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Petrobras seduz caçador de barganha com papel garantido

Os ganhos mostram a intensidade com que os investidores estão procurando por pechinchas à medida que se aprofunda a crise de dívida europeia

As dívidas, garantidas pelas receitas de navios utilizados pela Petrobras, têm atraído investidores porque oferecem rendimentos mais altos do que títulos de crédito superiores (Divulgação)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2012 às 15h54.

Nova York - A venda generalizada de ativos nos mercados internacionais está gerando demanda por títulos considerados grau de investimento e garantidos por navios- plataformas usados pela Petróleo Brasileiro SA.

As dívidas, garantidas pelas receitas geradas por navios utilizados pela Petrobras , têm atraído investidores porque oferecem rendimentos mais altos do que títulos com notas de crédito superiores, e ainda oferecem mais segurança do que os chamados junk bonds, segundo o Crédit Agricole Securities. Os rendimentos de títulos vendidos pela Schahin Petróleo e Gás SA caíram 7 pontos-base nos últimos cinco dias, para 6,04 por cento, segundo o Trace. Os rendimentos de dívidas corporativas brasileiras consideradas grau de investimento subiram 19 pontos- base para 4,86 por cento, segundo o Credit Suisse Group AG.

Os ganhos mostram a intensidade com que os investidores estão procurando por pechinchas à medida que o aprofundamento da crise de dívida europeia dispara uma venda generalizada de papéis de risco mais elevado. Os títulos vendidos pela Schahin são cobertos por navios-plataformas usados pela Petrobras para perfurar poços na maior descoberta de petróleo no Ocidente desde o campo de Cantarell, no México, em 1976.

“Nós vemos oportunidades aqui, já que essa é uma das formas de se expor indiretamente ao risco soberano do país e receber um prêmio”, disse Marco Aurélio de Sá, diretor do Crédit Agricole, em entrevista por telefone de Miami. “Em geral, existe uma aversão a risco na categoria, e os investidores estão se concentrando mais na esfera da dívida soberana e semissoberana.”

Plataformas de perfuração

O rendimento dos títulos garantidos por receita da Queiróz Galvão Óleo e Gás SA com prazo médio de 2,9 anos aumentou um ponto-base, ou 0,01 ponto percentual, na última semana para 5,2 por cento, de acordo com o Trace, sistema de preços de títulos de dívida da Autoridade Reguladora da Indústria Financeira. Títulos de dívida de prazo similar da Petrobras pagam 2,47 por cento, enquanto papéis de empresas globais de energia rendem em média 3,48 por cento, de acordo com o Bank of America Corp.

A Queiroz Galvão vendeu US$ 700 milhões em bônus garantidos por receita com petróleo em julho, para refinanciar duas plataformas de perfuração que foram alugadas pela Petrobras desde que foram adquiridas em 1994 e 1996. Pelos acordos, a Queiroz Galvão opera as sondas e recebe uma taxa diária em dólares quando estão em operação. A classificação de risco Baa3 da Queiroz Galvão pela Moody’s Investors Service é três níveis inferior à da Petrobras e um nível menor que a do governo brasileiro.

"Ausência de risco"

Representantes da Queiroz Galvão não responderam a telefonema e e-mail em busca de comentários.


Os títulos garantidos por receita da Queiroz Galvão, Schahin e Odebrecht Óleo e Gás SA se beneficiam da forte capacidade de pagamento pela Petrobras em tempo hábil, de acordo com a analista da Moody’s, Laura Barrientos.

“É uma combinação de qualidade do fluxo de caixa juntamente com a ausência de risco de produção” para os navios, disse Barrientos em entrevista por telefone de Nova York. “Se um campo estiver seco, isso não diz respeito aos operadores do navio. Eles apenas têm de estar disponíveis e operacionais.”

A Schahin emitiu US$ 750 milhões em dívida com cupom de 5,88 por cento em 21 de março. O pagamento dos papéis é garantido principalmente por receitas de um contrato de locação da sonda de perfuração Sertão por 10 anos para Petrobras e de um acordo de prestação de serviços para operação da embarcação.

Um representante da Schahin que pediu para não ser identificado se negou a fazer comentários.

"Bastante atraente"

“Você recebe de 140 a 200 pontos-base a mais do que com a Petrobras para o mesmo prazo, ou vida média, então é bastante atraente”, disse Esther Chan, que ajuda a administrar cerca de US$ 8 bilhões em ativos de mercados emergentes na Aberdeen Asset Management em Londres, em entrevista por telefone. “Mais importante: em períodos de estresse você sabe que não haverá qualquer problema de liquidez. Da perspectiva de fluxo de caixa, fico confortável.”

Para Bevan Rosenbloom, analista de dívida do Citigroup Inc., os bônus garantidos por sondas de perfuração são mais arriscados do que a dívida da Petrobras.

