Exame Logo

Previdência derruba bolsa

Esta quarta-feira escancarou uma verdade: a frágil recuperação da economia brasileira e o consequente bom momento da bolsa estão totalmente dependentes da reforma da Previdência. O Ibovespa caiu 1,51% hoje após uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelar que 242 deputados são contrários à reforma, 37 a mais do que o mínimo […]

BOLSA: otimismo com reforma levou Ibovespa aos 66.700 pontos / (Germano Lüders/Exame)
DR

Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2017 às 20h26.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h44.

Esta quarta-feira escancarou uma verdade: a frágil recuperação da economia brasileira e o consequente bom momento da bolsa estão totalmente dependentes da reforma da Previdência. O Ibovespa caiu 1,51% hoje após uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo revelar que 242 deputados são contrários à reforma, 37 a mais do que o mínimo necessário para barrá-la. No início do dia, a bolsa chegou a subir 0,67% com boas notícias na economia chinesa e um alívio pelo adiamento do julgamento da chapa Dilma-Temer no Tribunal Superior Eleitoral, mas despencou durante a tarde.

O levantamento do Estadão revela que as recentes concessões do governo Michel Temer — deixando de fora servidores estaduais e municipais, por exemplo — ainda não são suficientes para aprovar a reforma mais importante do ano. O problema é que, se o governo tiver de ceder demais, a reforma deixará de causar o impacto econômico necessário para tirar o país do atoleiro. Em entrevista na edição de EXAME que chega nesta quinta-feira às bancas (e em EXAME Hoje), o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou que “não admite a ideia de uma reforma aguada”. Disse também que espera aprovar o texto ainda no primeiro semestre e que conta com 411 deputados favoráveis. Seriam, portanto, apenas 102 contrários.

Veja também

As consequências econômicas da não aprovação da reforma da Previdência são conhecidas, e arrebatadoras. Sem ela, o governo teria dificuldade em controlar as contas, e a dívida pública continuaria a crescer, aumentando o risco de calote. No curto prazo, o aumento de confiança dos investidores e das empresas se esvairia. “Uma derrota da Previdência só fortaleceria o discurso extremista”, afirma Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados e colunista de EXAME Hoje. “Sem essa reforma, a economia volta à recessão neste ano e entrega a riscos desnecessários empresas que já tiveram muitas dificuldades.” Segundo a MB, com a reforma, o Brasil poderia crescer 1% em 2017 e 2,6% em 2018. Nos próximos dias, a força política do governo será acompanhada de perto.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteExame Hoje

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mercados

Mais na Exame