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Ser dispara 14% após oferta por Laureate; Yduqs entra na disputa e sobe 8%

Aquisição, se concluída, irá criar a quarta maior empresa de ensino superior do país

Ser Educacional: empresa pretende ampliar participação no Sul e Sudeste (Germano Lüders/Site Exame)

Ser Educacional: empresa pretende ampliar participação no Sul e Sudeste (Germano Lüders/Site Exame)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 14 de setembro de 2020 às 12h16.

Última atualização em 14 de setembro de 2020 às 14h20.

As ações do Grupo Ser Educacional chegaram a disparar 14,40% na máxima desta segunda-feira, após a empresa ter chegado a um acordo de 4 bilhões de reais para comprar os ativos da Laureate no Brasil. Se concluída, a transação irá criar a quarta maior empresa de ensino superior do país. Às 14h20, os papéis da Ser subiam 11,5%, enquanto os da Yduqs, que entrou na disputa, avançavam 7,8%. Na Nasdaq, a Laureate sobe 2,3%.

A compra dos ativos, que envolve marcas como Anhembi Morumbi e FMU, com grande atuação em São Paulo, expande a atuação da empresa de origem nordestina no Sudeste e Sul, regiões que se tornaram o foco da companhia.

De acordo com o CEO da Ser, Jânyo Diniz, a Ser segue avaliando novas aquisições nessas localidades, mas a prioridade, no momento, é concluir a aquisição da Laureate Brasil, que tem o dobro do faturamento da Ser.

Em relatório, analistas da Exame Research elencaram três motivos para a compra da Laureate ser positiva para o Grupo Ser. “Ela mais do que dobrará de tamanho, passando a ter cerca de 450 mil alunos; será listada em Nova York e, assim, precisará aumentar o nível de governança; incluisrá em seu portifólio nomes bem consolidados em São Paulo”, avaliam.

A operação ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Outras companhias ainda podem oferecer valores superiores pelos ativos da Laureate. Nesse caso, a Ser terá o direito de igualar a oferta para ficar com os ativos.

“A Laureate é uma empresa maior que a Ser. Se ela concluir a compra, ela vai entrar em outro nível. Será um ponto de mudança em sua história. O mercado vai passar a olhar com mais carinho para ela”, afirma Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

Mas se depender da Yduqs (ex-Estácio), a transação irá por água abaixo. Nesta segunda-feira, 14, a companhia anunciou em fato relevante que irá entrar na briga pela Laureate com uma oferta ainda mais atrativa. Segundo a empresa, os ativos da Laureate em São Paulo e Sul do país, o crescimento de vagas de Medicina e a possibilidade de combinação dos negócios a motivaram a entrar na disputa. As ações da Yduqs subiram mais de 8%, após o anúncio.

Apesar do possível acirramento do mercado educacional, as ações de suas concorrentes Cogna e Anima são negociadas em alta de 3,12% e 6,6%, respectivamente. “A oferta pela Laureate saiu por múltiplo maior do que o negociado no mercado. Isso gerou uma reavaliação de ativos de empresas do setor”, afirma Esteter.

“Mesmo com as concorrentes ganhando força, as negociações pela Laureate mostram para os investidores que o setor segue vivo, apesar de passar por um momento de disrupção com o ensino a distância”, afirma Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.

Na bolsa, o setor de educação é um dos que amargam as maiores quedas desde o início da pandemia. No ano, as ações da Yduqs e da Ser acumulam cerca de 38% de queda, as da Cogna, de 48,9%. Já os papéis da Anima, subiram cerca de 8% no ano, já contando a alta de hoje.

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