Presidente sai da TIM e deixa queda das ações na conta
Analistas apontam as dúvidas sobre a continuidade da estratégia de Luciani, que ‘limpou’ os resultados da empresa
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2012 às 13h53.
São Paulo – A saída de Luca Luciani da presidência da TIM Participações ( TIMP3 ) continua derrubando as ações neste pregão. A queda começou já na última quinta-feira, quando o jornalista Lauro Jardim, da revista Veja, apontou o que ainda era uma possibilidade.
Só naquele pregão, a queda foi de 5,84%. A derrubada se estendeu pela sexta-feira e em dois dias, a companhia perdeu 7,16%. Hoje, o mercado opera com a certeza, e não mais com especulações. O executivo renunciou e as ações atingiram desvalorização de 5,61% na mínima do dia. Na bolsa italiana, o papel da Telecom Italia sobe 1,55% perto do fechamento.
Saída repentina
Segundo Alex Pardellas, analista do Banif Investment, o principal motivo para a queda nos primeiros pregões após a notícia é o ambiente de incerteza. “Ele vinha conduzindo a empresa muito bem nos últimos anos e a saída é repentina”, diz. Apesar de esperar queda no curto-prazo, o analista não mudou sua recomendação ‘neutra’ para os papéis, ou seu preço-alvo de 12,50 reais.
O BTG Pactual afirma que a saída é negativa para a empresa por conta da bem sucedida gestão do executivo. “Luciani foi o líder por trás da impressionante reviravolta operacional da TIM”, afirmou Carlos Sequeira, analista do BTG Pactual, em relatório enviado para clientes.
Segundo o analista, quando o executivo assumiu a presidência da TIM em 2009, as operações da empresa estavam num estado muito ruim. A base de clientes tinha diminuído, a qualidade da rede e do atendimento ao consumidor eram “pobres”, e a provisão para clientes duvidosos estava crescendo.
Líder popular e carismático
“Em menos de dois anos, Luciani e sua equipe reviraram o negócio, tornando a TIM a segunda maior operadora do Brasil”, afirma o analista, que destaca inclusive pontos pessoais no estilo do executivo. “Luca conhece o negócio e é um líder carismático e proativo”, diz.
O analista destaca que ele foi o responsável por recrutar boa parte dos outros executivos e que sua saída pode desacelerar os projetos e criar riscos para sua execução. A recomendação do BTG para os papéis também é neutra, com preço-alvo de 11 reais.
Mauricio Fernandes, analista do Bank of America Merrill Lynch também elogiou a gestão da Luciani, apontado como o responsável por estratégias como a compra da Intelig e da Atimus. Ainda assim, ele recomenda compra das ações da TIM.
Os analistas do HSBC também acreditam que a saída de Luciani será negativa para a empresa. “Destacamos a popularidade de Luciani com o mercado – motivada, a nosso ver, pelos níveis elevados de divulgação de informações e por sua evidente familiaridade com os mínimos detalhes da empresa”, afirmaram os analistas Richard Dineen, Sean Glickenhaus e Luigi Minerva em relatório. A recomendação continua sendo de overweight (alocação acima da média do mercado).
A corretora Omar Camargo é outra que não está confiante no desempenho das ações da TIM, que devem continuar caindo no curto prazo. Os analistas tinham indicado a empresa em sua carteira recomendada para maio, mas hoje promoveram uma troca extraordinária baseada na saída de Luciani, elegendo os papéis da EcoRodovias (ECOR3) no lugar.
Um substituto a altura?
Por enquanto, a corretora Citi é uma das poucas que não está muito preocupada com o futuro da TIM. Também em relatório para clientes, o analista Alexandre Garcia reiterou a recomendação de compra para as ações da empresa, por acreditar que “os fundamentos continuam sólidos”.
“Embora a contribuição de Luciani tenha sido inegavelmente importante para a TIM, ele não teria conseguido atingir suas metas sem a ajuda da alta administração e outros 10 mil funcionários”, diz.
Por enquanto, quem fica no cargo de presidente da Tim é Andrea Mangoni, atual diretor financeiro do Grupo Telecom Italia. A empresa ainda definirá um substituto definitivo para o cargo de Luciani.
Em relatório para clientes, Mauricio Fernandes, do Bank of America Merrill Lynch, arrisca o palpite de que o próximo executivo, provavelmente, sairá da Telecom Italia. “O novo CEO encontrará um investidor com altas expectativas”, alerta.
