SÃO PAULO, 13 de dezembro (Reuters) - A decisão da China de
não aumentar o juro básico levou otimisto às principais praças
financeiras nesta segunda-feira, enquanto o dólar recuava após
um alerta sobre a situação fiscal norte-americana.

Investidores ficaram aliviados depois que Pequim anunciou a
extensão por mais três meses de um aumento especial na taxa de
depósito compulsório a seis grandes bancos, em mais uma
tentativa de conter a escalada dos preços.

No final de semana, o governo informou que a inflação anual
no país atingiu em novembro a máxima em 28 meses. Os mercados
temiam que a China subisse o juros, mas a ação menos incisiva
do BC local atenuou preocupações com o desaquecimento da
segunda maior economia do mundo.[ID:nN13135769]

Ancorados na percepção de que a nação asiática manterá
firmes as compras de recursos naturais, o índice
Reuters-Jefferies CRB de commodities avançou quase 1,6
por cento, amparado pela valorização do petróleo.

O bom desempenho das matérias-primas dava combustível à
queda do dólar ante uma cesta de divisas . As operações
locais seguiram o movimento externo, com a cotação registrando
a primeira baixa em uma semana.

A volta de preocupações com o déficit orçamentário dos
Estados Unidos também ocupou o foco do mercado de câmbio, após
a agência de classificação de risco Moody's ameaçar cortar a
perspectiva de crédito do país, citando o impacto negativo de
um projeto de corte tributário.[ID:nN13206082]

Além da China, notícias sugerindo que o segmento de fusões
e aquisições está aquecido favoreceram os ganhos nas bolsas de
valores norte-americanas. Mais cedo, o principal índice europeu
de ações avançou ao pico em 26 meses.

A Bovespa captou o bom humor internacional, subindo ainda
com mais força que suas pares nova-iorquinas. No mercado de
renda fixa, as projeções de juros mais longas avançaram, no dia
em que o relatório Focus mostrou elevação a 5,85 por cento no
prognóstico para a alta do Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) deste ano.[ID:nN13184066]

A sessão também contou com o acréscimo de 0,83 por cento no
Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) na primeira prévia de
dezembro, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas
(FGV).[ID:nN13185166]

Também a Comissão Econômica para a América Latina e o
Caribe (Cepal) estimou que o Brasil crescerá 7,7 por cento em
2010 e 4,6 por cento em 2011.[ID:nN13269676]

Veja a variação dos principais mercados nesta
segunda-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,701 real, em queda de 0,82 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa subiu 1,15 por cento, para 69.126 pontos. O
volume financeiro na bolsa foi de 5,62 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros avançava 1,49 por
cento, a 35.465 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,90 por cento ao ano, ante
11,94 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3388 dólar, ante
1,3233 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, recuava a 135,688 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,793 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil marcava estabilidade com 167 pontos-básicos.
O EMBI+ subia 2 pontos, a 232 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

A alguns minutos do fechamento, o índice Dow Jones
ganhava 0,21 por cento, a 11.433 pontos; o S&P 500 tinha
alta de 0,01 por cento, a 1.240 pontos, e o Nasdaq
perdia 0,44 por cento, a 2.625 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
subiu 0,82 dólar, a 88,61 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, registrava ligeira alta, oferecendo
rendimento de 2,299 por cento ante 3,323 por cento no
fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Cesar Bianconi)