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PANORAMA3-Moody's rebaixa Irlanda e mantém cautela em mercados

Por José de Castro SÃO PAULO, 17 de dezembro (Reuters) - A crise na Europa ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira após a Irlanda ter seu rating rebaixado pela Moody's, num sinal da gravidade dos problemas de dívida no continente. A agência de classificação de risco cortou em cinco degraus a nota de crédito soberano […]

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2010 às 17h56.

Por José de Castro

SÃO PAULO, 17 de dezembro (Reuters) - A crise na Europa
ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira após a Irlanda ter
seu rating rebaixado pela Moody's, num sinal da gravidade dos
problemas de dívida no continente.

A agência de classificação de risco cortou em cinco degraus
a nota de crédito soberano irlandesa, para "Baa1", apenas três
níveis acima do grau considerado especulativo, alertando que
mais cortes podem ocorrer caso Dublin não seja capaz de
estabilizar seu setor fiscal [ID:nN17287216].

A decisão da Moody's foi um golpe nos esforços de líderes
europeus para combater as tensões de dívida no continente.
Reunidos desde a véspera, as autoridades, contudo, preferiram
não tomar novas medidas para evitar o contágio da crise a
outras nações, frustrando os mercados.

Não ajudou o alerta do Fundo Monetário Internacional (FMI)
direcionado a Dublin, segundo o qual o governo irlandês
enfrenta riscos significativos para pagar os empréstimos de
resgate [ID:nN17117058].

O Banco Central Europeu (BCE) até tentou aliviar as tensões
por meio da assinatura de um acordo temporário de swap no valor
de 10 bilhões de libras com o Banco da Inglaterra, recursos que
poderão ser disponibilizados a Dublin [ID:nN17103954]. Os
mercados, no entanto, mantiveram as preocupações.

Os ativos do velho continente foram os alvos diretos do
nervosismo de investidores. O principal índice das ações
europeias caiu 0,44 por cento, enquanto o euro cedia à
mínima em duas semanas, a caminho da segunda queda semanal
consecutiva.

A fraqueza da moeda única favorecia a alta de 0,3 por cento
do dólar ante uma cesta de divisas . Tal movimento deu
combustível para que o dólar cravasse a terceira alta seguida
frente ao real, em meio ainda a ajustes de posições.

Ao menos entre as bolsas de valores nos Estados Unidos e no
Brasil, as notícias negativas vindas da Europa tinham
influência limitada.

Os índices acionários em Nova York tinham discretas
oscilações, com o Standard and Poor's 500 em leve alta conforme
os agentes testavam a disposição do mercado em acumular mais
altas. O movimento ocorria em meio a quatro diferentes tipos de
vencimento: futuros de índices, futuros de ações, opções sobre
índice e opções sobre ações.

Diferentemente dos pregões anteriores, o Ibovespa teve uma
performance melhor que a de seus pares norte-americanos,
subindo 1 por cento e quebrando uma sequência negativa de três
dias.

Ainda no mercado doméstico, dados mostrando que a taxa de
desemprego atingiu em novembro a mínima histórica contribuiu
para a alta nas projeções de juros mais curtas.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), o desemprego brasileiro caiu para 5,7 por cento em
novembro, ante 6,1 por cento em outubro. Economistas
consultados pela Reuters projetavam uma taxa de 5,9 por cento
[ID:nN17291110].

No plano político, Dilma Rousseff foi diplomada como
presidente do Brasil. Na cerimônia, ela disse que cuidará da
estabilidade econômica do país, ressaltando o sentimento de
mudança que levou a eleger a primeira mulher presidente do
Brasil [ID:nN17158213].

Veja a variação dos principais mercados nesta sexta-feira:

Veja também

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,715 real, em alta de 0,76 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa subiu 1,0 por cento, para 67.981 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 5,72 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros avançava 0,12 por
cento, a 35.067 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,84 por cento ao ano, ante
11,82 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3174 dólar, ante
1,3236 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, tinha alta a 135,313 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,842 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil subia 10 pontos, para 194 pontos-básicos. O
EMBI+ avançava 10 pontos, a 254 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

A alguns minutos do fechamento, o índice Dow Jones
caía 0,12 por cento, a 11.485 pontos; o S&P 500 tinha
leve alta de 0,03 por cento, a 1.243 pontos, e o Nasdaq
tinha valorização de 0,22 por cento, a 2.643 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
subiu 0,32 dólar, ou 0,36 por cento, a 88,02 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 3,3260
por cento ante 3,434 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Edição de Isabel Versiani)

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