Setor financeiro é o queridinho entre as gestoras no Brasil, diz BTG
Em seguida aparecem no ranking de preferências, metais e mineração, saúde e utilities. Entre as ações, as favoritas são Vale, Magazine Luiza e Bradesco
Natália Flach
Publicado em 20 de abril de 2020 às 12h52.
Última atualização em 20 de abril de 2020 às 12h59.
O setor financeiro é o queridinho do momento entre as gestoras que investem em ações brasileiras. Em seguida aparecem no ranking de preferências, os segmentos de metais e mineração, saúde e utilities - grupo que reúne empresas de água, saneamento e energia. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pelo banco BTG Pactual (controlado pelos mesmos sócios da EXAME) com 100 gestores, de acordo com relatório escrito pelos analistasCarlos Sequeira eOsniCarfi e divulgado nesta segunda-feira.
Já os setores aéreo e de construção civil cujo foco são unidades residenciais estão no fim da lista de predileção dos especialistas.
Setores queridinhos dos gestores
Setor | Votos* |
Setor financeiro | 50 |
Metais e mineração | 37 |
Saúde | 35 |
Utilities** | 34 |
Tecnologia | 24 |
Agronegócio | 22 |
Alimentos e bebidas | 22 |
Varejo | 20 |
Infraestrutura | 14 |
Aluguel de veículos | 12 |
Petróleo | 12 |
* Podiam votar em mais de um setor
** Água, saneamento e energia
Fonte: BTG Pactual
Apesar da queda de 32% do Ibovespa no ano, os brasileiros continuam investindo em renda variável. O levantamento mostra que 30% dos fundos pesquisados tiveram captação líquida (ou seja, entrada de dinheiro novo) em março contra apenas 13% que registraram resgates líquidos. No entanto, a maior parte dos investidores não mexeu em suas posições, por isso 45% dos fundos mantiveram seu patrimônio estável.
Em termos de alocação de recursos, 54% disseram que a maior parte do dinheiro está investido e têm até 10% de caixa. Já os mais pessimistas (17%) têm mais de 30% do dinheiro em caixa.
Entre as ações favoritas, aparecem as da mineradora Vale, seguidas pelos papéis da varejista Magazine Luiza e do Bradesco.
Empresa | Código | Votos* |
Vale | VALE3 | 40 |
Magazine Luiza | MGLU3 | 15 |
Bradesco | BBDC4 | 12 |
JBS | JBSS3 | 12 |
Equatorial | EQTL3 | 12 |
Itaú | ITUB4 | 9 |
Natura | NTCO3 | 9 |
Banco do Brasil | BBAS3 | 8 |
Suzano | SUZB3 | 8 |
Rumo | RAIL3 | 7 |
* Podiam votar em mais de uma empresa
Fonte: BTG Pactual
Macroeconomia
Quase 40% dos entrevistados esperam uma queda do produto interno bruto (PIB) em 2020 superior a 5%, enquanto 57% projetam uma contração que varia de 2% a 5%. O debate sobre cortes na taxa Selic continua sendo um dos mais acalorados. A maioria dos entrevistados (56%) espera que a Selic termine o ano entre 3% e 4% (agora está em 3,75% ao ano), enquanto 32% preveem uma taxa entre 2% e 3%. Apenas 9% acreditam que os juros poderiam ser menores do que 2%.
Quando se trata de antecipar o patamar do câmbio no fim do ano, não há consenso. A maioria (39%) espera que o dólar termine entre 5 e 5,20 reais, enquanto 29% dos gestores esperam que fique entre 5,20 e 5,50 reais (hoje está cotado a 5,29 reais). Outros acham que poderia ficar ainda mais fraco e negociar acima de 5,50 reais (13%).
Já no que se refere a reformas políticas, a maioria dos entrevistados (40%) não espera aprovações neste ano, enquanto 38% acreditam que as três propostas de emenda constitucional em discussão no Congresso destinadas a consolidar as contas fiscais serão aprovadas em 2020. Outros 13% esperam que a reforma administrativa possa ser aprovada ainda neste ano.