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Queda de juros e crescimento mais fraco nos EUA favorecem queda do dólar, diz Gavekal

Economistas esperam por efeito tardio de juros altos na economia americano e mercado de trabalho mais lento

Dólar: moeda está cotada a R$ 5,62 (Igor Golovniov/Getty Images)

Publicado em 29 de agosto de 2024 às 17h07.

Cotado próximo de R$ 5,62, o dólar acumula valorização de 15,8%no ano frente ao real. Há, no entanto, motivos para acreditar que o preço da moeda americana irá arrefecer, especialmente em países emergentes. Essa é a perspectiva da Gavekal Research, casa de análise internacional liderada pelos renomados economistas Louis Gave e Anatole Kaletsky.

A perspectiva de crescimento mais lento nos Estados Unidos e taxas de juros mais baixas no país apontam para um enfraquecimento do dólar americano, o que aliviará as condições de financiamento em grande parte do mundo emergente”, afirma o relatório da Gavekal.

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Os especialistas da Gavekal não acreditam numa recessão no mercado americano, mas avaliam que a maior economia do mundo passará por uma desaceleração. Um dos motivos, diz o relatório, é a demora para a política monetária ter efeito sobre a economia real. Os juros, que atualmente estão entre 5,25% e 5,5%, ainda pesará negativamente sobre a atividade antes de a esperada queda da taxa estimular a economia.

A Gavekal também pondera que os estímulos fiscais estão diminuindo nos Estados Unidos, o mercado de trabalho esfriando e o déficit comercial deverá aumentar como consequência de um dólar mais caro nos anos anteriores.

Por outro lado, diz o relatório, os recentes ganhos dos americanos na bolsa e no mercado imobiliário deverão estimular o consumo e a inteligência artificial aumentar a produtividade, o que, segundo os especialistas, deverão ajudar os Estados Unidos a evitarem uma recessão.

“Embora isso seja, sem dúvida, uma boa notícia, o crescimento global mais amplo provavelmente não se sustentará bem à medida que os EUA desacelerarem”, diz a Gavekal.

China e a Europa

A perspectiva da Gavekal segue negativa para a China, onde vê baixo ímpeto por parte do governo em estimular a economia e reduzir os danos da crise imobiliária. E ainda que veja uma melhora na atividade na Europa, a casa de análise não acredita que será suficiente para puxar o crescimento mundial.

Assim, o quadro global geral é que o crescimento mais lento nos EUA e o ímpeto fraco da China significarão, em geral, uma demanda externa fraca que limitará o crescimento em economias como a Europa e mercados emergentes.

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