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Rumor de compra e reestruturação faz Mundial renascer para o mercado

Ações da companhia dispararam nos últimos meses. Investidores questionam os motivos que fazem a empresa atrair tanto a atenção

Tesouras da Mundial (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de junho de 2011 às 19h32.

São Paulo – A fabricante de produtos de beleza e talheres Mundial ( MNDL3; MNDL4 ) vem despertando nos últimos dois meses a atenção do mercado. Hoje as ações preferenciais chegaram a disparar até 40% durante o pregão, atingindo a maior alta já vista em mais de dois anos. Mas o que tem motivado os investidores a apostarem nesta empresa?

Em resposta a questionamento da BM&FBovespa, a Mundial enviou nesta quarta-feira (15) um comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) afirmando que “não há fato de nosso conhecimento, e ainda não divulgado, que possa justificar uma movimentação anômala dos preços das ações da companhia”.

Durante a manhã, os papéis preferenciais da também fabricante de alicates de unha e esmaltes dispararam 40,00% (máxima do dia), atingindo a cotação de 1,26 real, mas fecharam a sessão com avanço de 14,44%, negociados a 1,03 real, com 28.015 negócios e volume financeiro de 207,598 milhões de reais. No ano, as ações acumulam alta de 252,98%.

Em mesmo sentido, os papéis ordinários, com direito a voto, terminaram o dia com avanço de 51,69%, cotados a 2,70 reais, após terem atingido a alta recorde de 53,37%. No ano, o ganho é de 1.016,63%.

Embora nenhum motivo tenha sido justificado nesta data, o fato é que a companhia vem atraindo a atenção não apenas pelo desdobramento de suas ações realizado em 30 de maio deste ano, mas também pelo processo de reestruturação que foi adotado em abril. Diante deste cenário, a Mundial tem ficado atrativa e se tornado até alvo de aquisição: especulações deste tipo já circulam pelo mercado.

Há dois meses...

Para entender todo o cenário que tem sido traçado pela companhia, é preciso lembrar que no final de maio a Mundial deu o pontapé inicial no seu objetivo de renascer para o mercado: revelou que o conselho de administração havia aprovado o desdobramento de cada ação por seis e que a companhia planejava integrar o Nível I de governança corporativa da BM&FBovespa.

Desde então, a empresa traçou metas ambiciosas após ver sua receita líquida consolidada subir 28% no primeiro trimestre deste ano, de 68,9 milhões de reais para 87,9 milhões de reais, em comparação à igual período do ano anterior.

A Mundial prevê agora atingir receita líquida consolidada de 460 milhões de reais em 2011, uma alta de 12,2% frente aos 410 milhões vistos um ano antes. Para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), a aposta é maior: a companhia estima por um avanço de 50%, para 55 milhões de reais em 2011, em termos anuais.

“Tudo faz parte do processo de reestruturação proposto pela Mundial. A empresa está arrumando a casa e renascendo para o mercado, e isso está atraindo a atenção dos investidores”, afirma a Empiricus Research, cujos analistas são liderados por Felipe Miranda e Rodolfo Amstalden.

A companhia está promovendo a reestruturação fiscal através da venda de ativos imobilizados, ou seja, a empresa está se desfazendo de quatro terrenos que não devem ser mais utilizados (localizados em Gravataí, Porto Alegre, Caxias e na região serrana do Rio Grande do Sul) e usará o montante obtido através da venda no abatimento de dívidas.

A Mundial ainda planeja reduzir o endividamento de curto prazo por meio de uma emissão de eurobonds avaliada em até 100 milhões de dólares e que deve ocorrer até outubro, conforme comunicado enviado ao mercado em 13 de maio deste ano.

A aproximação do departamento de relações com investidores da Mundial com os analistas de mercado também é fator importante, pois tem colaborado no sentido de tornar mais transparente as informações financeiras da companhia. Por conta desta estratégia, iniciada em 5 de abril deste ano, a empresa viu crescer em 1.000 a quantidade de novos investidores.

Especulação sobre venda

Consultada pela reportagem de EXAME.com, a Mundial nega a possibilidade de venda e diz que qualquer especulação neste sentido deve ser descartada pelos investidores. Por outro lado, segundo a Empiricus, “os rumores de aquisição continuam evidentes, ajudando a potencializar o movimento das ações”.

“De fato a reestruturação está acontecendo, mas ainda não explica a magnitude das altas das ações da companhia. Ainda há traços de componentes especulativos de aquisição nos movimentos do papel”, completa.

Até onde vão as ações da Mundial?

Desde o fim de março, os papéis preferenciais da Mundial mais que triplicaram, enquanto as ações ordinárias cresceram quase nove vezes. Diante deste cenário, os analistas da Empiricus sugerem certo cuidado na compra e venda das ações.

