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Para UBS, rali dos mercados não chegou ao fim

Banco suíço reforça visão otimista para ações, em meio à expectativa por vacina contra Covid-19 nos próximos meses e de mais estímulos monetário e fiscal

(Cris Faga/Getty Images)
PB

Paula Barra

Publicado em 9 de novembro de 2020 às 19h04.

Última atualização em 9 de novembro de 2020 às 19h13.

Apesar de Donald Trump ter deixado claro que a transição de governo não será tranquila nos Estados Unidos, o UBS acredita que essa questão não será um driver importante para os mercados nos próximos meses, uma vez que a margem de vitória do democrata Joe Biden reduz as dúvidas sobre o resultado final da eleição americana. Com isso, o banco suíço reforçou, em relatório publicado ontem à noite, sua postura otimista para ações, mesmo depois do rali recente das bolsas mundiais.

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Mark Haefele, diretor de investimentos do UBS, diz, no relatório, que permanece “otimista” com os ativos de risco, em meio à expectativa por “uma vacina contra o coronavírus nos próximos meses e de mais estímulos monetário e fiscal para continuar a apoiar os mercados de ações”.

Segundo ele, um outro aspecto da eleição deste ano que pode ainda levantar dúvidas é a disputa pelo Senado. Neste momento, a situação é de empate na casa, com 48 cadeiras para os republicanos e 48 para os democratas. Com isso, estão em disputa ainda quatro vagas: duas na Geórgia, que serão definidas em segundo turno, marcado para 5 de janeiro, além de uma no Alasca e outra na Carolina do Norte, sendo que nesses dois últimos os republicanos lideram.

Para Haefele, o cenário mais provável é que os republicanos levem o Senado, com um ou dois votos a mais. Mas, caso o resultado fique 50 a 50, com os democratas vencendo na Geórgia, isso daria para a vice Kamala Harris o poder de desempate na casa. Ainda assim, ele vê como "improvável" que os democratas tentem empurrar algum projeto dessa forma.  “Fazer isso seria impopular e poderia custar aos democratas cadeiras na Câmara e no Senado em 2022 nas eleições intermediárias”, diz.

Com isso, ele acredita que os mercados continuarão a colocar no preço um governo mais equilibrado, com menos mudanças regulatórias, com um cenário ainda mais positivo para mais gastos fiscais caso o controle do Senado fique dividido.

Depois do forte rali das ações de grande capitalização de marcado do setor de tecnologia na semana passada, devido ao rendimento mais baixo dos títulos públicos americanos e maior certeza regulatória frente a um ambiente que poderia se desenhar de "onda azul" (que implicaria em uma vitória dos democratas na Casa Branca, Câmara e Senado), Haefele diz que continua a ver potencial de valorização nos mercados nos próximos meses, embora agora impulsionados por nomes mais cíclicos.

Segundo o diretor do banco, ainda é esperado um pacote fiscal considerável de cerca de 500 milhões a 1 bilhão de dólares, ou 2,5% a 5% do Produto Interno Bruto (PIB) americano, para apoiar o crescimento. Além disso, é aguardado uma recuperação econômica auxiliada por uma ampla distribuição de vacina contra Covid-19 em meados do próximo ano. Nesse ambiente, aponta, as ações middle caps (empresas com média capitalização de mercado) são bons nomes. Já dentro do setor de tecnologia, “os resultados fortes reportados recentemente por companhias em segmentos como cadeia de suprimentos, pagamentos e publicidade digital apoiam a nossa recomendação para aumentar exposição em áreas mais cíclicas de tecnologia, que ficaram para trás até agora, ao invés de áreas como e-commerce e software, que tiveram desempenho superior durante a pandemia”, acrescenta.

Fora dos EUA, a recomendação de Haefele é que os investidores se posicionem para um cenário de mais estímulos, também, adicionando exposição a áreas economicamente mais sensíveis do mercado. "As áreas mais bem posicionadas incluem o Reino Unido, pequenas e médias empresas da EMU (European Economic and Monetary Union, que inclui Áustria, Bélgica, Finlândia, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Países Baixos, Portugal e Espanha) e ações de valor de mercado emergente, em nossa opinião", diz.

De acordo com ele, essas áreas serão também beneficiadas por um aumento no programa de afrouxamento monetário do Banco da Inglaterra programa, que foi anunciado na semana passada, bem como um provável aumento no tamanho e duração do programa de compras emergenciais para a pandemia, que o Banco Central Europeu (BCE) pode anunciar dia 10 de dezembro, completa.

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