Exame Logo

Rússia fora de índices pode trazer US$ 1,3 bi à bolsa brasileira

As ações brasileiras podem receber um fluxo de US$ 1,3 bilhão à medida que os investidores realocam recursos depois que a MSCI

Os ativos brasileiros têm figurado entre os favoritos dos investidores em meio a múltiplos baratos e à alta nos preços de commodities (Germano Lüders/Exame)
B

Bloomberg

Publicado em 4 de março de 2022 às 12h21.

A remoção da Rússia de índices que servem de referência para carteiras de fundos de investimento está dando um impulso adicional a um dos mercados emergentes com melhor performance ao redor do mundo nos primeiros meses do ano.

As ações brasileiras podem receber um fluxo de US$ 1,3 bilhão à medida que os investidores realocam recursos depois que a MSCI anunciou a retirada da Rússia de seus índices, que servem de base para diversos fundos passivos ao redor do mundo, segundo estimativas do Itaú BBA. Isso se somaria aos R$ 70,8 bilhões que os investidores estrangeiros colocaram em ações na B3 desde meados de dezembro.

Veja também

Os ativos brasileiros têm figurado entre os favoritos dos investidores em meio a múltiplos baratos e à alta nos preços de commodities. O índice Ibovespa tem a segunda melhor performance do mundo neste ano em dólares, com alta de 22%, e o real se valorizou 11%, mais do que qualquer outra divisa.

“O capital passivo será redistribuído em outros países emergentes, e o Brasil será um beneficiário”, disse Malcolm Dorson, gestor da Mirae Asset Global Investments em Nova York. “Vários gestores também viam os ativos russos como uma forma de ganhar exposição a commodities, então isso também deve trazer mais atenção aos países produtores de commodities”, disse Dorson.

A participação do Brasil no índice MSCI Emerging Markets caiu de 16,8% no fim de 2009 para abaixo de 5% atualmente, em meio a um crescimento econômico mais fraco e à expansão dos mercados asiáticos. A América Latina como um todo deve receber cerca de US$ 2,1 bilhões, prevê o Itaú BBA, citando valuations baratos ao redor da região.

Mesmo após o rali deste ano, o Ibovespa negocia a 7,7 vezes o lucro estimado, abaixo da média histórica de dez anos de 11,7 vezes. O mercado secundário registrou 49 sessões consecutivas de entrada líquida estrangeira desde 17 de dezembro, de acordo com dados da B3 compilados pela Bloomberg.

Traders locais disseram que a saída da Rússia dos benchmarks já está impulsionando os ativos brasileiros nesta quinta-feira, fortalecendo o real em mais de 1%. O MSCI anunciou na quarta-feira que reclassificará a Rússia de ‘Emerging Markets’ para o status de ‘Standalone Market’, em uma mudança que passará a ser implementada quando os mercados fecharem em 9 de março.

Outros mercados emergentes também podem se beneficiar de novos fluxos. O Mizuho Bank disse que a Índia e a China podem ser beneficiários, enquanto a Samsung Asset Management disse que fluxos de capital podem se dirigir para Indonésia e Malásia, que, assim como a Rússia, são economias com maior dependência de commodities.

“É menos um emergente para apostar e o fluxo aqui aumenta, ainda mais com esse rali de commodities”, diz Carlos Menezes, gestor da Gauss Capital.

Acompanhe tudo sobre:B3Bloombergbolsas-de-valoresMercado financeiroPaíses emergentesRússia

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Invest

Mais na Exame