São Paulo – A saída de Luca Luciani da presidência da TIM Participações ( TIMP3 ) continua derrubando as ações neste pregão. A queda começou já na última quinta-feira, quando o jornalista Lauro Jardim, da revista Veja, apontou o que ainda era uma possibilidade.
Só naquele pregão, a queda foi de 5,84%. A derrubada se estendeu pela sexta-feira e em dois dias, a companhia perdeu 7,16%. Hoje, o mercado opera com a certeza, e não mais com especulações. O executivo renunciou e as ações atingiram desvalorização de 5,61% na mínima do dia. Na bolsa italiana, o papel da Telecom Italia sobe 1,55% perto do fechamento.
Saída repentina
Segundo Alex Pardellas, analista do Banif Investment, o principal motivo para a queda nos primeiros pregões após a notícia é o ambiente de incerteza. “Ele vinha conduzindo a empresa muito bem nos últimos anos e a saída é repentina”, diz. Apesar de esperar queda no curto-prazo, o analista não mudou sua recomendação ‘neutra’ para os papéis, ou seu preço-alvo de 12,50 reais.
O BTG Pactual afirma que a saída é negativa para a empresa por conta da bem sucedida gestão do executivo. “Luciani foi o líder por trás da impressionante reviravolta operacional da TIM”, afirmou Carlos Sequeira, analista do BTG Pactual, em relatório enviado para clientes.
Segundo o analista, quando o executivo assumiu a presidência da TIM em 2009, as operações da empresa estavam num estado muito ruim. A base de clientes tinha diminuído, a qualidade da rede e do atendimento ao consumidor eram “pobres”, e a provisão para clientes duvidosos estava crescendo.
Líder popular e carismático
“Em menos de dois anos, Luciani e sua equipe reviraram o negócio, tornando a TIM a segunda maior operadora do Brasil”, afirma o analista, que destaca inclusive pontos pessoais no estilo do executivo. “Luca conhece o negócio e é um líder carismático e proativo”, diz.
O analista destaca que ele foi o responsável por recrutar boa parte dos outros executivos e que sua saída pode desacelerar os projetos e criar riscos para sua execução. A recomendação do BTG para os papéis também é neutra, com preço-alvo de 11 reais.
Mauricio Fernandes, analista do Bank of America Merrill Lynch também elogiou a gestão da Luciani, apontado como o responsável por estratégias como a compra da Intelig e da Atimus. Ainda assim, ele recomenda compra das ações da TIM.
Os analistas do HSBC também acreditam que a saída de Luciani será negativa para a empresa. “Destacamos a popularidade de Luciani com o mercado – motivada, a nosso ver, pelos níveis elevados de divulgação de informações e por sua evidente familiaridade com os mínimos detalhes da empresa”, afirmaram os analistas Richard Dineen, Sean Glickenhaus e Luigi Minerva em relatório. A recomendação continua sendo de overweight (alocação acima da média do mercado).
A corretora Omar Camargo é outra que não está confiante no desempenho das ações da TIM, que devem continuar caindo no curto prazo. Os analistas tinham indicado a empresa em sua carteira recomendada para maio, mas hoje promoveram uma troca extraordinária baseada na saída de Luciani, elegendo os papéis da EcoRodovias (ECOR3) no lugar.
Um substituto a altura?
Por enquanto, a corretora Citi é uma das poucas que não está muito preocupada com o futuro da TIM. Também em relatório para clientes, o analista Alexandre Garcia reiterou a recomendação de compra para as ações da empresa, por acreditar que “os fundamentos continuam sólidos”.
“Embora a contribuição de Luciani tenha sido inegavelmente importante para a TIM, ele não teria conseguido atingir suas metas sem a ajuda da alta administração e outros 10 mil funcionários”, diz.
Por enquanto, quem fica no cargo de presidente da Tim é Andrea Mangoni, atual diretor financeiro do Grupo Telecom Italia. A empresa ainda definirá um substituto definitivo para o cargo de Luciani.
Em relatório para clientes, Mauricio Fernandes, do Bank of America Merrill Lynch, arrisca o palpite de que o próximo executivo, provavelmente, sairá da Telecom Italia. “O novo CEO encontrará um investidor com altas expectativas”, alerta.