PANORAMA3-Dólar sobe e dita fraqueza em bolsas em sessão volátil

SÃO PAULO, 21 de outubro (Reuters) - Os principais mercados
financeiros globais mostraram volatilidade nesta quinta-feira,
principalmente na parte da tarde, com bolsas de valores e
commodities patinando em reflexo à alta do dólar, apesar de
alguma melhora perto do fechamento.

Os ganhos da moeda norte-americana ante uma cesta de
divisas contaminaram as operações locais, com
investidores atentos ainda ao detalhamento de recentes medidas
do governo para conter o fluxo de capital externo para renda
fixa.

Na véspera, o BC divulgou duas resoluções do Conselho
Monetário Nacional (CMN) que tapam brechas sobre a cobrança da
alíquota de 6 por cento do Imposto sobre Operações Financeiras
(IOF) sobre o depósito de margens de garantia na bolsa.

Os DIs na BM&FBovespa também monitoraram os desdobramentos
das medidas e subiram, na cola também de dados indicando
contínua força na atividade doméstica. O Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a taxa de
desemprego caiu para 6,2 por cento em setembro, no menor nível
da série histórica iniciada em 2002 [ID:nN21107112].

No exterior, a volatidade no mercado de câmbio ocorreu às
vésperas da reunião entre líderes do G20 a partir de
sexta-feira na Coreia do Sul. O ministro da Fazenda, Guido
Mantega, disse que Brasil e Estados Unidos farão pressão
conjunta para que os desequilíbrios cambiais sejam pauta de
discussão do encontro [ID:nN21290850].

A valorização geral da divisa dos EUA golpeou em cheio as
commodities , com o petróleo em queda superior a 2 por
cento. O movimento impediu uma recuperação mais consistente das
ações em Nova York, que tiveram algum alento pelo otimismo com
a safra de balanços corporativos.

McDonald's e Travelers sustentaram o Dow
Jones no azul, após divulgarem resultados melhores que o
esperado.

Os agentes seguiram avaliando a possibilidade de o Federal
Reserve oferecer mais estímulo à economia norte-americana.
Dados ainda indicando fragilidade no mercado de trabalho do
país, bem como a alta menor que a esperada no índice de
condições empresariais do Fed da Filadélfia, endossaram a
corrente que aposta em mais ajuda [ID:nN21130210].

Ainda na pauta internacional, números indicaram que a
economia chinesa desacelerou no terceiro trimestre, enquanto a
inflação subiu ligeiramente. Os dados mostram que a maior
economia da Ásia ainda está forte e longe de superaquecimento
[ID:nN21261278].

Da agenda doméstica, o Ministério da Fazenda estimou nesta
quinta-feira crescimento de 7,5 por cento da economia
brasileira em 2010, no relatório bimestral "Economia Brasileira
em Perspectiva". Também a Previdência Social registrou déficit
de 9,2 bilhões de reais em setembro, ante um déficit de 9,6
bilhões de reais no mesmo período do ano passado
[ID:nN21283933] [ID:nN21133148].

Veja como terminaram os principais mercados nesta
quinta-feira:

CÂMBIO

O dólar fechou a 1696 real, em alta de 1,25 por cento em
relação ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa recuou 1,07 por cento, para 69.652 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 7,33 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros cedeu 1,61 por
cento, a 35.286 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,34 por cento ao ano no
call das 16h, ante 11,27 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3917 dólar, ante
1,3964 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, mostrava estabilidade em 139,813 por cento do valor de
face, oferecendo rendimento de 2,222 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil caía 3 pontos, a 184 pontos-básicos. O EMBI+
recuava 8 pontos, a 256 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

O índice Dow Jones avançou 0,35 por cento, para
11.146 pontos. O Nasdaq teve oscilação positiva de 0,09
por cento, para 2.459 pontos. O índice S&P 500 ganhou
0,18 por cento, para 1.180 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento mais curto
perdeu 1,98 dólar, ou 2,4 por cento, a 80,56 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, cedia, oferecendo rendimento de 2,54 por
cento ante 2,48 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Cesar Bianconi)