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Queda do dólar é limitada no Brasil por fala de Tombini

Enquanto lá fora a moeda americana recua generalizadamente com investidores apostando num PIB fraco dos EUA, o mercado de câmbio local atua sob moderação

O presidente do BC, Alexandre Tombini, reafirmou nesta sexta-feira em Londres que o BC está pronto para agir para assegurar que mercado cambial funcione (Álvaro Motta/Veja)

O presidente do BC, Alexandre Tombini, reafirmou nesta sexta-feira em Londres que o BC está pronto para agir para assegurar que mercado cambial funcione (Álvaro Motta/Veja)

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Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2012 às 10h42.

São Paulo - O mercado futuro de câmbio da BM&FBovespa acompanha discretamente neste início de sessão a queda externa do dólar em relação ao euro, o iene e as moedas de países emergentes com forte correlação com commodities.

Enquanto lá fora a moeda americana recua generalizadamente com investidores apostando num PIB fraco dos EUA e em novas ações de estímulo pelo Federal Reserve no curto prazo, o mercado de câmbio local atua sob moderação. O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, reafirmou nesta sexta-feira em Londres que o BC está pronto para agir para assegurar que mercado cambial funcione apropriadamente.

De modo geral, os participantes dos mercados se posicionam para receber a primeira prévia do PIB do segundo trimestre dos Estados Unidos, daqui a pouco. Se o crescimento da economia americana de abril a junho cair para o 1,3% estimado pelos analistas, abaixo do 2,1% de expansão de primeiro trimestre, deve intensificar o declínio do dólar, porque ampliará expectativas de alguma ação de estímulo por parte do Federal Reserve já em sua reunião de política monetária da próxima semana.

Paralelamente, os dados econômicos negativos na zona do euro hoje reforçam as apostas de que o Banco Central Europeu também já poderá adotar medidas para "salvar o euro" em seu encontro na semana que vem. A possibilidade cresceu com a promessa ontem do presidente da instituição, Mario Draghi, de que o BCE está pronto para fazer o que for preciso para preservar o euro.

No mercado doméstico, a intensidade do declínio do dólar ante o real deve continuar limitada ao longo da sessão. Isso porque o BC poderá intervir no mercado futuro para garantir liquidez e minimizar a volatilidade, se for necessário, afirmou o operador de câmbio da Correparti, de Curitiba, Judson Preuss.

Segundo ele, a advertência de Tombini significa que, se houver risco de valorização acentuada do real nesta sexta-feira e nas próximas sessões, o BC poderá intervir para dar sustentação ao dólar, de modo que a moeda americana não rompa o suporte informal recente de R$ 2,01. "O dólar ante o real deve continuar com volatilidade controlada, dentro de uma faixa estreita", avaliou. Também há expectativas pelo anúncio de pesquisa de demanda para a rolagem do próximo vencimento de US$ 4,5 bilhões em contratos de swap cambial em 1º de agosto.

Na BM&FBovespa, o contrato de dólar que vence em 1º de agosto de 2012 abriu com leve queda de 0,05%, a R$ 2,0215. Até 9h11, oscilou entre R$ 2,020 (-0,12%) e R$ 2,0225 (estável).

Em Nova York, nesse horário, o euro estava em US$ 1,2311, de US$ 1,2281 no fim da tarde de ontem. O dólar americano recuava 0,27% ante o dólar australiano; caía 0,25% em relação ao dólar canadense; perdia 0,1487% diante da rupia indiana; e cedia 0,55% em relação ao dólar neozelandês.

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