Praga que atinge café afeta rentabilidade na última safra
Produção em Minas Gerais deve ser 20,7% menor, em relação à última safra
Gabriela Monteiro
Publicado em 7 de novembro de 2017 às 19h17.
Última atualização em 18 de setembro de 2019 às 16h39.
São Paulo - Diversos fatores devem reduzir a produtividade do café na safra 2017 no país. Além da bienalidade negativa na maior parte do país, quando há alternância de safras de alta produtividade com outras de baixo rendimento, o clima pode ter contribuído para a incidência da broca-do-café, praga considerada uma das mais agressivas para os cafezais.
Só no estado de Minas Gerais, que produz a metade de todo o café brasileiro, a produção ficou 20,7% menor em relação à safra passada, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em Guaxupé, por exemplo, o resultado deve ficar no patamar das 14 milhões de sacas, 3 milhões a menos que na safra anterior.
Em São Paulo, há incidência da mesma praga em quase todas as regiões produtoras. Com a colheita já praticamente finalizada, os dados paulistas apontam para uma queda de 28,6% na produtividade e de 28,23% na produção. Isso resulta em uma redução de 1,7 milhão de sacas, quando comparada ao ano anterior.
A broca-do-café é um besouro que provoca a perda de peso e interfere diretamente na qualidade dos grãos. Dependendo do nível de infestação, os prejuízos podem chegar, em média, a 20% no peso do café, resultando em uma perda de até 150 reais por saca. A maior parte das ocorrências se dá em locais onde a colheita é mecanizada, pois muitos produtores acabam deixando os frutos remanescentes para trás.
As infestações por broca vêm apresentando grandes problemas desde 2013, quando o defensivo mais utilizado para o controle da praga foi proibido no país. Desde então, novos defensivos têm sido utilizados, porém, com menor eficácia e maior custo se comparado ao produto anteriormente utilizado.
O Brasil é o maior produtor e exportador do produto do mundo, abastecendo 30% do consumo global. No mundo, o grão é cultivado em mais de 60 países, com uma produção anual que gira em torno de 155 milhões de sacas.