Serão ofertadas 291,25 milhões de ações, além de cerca de 43,687 milhões de ações no lote suplementar e de 58,25 milhões no lote adicional (Victor Moriyama/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 3 de julho de 2019 às 10h16.
Última atualização em 6 de julho de 2020 às 12h11.
Rio de Janeiro — A Petrobras poderá levantar até 9,28 bilhões de reais com a privatização de sua subsidiária BR Distribuidora , que deverá ocorrer neste mês a partir de uma oferta pública secundária de ações da maior distribuidora de combustíveis do Brasil na B3.
Conforme o prospecto preliminar da oferta, publicado nesta quarta-feira, a Petrobras buscará vender de 25% a 33,75% do capital social da subsidiária. A oferta total de ações dependerá do exercício de lotes adicional e suplementar.
Atualmente, a Petrobras detém uma participação de 71,25% na subsidiária, após ter feito no final de 2017 uma oferta inicial de ações que levantou aproximadamente R$ 5 bilhões. Com a oferta, a petroleira estatal reduzirá sua participação para menos de 50%, efetivamente privatizando a BR.
Serão ofertadas 291,25 milhões de ações, além de cerca de 43,687 milhões de ações no lote suplementar e de 58,25 milhões no lote adicional.
Dado o preço de fechamento de terça-feira das ações ordinárias da BR, a 23,60 reais por ação, a oferta levantaria entre 6,87 bilhões e 9,28 bilhões de reais.
O conselho de administração da petroleira estatal havia aprovado em maio a venda da participação.
A empresa informou que a data de início da oferta será divulgada mediante a divulgação do anúncio de início, com data estimada para 24 de julho e prevê precificar a oferta em 23 de julho. As vendas dos lotes suplementar e adicional poderão ser concluídas até 28 de agosto, de acordo com o documento.
"O pedido de registro da oferta encontra-se atualmente sob a análise da CVM, estando a oferta sujeita à sua prévia aprovação", disse a Petrobras, destacando que não haverá registro da oferta ou das ações no exterior.
A oferta secundária será coordenada por JPMorgan, Citigroup, Bank of America Merrill Lynch, Credit Suisse, Itaú BBA e Santander Brasil.
O oferta ocorre como parte de um amplo programa de desinvestimentos da Petrobras que vem ocorrendo nos últimos anos, mas que vem se intensificando durante o governo de Jair Bolsonaro, que nomeou o economista Roberto Castello Branco, de linha liberal, para presidir a empresa.
A atual gestão da estatal busca levantar recursos com a venda de ativos considerados não essenciais para focar seus esforços na exploração e produção de petróleo e gás em águas profundas e ultraprofundas, de alta rentabilidade.
Além do controle da BR, a empresa também está em busca de vender diversos campos de petróleo maduros, ativos diversos do setor de gás natural, 50% da capacidade de refino do Brasil, dentre outros.