“Sugerimos para quem está interessado no movimento das ações da Mundial uma boa dose de cautela, pois ainda trata-se de uma recomendação com elevado componente de risco e condicionada ao cumprimento de fato do processo de limpeza do balanço da companhia”, conclui a casa de análise de ações.

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Em resposta a questionamento da BM&FBovespa, a Mundial enviou nesta quarta-feira (15) um comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) afirmando que “não há fato de nosso conhecimento, e ainda não divulgado, que possa justificar uma movimentação anômala dos preços das ações da companhia”.

Durante a manhã, os papéis preferenciais da também fabricante de alicates de unha e esmaltes dispararam 40,00% (máxima do dia), atingindo a cotação de 1,26 real, mas fecharam a sessão com avanço de 14,44%, negociados a 1,03 real, com 28.015 negócios e volume financeiro de 207,598 milhões de reais. No ano, as ações acumulam alta de 252,98%.

Em mesmo sentido, os papéis ordinários, com direito a voto, terminaram o dia com avanço de 51,69%, cotados a 2,70 reais, após terem atingido a alta recorde de 53,37%. No ano, o ganho é de 1.016,63%.

Embora nenhum motivo tenha sido justificado nesta data, o fato é que a companhia vem atraindo a atenção não apenas pelo desdobramento de suas ações realizado em 30 de maio deste ano, mas também pelo processo de reestruturação que foi adotado em abril. Diante deste cenário, a Mundial tem ficado atrativa e se tornado até alvo de aquisição: especulações deste tipo já circulam pelo mercado.

Há dois meses...

Para entender todo o cenário que tem sido traçado pela companhia, é preciso lembrar que no final de maio a Mundial deu o pontapé inicial no seu objetivo de renascer para o mercado: revelou que o conselho de administração havia aprovado o desdobramento de cada ação por seis e que a companhia planejava integrar o Nível I de governança corporativa da BM&FBovespa.

Desde então, a empresa traçou metas ambiciosas após ver sua receita líquida consolidada subir 28% no primeiro trimestre deste ano, de 68,9 milhões de reais para 87,9 milhões de reais, em comparação à igual período do ano anterior.

A Mundial prevê agora atingir receita líquida consolidada de 460 milhões de reais em 2011, uma alta de 12,2% frente aos 410 milhões vistos um ano antes. Para o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações), a aposta é maior: a companhia estima por um avanço de 50%, para 55 milhões de reais em 2011, em termos anuais.

“Tudo faz parte do processo de reestruturação proposto pela Mundial. A empresa está arrumando a casa e renascendo para o mercado, e isso está atraindo a atenção dos investidores”, afirma a Empiricus Research, cujos analistas são liderados por Felipe Miranda e Rodolfo Amstalden.

A companhia está promovendo a reestruturação fiscal através da venda de ativos imobilizados, ou seja, a empresa está se desfazendo de quatro terrenos que não devem ser mais utilizados (localizados em Gravataí, Porto Alegre, Caxias e na região serrana do Rio Grande do Sul) e usará o montante obtido através da venda no abatimento de dívidas.

A Mundial ainda planeja reduzir o endividamento de curto prazo por meio de uma emissão de eurobonds avaliada em até 100 milhões de dólares e que deve ocorrer até outubro, conforme comunicado enviado ao mercado em 13 de maio deste ano.

A aproximação do departamento de relações com investidores da Mundial com os analistas de mercado também é fator importante, pois tem colaborado no sentido de tornar mais transparente as informações financeiras da companhia. Por conta desta estratégia, iniciada em 5 de abril deste ano, a empresa viu crescer em 1.000 a quantidade de novos investidores.

Especulação sobre venda

Consultada pela reportagem de EXAME.com, a Mundial nega a possibilidade de venda e diz que qualquer especulação neste sentido deve ser descartada pelos investidores. Por outro lado, segundo a Empiricus, “os rumores de aquisição continuam evidentes, ajudando a potencializar o movimento das ações”.

“De fato a reestruturação está acontecendo, mas ainda não explica a magnitude das altas das ações da companhia. Ainda há traços de componentes especulativos de aquisição nos movimentos do papel”, completa.

Até onde vão as ações da Mundial?

Desde o fim de março, os papéis preferenciais da Mundial mais que triplicaram, enquanto as ações ordinárias cresceram quase nove vezes. Diante deste cenário, os analistas da Empiricus sugerem certo cuidado na compra e venda das ações.

“Sugerimos para quem está interessado no movimento das ações da Mundial uma boa dose de cautela, pois ainda trata-se de uma recomendação com elevado componente de risco e condicionada ao cumprimento de fato do processo de limpeza do balanço da companhia”, conclui a casa de análise de ações.

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