Resultados da Apple precisam superar mal-estar técnico
Para especialistas em análise técnica de ações, acionistas da Apple podem passar por momentos difíceis
Da Redação
Publicado em 21 de janeiro de 2013 às 13h06.
Nova York/San Francisco - Para aqueles que estudam os indicadores técnicos de ações, a Apple parece ter problemas. Ainda que a companhia seja vista como subvalorizada depois de ter registrado na semana passada a mais baixa cotação em 11 meses e que 90 por cento das corretoras recomendem compra ou manutenção de seus papéis, os acionistas da Apple podem passar por momentos difíceis, se os especialistas em análise técnica de ações tiverem razão.
Eles apontam que gráficos indicam poucos pontos de preço nos quais os investidores podem esperar concentração de compra que sustente as ações da Apple. Por exemplo, o ímpeto da ação a médio prazo, baseado em sua aceleração nos últimos 50 dias, é de queda desde março, mas ainda não chegou a um ponto que estimule vendas exageradas.
Ryan Detrick, analista técnico sênior da Schaeffer's Investment Research, diz que aos preços atuais fica difícil encontrar um ponto claro de entrada, e define a ação como "problemática".
"Eles sofreram muitos danos técnicos, e a tendência de queda parece persistir", disse Detrick. "É uma ação que talvez seja melhor continuar evitando, e é bastante possível, em nossa opinião, que seu desempenho continue deficiente." A Apple tem uma oportunidade de reverter essa situação ao reportar os resultados de quarto trimestre, em 23 de janeiro. Porém, os investidores estão incomumente nervosos porque há informações de que a companhia pode ter reduzido a compra de telas para iPhone e iPad, que juntos respondem por mais de 70 por cento de suas vendas.
Se a Apple for capaz de superar as expectativas mornas de Wall Street por larga margem, isso poderia ajudar a restaurar a confiança sobre sua ação no curto prazo. Não basta a empresa apenas cumprir as metas, pois isso poderia resultar em novas quedas no valor de suas ações no curto prazo, disseram alguns analistas.
A Apple só não atingiu as projeções de analistas em quatro ocasiões, nos 10 últimos anos. Mas duas delas ocorreram no segundo e terceiro trimestres de 2012.
"Se eles ficarem 10 a 15 por cento acima das projeções, haverá quem diga que a Apple voltou", afirmou Chris Bertelsen, vice-presidente de investimento da Global Financial Private Capital, uma empresa de Sarasota com 1,7 bilhão de dólares sob administração.
O fundo reduziu o peso das ações da Apple em sua carteira a menos de 1 por cento de sua carteira, ante 5 a 6 por cento no final do ano passado, mas Bertelsen diz que agora está voltando a ampliar a fatia. Ele vê positivamente as tendências de longo prazo da Apple, com o crescimento do mercado mundial de smartphones, especialmente nos países em desenvolvimento como Índia e Brasil.
Expectativa de lucro
Os analistas estimam em média que a Apple tenha lucro de 13,41 dólares por ação no quarto trimestre, pouco abaixo dos 13,87 dólares obtidos no mesmo período em 2011. A projeção para o faturamento é de que tenha crescido em 18 por cento, para 54,7 bilhões de dólares, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S.
O quarto trimestre costuma ser o mais forte do ano em termos de vendas de bens eletrônicos de consumo, e a Apple lançou um novo produto, o iPad mini, na temporada.
Wall Street estima que a Apple tenha vendido de 47,5 milhões a 53 milhões de iPhones no período, bem acima dos 26,9 milhões de unidades do trimestre anterior, quando o iPhone 5 ainda não havia chegado a todos os mercados. As vendas do iPad foram projetadas em entre 23 milhões e 25 milhões de unidades.
Mais otimistas que pessimistas
As ações da Apple caíram em quase 30 por cento depois de estabelecerem um novo recorde em setembro, em parte devido a preocupações sobre uma possível perda de popularidade de seus aparelhos portáteis.
Com a intensificação da concorrência exercida pela Samsung Electronics e por outras empresas que utilizam o sistema operacional Google Android, os investidores se preocupam com a possibilidade de que os dias de crescimento ultrarrápido da Apple sejam coisa do passado.
Mas ainda há muita gente otimista sobre as perspectivas da Apple em Wall Street. Dos 58 analistas de ações que cobrem a companhia, 48 recomendam ou recomendam fortemente a compra de suas ações, e sete outros recomendam manutenção em carteira, de acordo com dados da Thomson Reuters. Apenas três dos analistas consultados recomendam venda de ações da Apple.
O preço médio estimado para a ação da empresa é de 745 dólares, cerca de 50 por cento acima do valor de fechamento de 500 dólares que a Apple registrou na sexta-feira.
O mercado ainda espera que a Apple continue a mostrar crescimentos de dois dígitos na receita até pelo menos 2015 e uma análise da StarMine sobre o crescimento esperado ao longo da próxima década define o valor intrínseco da ação em cerca de 708 dólares.
As ações da Apple estão sendo negociadas por um valor 15,4 vezes o lucro projetado em 12 meses, um nível que analistas afirmam ser incomumente barato para uma empresa com seu perfil de crescimento.