“No fim das contas, a questão é que são ativos únicos ou duplos -- uma embarcação ou duas”, disse Rosenbloom em entrevista por telefone de Nova York. “Se aquela embarcação explodir, você vai ter de esperar para ver se o seguro funciona mesmo. Não é o risco puro da Petrobras. O maior risco é que há um número pequeno de ativos.”

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Nova York - A venda generalizada de ativos nos mercados internacionais está gerando demanda por títulos considerados grau de investimento e garantidos por navios- plataformas usados pela Petróleo Brasileiro SA.

As dívidas, garantidas pelas receitas geradas por navios utilizados pela Petrobras , têm atraído investidores porque oferecem rendimentos mais altos do que títulos com notas de crédito superiores, e ainda oferecem mais segurança do que os chamados junk bonds, segundo o Crédit Agricole Securities. Os rendimentos de títulos vendidos pela Schahin Petróleo e Gás SA caíram 7 pontos-base nos últimos cinco dias, para 6,04 por cento, segundo o Trace. Os rendimentos de dívidas corporativas brasileiras consideradas grau de investimento subiram 19 pontos- base para 4,86 por cento, segundo o Credit Suisse Group AG.

Os ganhos mostram a intensidade com que os investidores estão procurando por pechinchas à medida que o aprofundamento da crise de dívida europeia dispara uma venda generalizada de papéis de risco mais elevado. Os títulos vendidos pela Schahin são cobertos por navios-plataformas usados pela Petrobras para perfurar poços na maior descoberta de petróleo no Ocidente desde o campo de Cantarell, no México, em 1976.

“Nós vemos oportunidades aqui, já que essa é uma das formas de se expor indiretamente ao risco soberano do país e receber um prêmio”, disse Marco Aurélio de Sá, diretor do Crédit Agricole, em entrevista por telefone de Miami. “Em geral, existe uma aversão a risco na categoria, e os investidores estão se concentrando mais na esfera da dívida soberana e semissoberana.”

Plataformas de perfuração

O rendimento dos títulos garantidos por receita da Queiróz Galvão Óleo e Gás SA com prazo médio de 2,9 anos aumentou um ponto-base, ou 0,01 ponto percentual, na última semana para 5,2 por cento, de acordo com o Trace, sistema de preços de títulos de dívida da Autoridade Reguladora da Indústria Financeira. Títulos de dívida de prazo similar da Petrobras pagam 2,47 por cento, enquanto papéis de empresas globais de energia rendem em média 3,48 por cento, de acordo com o Bank of America Corp.

A Queiroz Galvão vendeu US$ 700 milhões em bônus garantidos por receita com petróleo em julho, para refinanciar duas plataformas de perfuração que foram alugadas pela Petrobras desde que foram adquiridas em 1994 e 1996. Pelos acordos, a Queiroz Galvão opera as sondas e recebe uma taxa diária em dólares quando estão em operação. A classificação de risco Baa3 da Queiroz Galvão pela Moody’s Investors Service é três níveis inferior à da Petrobras e um nível menor que a do governo brasileiro.

"Ausência de risco"

Representantes da Queiroz Galvão não responderam a telefonema e e-mail em busca de comentários.


Os títulos garantidos por receita da Queiroz Galvão, Schahin e Odebrecht Óleo e Gás SA se beneficiam da forte capacidade de pagamento pela Petrobras em tempo hábil, de acordo com a analista da Moody’s, Laura Barrientos.

“É uma combinação de qualidade do fluxo de caixa juntamente com a ausência de risco de produção” para os navios, disse Barrientos em entrevista por telefone de Nova York. “Se um campo estiver seco, isso não diz respeito aos operadores do navio. Eles apenas têm de estar disponíveis e operacionais.”

A Schahin emitiu US$ 750 milhões em dívida com cupom de 5,88 por cento em 21 de março. O pagamento dos papéis é garantido principalmente por receitas de um contrato de locação da sonda de perfuração Sertão por 10 anos para Petrobras e de um acordo de prestação de serviços para operação da embarcação.

Um representante da Schahin que pediu para não ser identificado se negou a fazer comentários.

"Bastante atraente"

“Você recebe de 140 a 200 pontos-base a mais do que com a Petrobras para o mesmo prazo, ou vida média, então é bastante atraente”, disse Esther Chan, que ajuda a administrar cerca de US$ 8 bilhões em ativos de mercados emergentes na Aberdeen Asset Management em Londres, em entrevista por telefone. “Mais importante: em períodos de estresse você sabe que não haverá qualquer problema de liquidez. Da perspectiva de fluxo de caixa, fico confortável.”

Para Bevan Rosenbloom, analista de dívida do Citigroup Inc., os bônus garantidos por sondas de perfuração são mais arriscados do que a dívida da Petrobras.

“No fim das contas, a questão é que são ativos únicos ou duplos -- uma embarcação ou duas”, disse Rosenbloom em entrevista por telefone de Nova York. “Se aquela embarcação explodir, você vai ter de esperar para ver se o seguro funciona mesmo. Não é o risco puro da Petrobras. O maior risco é que há um número pequeno de ativos.”

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