PANORAMA3-Dados ditam otimismo em primeira sessão do ano

SÃO PAULO, 3 de janeiro (Reuters) - O ano começou positivo
para as principais praças financeiras globais, com uma
combinação entre dados favoráveis nos Estados Unidos, Europa e
China abrindo espaço para a continuação do bom humor visto no
mês passado.

O índice MSCI de ações mundiais subia 0,7
por cento no final da tarde, amparado pelo desempenho positivo
das bolsas de valores norte-americanas, após novos relatórios
macroeconômicos apontarem que a economia dos EUA está ganhando
força.

O indicador de manufatura medido pelo Instituto de Gestão
do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) subiu a 57,0 em
dezembro, no 17o mês seguido de crescimento. O setor industrial
também mostrou força na Europa, onde o índice Markit avançou a
57,1 no mês passado, a quarta aceleração mensal consecutiva.

Na China, a produção manufatureira caiu em dezembro, mas a
queda foi relativamente bem-vinda, pois ajudou a aliviar
temores inflacionários, sem comprometer o forte ritmo de
crescimento do país.

Tal contexto também estimulou a valorização dos mercados de
ações na Europa e na Ásia . Restou à
Bovespa captar o otimismo externo e subir à máxima em seis
semanas, inclusive chegando a superar ao longo da jornada o
patamar de 70 mil pontos.

O dólar também refletiu o maior apetite por risco, descendo
ao menor nível em mais de dois anos frente ao real em meio
ainda à expectativa de mais ingressos de recursos no curto
prazo. O movimento teve como pano de fundo a discreta
recuperação do euro e os ganhos do petróleo, cujo barril
atingiu a máxima em 27 meses.

No segmento de renda fixa, as projeções de juros médias e
longas recuaram, após a desaceleração a 0,72 por cento no
Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) de dezembro,
segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV).[ID:nN03149203]

O mercado de juros também se voltou para o relatório Focus,
que não trouxe grandes surpresas, com uma elevação marginal nas
perspectivas de inflação para 2011.

Sobre preços, o novo presidente do Banco Central, Alexandre
Tombini, voltou a defender a redução da meta inflacionária do
país no futuro e afirmou que a autoridade monetária adotará, se
necessário, medidas para evitar a formação de bolhas no
crédito. [ID:nN03276310]

O novo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior, Fernando Pimentel, também assumiu o cargo e já
ressaltou que o governo não ficará passivo diante de um
fortalecimento do real.[ID:nN03181601]

A fala de Pimentel ocorreu pouco após o governo reportar
que as exportações brasileiras somaram 201,916 bilhões de
dólares em 2010, valor recorde. O mesmo relatório mostrou que a
balança comercial registrou superávit de 5,368 bilhões de
dólares em dezembro e de 20,278 bilhões de dólares no ano
passado.

Veja a variação dos principais mercados nesta
segunda-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,651 real, em queda de 0,9 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa subiu 0,95 por cento, para 69.962 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 5,58 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros avançava 1,39 por
cento, a 37.363 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 12,01 por cento ao ano, ante
12,04 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3361 dólar, ante
1,3377 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, subia a 135,000 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,849 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil caía 14 pontos, para 175 pontos-básicos. O
EMBI+ cedia 12 pontos, a 236 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

A alguns minutos do fechamento, o índice Dow Jones
subia 0,9 por cento, a 11.678 pontos; o S&P 500 avançava
quase 1,2 por cento, para 1.272 pontos, e o Nasdaq
ganhava perto de 1,5 por cento, a 2.691 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
subiu 0,17 dólar, ou 0,19 por cento, a 91,55 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, recuava, oferecendo rendimento de 3,3421
por cento ante 3,288 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Cesar Bianconi)