, de prazo mais longo, mostra tendência de diminuição e o investimento externo no mercado acionário, de médio prazo, indica saídas.

O racional, segundo o relatório, seria os juros caírem devido ao crescimento mais fraco do PIB. O gestor afirma, porém, que não concorda com essa queda porque questiona o modelo atual de sustentabilidade fiscal de longo prazo do governo brasileiro.

Suspiro de confiança

Segundo ele, o modelo está “dando um suspiro” pelo compromisso o governo de entregar um superávit primário igual ao do ano passado. E isso é que estaria atraindo recursos de curto prazo. “O humor dos gringos para inflows (entradas) de curto prazo muda muito e rápido”, alerta.

Por isso, Stuhlberger diz que continua acreditando na depreciação do real.

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Para o gestor, houve em fevereiro “uma das mais notáveis reversões de fluxo para mercados emergentes desde que me lembro”. “É como se, em um passe de mágica, o medo de ‘tapering’ (retirada dos subsídios ao mercado nos EUA) e ‘tightening’ (redução de liquidez internacional) desaparecesse, e o fluxo para venda fixa voltasse a todo vapor”, diz.

O Verde fechou fevereiro com uma perda de 1,25%, acumulando no ano prejuízo de 1,31%. As maiores perdas de fevereiro vieram de aplicações feitas no Brasil, especialmente em moedas e juros, com -2,33%. No ano, porém, a maior perda é em ações, com -1,73%.

Maior fluxo externo

Para Stuhlberber, como a taxa de juros no Brasil ajustada ao risco é muito maior que a de outros emergentes e o Banco Central brasileiro continua vendendo dólares maciçamente ao mercado, o dólar recuou e os juros longos caíram, se aproximando dos curtos e reduzindo a chamada “inclinação da curva” dos juros futuros.

Parte da queda é resultado do recuo dos juros nos EUA, onde a taxa paga nos papéis do Tesouro Americano de 10 anos recuou 0,38 ponto em fevereiro, o que justificaria o aumento das entradas de recursos externos no Brasil.

Mas Stulhberger chama a atenção para o fato de que o investimento direto estrangeiro, de prazo mais longo, mostra tendência de diminuição e o investimento externo no mercado acionário, de médio prazo, indica saídas.

O racional, segundo o relatório, seria os juros caírem devido ao crescimento mais fraco do PIB. O gestor afirma, porém, que não concorda com essa queda porque questiona o modelo atual de sustentabilidade fiscal de longo prazo do governo brasileiro.

Suspiro de confiança

Segundo ele, o modelo está “dando um suspiro” pelo compromisso o governo de entregar um superávit primário igual ao do ano passado. E isso é que estaria atraindo recursos de curto prazo. “O humor dos gringos para inflows (entradas) de curto prazo muda muito e rápido”, alerta.

Por isso, Stuhlberger diz que continua acreditando na depreciação do real.

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