"É uma grande oportunidade de compra", disse Sandy Villere, gestor na Villere Balanced Fund, que administra 356 milhões de dólares em ativos.
Nova York/San Francisco - Para aqueles que estudam os indicadores técnicos de ações, a Apple parece ter problemas. Ainda que a companhia seja vista como subvalorizada depois de ter registrado na semana passada a mais baixa cotação em 11 meses e que 90 por cento das corretoras recomendem compra ou manutenção de seus papéis, os acionistas da Apple podem passar por momentos difíceis, se os especialistas em análise técnica de ações tiverem razão.
Eles apontam que gráficos indicam poucos pontos de preço nos quais os investidores podem esperar concentração de compra que sustente as ações da Apple. Por exemplo, o ímpeto da ação a médio prazo, baseado em sua aceleração nos últimos 50 dias, é de queda desde março, mas ainda não chegou a um ponto que estimule vendas exageradas.
Ryan Detrick, analista técnico sênior da Schaeffer's Investment Research, diz que aos preços atuais fica difícil encontrar um ponto claro de entrada, e define a ação como "problemática".
"Eles sofreram muitos danos técnicos, e a tendência de queda parece persistir", disse Detrick. "É uma ação que talvez seja melhor continuar evitando, e é bastante possível, em nossa opinião, que seu desempenho continue deficiente." A Apple tem uma oportunidade de reverter essa situação ao reportar os resultados de quarto trimestre, em 23 de janeiro. Porém, os investidores estão incomumente nervosos porque há informações de que a companhia pode ter reduzido a compra de telas para iPhone e iPad, que juntos respondem por mais de 70 por cento de suas vendas.
Se a Apple for capaz de superar as expectativas mornas de Wall Street por larga margem, isso poderia ajudar a restaurar a confiança sobre sua ação no curto prazo. Não basta a empresa apenas cumprir as metas, pois isso poderia resultar em novas quedas no valor de suas ações no curto prazo, disseram alguns analistas.
A Apple só não atingiu as projeções de analistas em quatro ocasiões, nos 10 últimos anos. Mas duas delas ocorreram no segundo e terceiro trimestres de 2012.
"Se eles ficarem 10 a 15 por cento acima das projeções, haverá quem diga que a Apple voltou", afirmou Chris Bertelsen, vice-presidente de investimento da Global Financial Private Capital, uma empresa de Sarasota com 1,7 bilhão de dólares sob administração.
O fundo reduziu o peso das ações da Apple em sua carteira a menos de 1 por cento de sua carteira, ante 5 a 6 por cento no final do ano passado, mas Bertelsen diz que agora está voltando a ampliar a fatia. Ele vê positivamente as tendências de longo prazo da Apple, com o crescimento do mercado mundial de smartphones, especialmente nos países em desenvolvimento como Índia e Brasil.
Expectativa de lucro
Os analistas estimam em média que a Apple tenha lucro de 13,41 dólares por ação no quarto trimestre, pouco abaixo dos 13,87 dólares obtidos no mesmo período em 2011. A projeção para o faturamento é de que tenha crescido em 18 por cento, para 54,7 bilhões de dólares, de acordo com a Thomson Reuters I/B/E/S.
O quarto trimestre costuma ser o mais forte do ano em termos de vendas de bens eletrônicos de consumo, e a Apple lançou um novo produto, o iPad mini, na temporada.
Wall Street estima que a Apple tenha vendido de 47,5 milhões a 53 milhões de iPhones no período, bem acima dos 26,9 milhões de unidades do trimestre anterior, quando o iPhone 5 ainda não havia chegado a todos os mercados. As vendas do iPad foram projetadas em entre 23 milhões e 25 milhões de unidades.
Mais otimistas que pessimistas
As ações da Apple caíram em quase 30 por cento depois de estabelecerem um novo recorde em setembro, em parte devido a preocupações sobre uma possível perda de popularidade de seus aparelhos portáteis.
Com a intensificação da concorrência exercida pela Samsung Electronics e por outras empresas que utilizam o sistema operacional Google Android, os investidores se preocupam com a possibilidade de que os dias de crescimento ultrarrápido da Apple sejam coisa do passado.
Mas ainda há muita gente otimista sobre as perspectivas da Apple em Wall Street. Dos 58 analistas de ações que cobrem a companhia, 48 recomendam ou recomendam fortemente a compra de suas ações, e sete outros recomendam manutenção em carteira, de acordo com dados da Thomson Reuters. Apenas três dos analistas consultados recomendam venda de ações da Apple.
O preço médio estimado para a ação da empresa é de 745 dólares, cerca de 50 por cento acima do valor de fechamento de 500 dólares que a Apple registrou na sexta-feira.
O mercado ainda espera que a Apple continue a mostrar crescimentos de dois dígitos na receita até pelo menos 2015 e uma análise da StarMine sobre o crescimento esperado ao longo da próxima década define o valor intrínseco da ação em cerca de 708 dólares.
As ações da Apple estão sendo negociadas por um valor 15,4 vezes o lucro projetado em 12 meses, um nível que analistas afirmam ser incomumente barato para uma empresa com seu perfil de crescimento.
"É uma grande oportunidade de compra", disse Sandy Villere, gestor na Villere Balanced Fund, que administra 356 milhões de dólares em ativos.