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Rio Bravo defende estratégias sistemáticas para diversificar investimento

Gestora defende, em novo relatório, uso de tecnologia na gestão para interpretar crescente quantidade de informações no mercado

Gestora Rio Bravo: uso de tecnologia para diversificar os investimentos (./Divulgação)

Gestora Rio Bravo: uso de tecnologia para diversificar os investimentos (./Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2020 às 06h05.

Última atualização em 17 de dezembro de 2020 às 10h38.

Quando o economista Harry Markowitz criou, em 1952, um modelo de precificação de ativos para otimizar a relação entre risco e retorno de uma carteira, o mercado financeiro era bem diferente de hoje. Pelo seu papel essencial no desenvolvimento das finanças, Markowitz foi laureado em 1990 com o Prêmio Nobel de Economia, mas agora, 68 anos depois, a hipótese dos investimentos é outra: os modelos usados pelo mercado são muito simplistas para lidar com a realidade, os investidores têm vieses que levam os preços a descolar dos fundamentos e a capacidade de interpretar um alto volume de informações é, e será cada vez mais, o grande diferencial ao investir. Essa é a conclusão do mais novo relatório da Rio Bravo Investimentos, o tradicional “Fronteiras”, divulgado pela EXAME Invest.

Assinado por Andre Blanco, Evandro Buccini e Thiago Resende, o relatório aborda o uso das estratégias sistemáticas na diversificação de investimentos e defende que aliar o conhecimento tecnológico à teoria de finanças é a saída para evitar armadilhas de estratégias que teriam funcionado em algum momento no passado, mas não são replicáveis no futuro. “No mundo, já há trilhões de dólares em fundos sistemáticos de fatores em todas as classes de ativos [...], o que torna a exposição a essa estratégia importante em qualquer carteira de investimentos”, diz o documento.

A chamada abordagem quantitativa consiste em utilizar mecanismos de automação, como algoritmos e machine learning, para interpretar dados e informações do mercado. A partir daí, em maior ou menor grau, a gestora utiliza isso como base para a tomada de decisão de investimentos.

Já a estratégia de fatores consiste em separar e agrupar ativos de acordo com critérios e características comuns que possam ser estatisticamente comprovados -- como o fator crescimento econômico, por meio do qual são identificados os ativos de acordo com a sua exposição ao ciclo da atividade. O fator “qualidade” agrupa ativos de empresas financeiramente saudáveis, enquanto o fator “valor” mede o desconto do ativo em relação ao seu fundamento, para ficar em alguns exemplos.

Os fundos com esse tipo de abordagem -- quantitativa e de fatores, ou ambos -- ganharam muito destaque nos últimos anos com o desenvolvimento da indústria e o crescimento das formas de abordar a análise de investimentos. Alguns nomes grandes na indústria de fundos surgiram apenas com foco na abordagem quantitativa, caso de Giant Steps, Pandhora e Kadima, mas mesmo gestoras já consagradas no mercado vêm fazendo o movimento de investir no desenvolvimento da área, caso da Kapitalo, da Garde -- e da própria Rio Bravo.

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Fundada em 2000, a gestora estuda desde 2014 modelos de investimentos sistemáticos e com aplicação de fatores e, um ano depois, lançou um multimercado dedicado à estratégia, o Rio Bravo Pandas. O processo de investimento do produto começa com a coleta de dados em base proprietária (da própria casa), com informações de mais de 500 mil ativos. O resultado é um fundo que, como boa parte dos produtos quantis do mercado, tem um nível de descorrelação maior com outros fundos e mercados.

“Tanto as carteiras mais conservadoras quanto as mais arrojadas podem se beneficiar da diversificação que esse estilo de investimento pode agregar”, diz o relatório. “Em diversas simulações para diferentes cenários, as carteiras testadas tiveram uma diminuição da volatilidade, resultando em um aumento relevante no índice de Sharpe [medida de retorno de um fundo em relação ao risco tomado] e fazendo com que o máximo drawdown [ponto mais profundo de perda de um fundo em relação ao pico] diminuísse.”

*Juliana Machado é especialista em fundos de investimento da Exame Research, a casa de análise e investimentos da Exame.

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