Private equity vê fundo brasileiro levantando até US$ 15 bilhões
No ano passado, empresas de investimentos empresariais levantaram cerca de 5 bilhões de dólares
Da Redação
Publicado em 13 de abril de 2010 às 22h56.
Rio de Janeiro - Fundos de private equity e de capital de risco sediados no Brasil podem levantar até 15 bilhões de dólares de investidores até a metade de 2011, em meio ao crescimento econômico e à alta do apetite ao risco, que criam demanda de investimentos, disse um executivo do setor nesta terça-feira.
No ano passado, empresas de investimentos empresariais levantaram cerca de 5 bilhões de dólares. Nos 12 meses até junho ou julho de 2011, o valor pode triplicar já que fundos de pensão e instituições estrangeiras destinam mais dinheiro para o Brasil, disse Sidney Chameh, presidente da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (ABVCAP).
Os comentários de Chameh foram feitos um dia após a Advent International, private equity norte-americana, ter levantado o maior valor para um fundo latino-americano. A empresa, liderada por Patrice Etlin, levantou 1,65 bilhão de dólares após 17 meses de trabalhos.
"Estamos vindo de uma viagem atribulada nos mercados e, agora que os investidores em geral, que se tornaram mais seletivos durante a crise, veem o Brasil como um porto seguro, o resultado óbvio deve ser a maciça angariação de fundos", disse Chameh na cúpula anual da ABVCAP.
Mais de 40 milhões de brasileiros subiram à classe média nos últimos seis anos e outros 40 milhões deverão aderir em 2015, disse em entrevista Fernando Borges, diretor de negócios para o Brasil do Carlyle Group.
Isso, juntamente com os gastos do governo em infraestrutura e o boom na agricultura e na mineração está ajudando a impulsionar o crescimento, que poderá chegar a 6 por cento neste ano, após uma contração de 0,2 por cento em 2009, disseram analistas.
"Crescimento é a chave. É por isso que estamos tão otimistas em termos de angariação de fundos", disse Chameh, um parceiro da empresa de private equity DGF Investimentos.
Chameh disse que a indústria está trabalhando atualmente em um plano para implementar um código de auto-regulação. Nenhum calendário para o código foi revelado.