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Perda com derivativos faz ação da Aracruz despencar

Acionista da Aracruz, VCP também sente o impacto da desvalorização em seus papéis

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2010 às 21h20.

 Bastaram poucos minutos de pregão nesta sexta-feira (3/10) para que as ações da Aracruz despencassem mais de 10% e passassem a liderar a lista das maiores quedas do Ibovespa no dia. O movimentou fora do normal levou a BM&amp;FBovespa a leiloar o papel por cerca de uma hora, mas isso não segurou as cotações e a ação voltou a despencar. Às 11h38, os papéis <a href="http://www.investinfo.com.br/abrilexame/Highlights.aspx?acao=ARCZ6" target="_blank"><strong>(ARCZ6)</strong></a> registravam desvalorização de 17,05%, negociados a 5,35 reais e refletindo as perdas da companhia no mercado de derivativos.</p> 

Os investidores se apressaram a vender as ações depois que a companhia informou que seu prejuízo com operações de câmbio no mercado futuro seriam de 1,95 bilhão de reais caso os contratos fossem liquidados em 30 de setembro. Como o prazo médio dos contratos é de 12 meses, a empresa não está obrigada a desembolsar esse valor no momento. No terceiro trimestre, no entanto, o impacto da variação cambial nos resultados da companhia será de cerca de 330 milhões de reais, o equivalente a um terço de seu caixa.

Especialistas consultados pela agência Reuters dizem, porém, que ainda é cedo para saber qual será o real impacto das perdas nas contas da empresa. Marco Saravalle, analista da corretora Coinvalores, afirma que vai esperar a divulgação do balanço trimestral consolidado da Aracruz, que deverá ser publicado no próximo dia 17, para avaliar o estrago. "Ainda não ficou claro se o 1,95 (bilhão de reais) será diluído ao longo do tempo ou mesmo se será o caso de a perda poder ser menor que isso", diz o analista, ressaltando que a queda nas ações também é impulsionada pela aversão dos investidores a risco nesse momento de crise internacional no mercado financeiro.

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A notícia não desagradou apenas aos acionistas da Aracruz, mas também àqueles que investem na Votorantim Celulose e Papel (VCP). Ao lado do grupo Safra, a companhia é uma das controladoras da Aracruz, e deverá sentir o impacto das perdas em seus resultados - motivo suficiente para provocar uma queda de 2% nos papéis da companhia (VCPA4) nesta manhã, que passaram a ser cotados a 25,23 reais.

No mês passado, a VCP entrou em acordo com o grupo Safra para adquirir a fatia da família Lorentzen, fundadora da Aracruz, e assim aumentar sua participação no negócio de 28% para 56%. O valor da operação não foi divulgado, mas em agosto a VCP havia oferecido 2,71 bilhões de reais pelas ações. Como o grupo Safra detinha preferência na compra da participação da família Lorentzen, a venda à VCP só poderia ser efetivada com seu aval - o que leva os analistas a crerem que os Safra receberam uma compensação financeira pela autorizar o negócio.

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