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Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2010 às 15h04.
SÃO PAULO, 21 de setembro (Reuters) - O mercado recebeu com
cautela a indicação do Federal Reserve de que pode tomar mais
medidas de estímulo caso a recuperação econômica dos Estados
Unidos fraqueje, o que fez os índices de ações em Nova York
fecharem o dia sem direção comum.
A sinalização do Fed derrubou o dólar em nível global,
incluindo no Brasil, onde a moeda reverteu da alta inicial,
mesmo com as persistentes incertezas de intervenção mais firme
do governo para brecar a apreciação do real.
No comunicado ao final de uma reunião de política
monetária, as autoridades do banco central norte-americano não
anunciaram nenhuma mudança na política monetária, mantendo o
juro básico perto de zero, mas deixaram a porta mais aberta
para injetar mais recursos na economia [ID:nN21173658].
Wall Street reagiu ao documento com volatilidade,
demonstrando indefinição no fechamento. A prudência antes da
divulgação do veredicto do Fed já havia pesado sobre o
principal índice europeu de ações , embora o
crescimento na construção residencial norte-americana à máxima
em quatro meses tenha impedido perdas maiores [ID:nN21145698].
A Bovespa, também volátil, devolveu no final parte dos
ganhos obtidos na véspera. Os papéis da blue chip Petrobras
foram os que mais pressionaram o índice,
em meio à queda nos preços do petróleo.
A disposição do Fed em injetar mais recursos no sistema
financeiro levantou o real a máxima em seis semanas ante a
moeda norte-americana, que também perdeu terreno frente à
japonesa .
Na pauta local, o Banco Central informou que o fluxo
cambial superou a casa dos 11 bilhões de dólares em setembro
até o dia 17, maior valor desde outubro de 2009, resultado da
oferta de ações da Petrobras e de captações de empresas
brasileiras no exterior [ID:nN21235108].
O BC estimou ainda que o déficit em conta corrente
alcançará 60 bilhões de dólares em 2011, o equivalente a 2,78
por cento do PIB, após fechar 2010 em 49 bilhões de dólares, ou
2,49 por cento do PIB [ID:nN21151657].
Do lado da inflação corrente, o IPCA-15 subiu 0,31 por
cento, após queda de 0,05 por cento em agosto, informou o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
[ID:nN21141455]. O dado favoreceu a alta nos DIs na
BM&FBovespa, embora o movimento tenha perdido força no final da
sessão.
Veja como terminaram os principais mercados nesta
terça-feira:
CÂMBIO
O dólar fechou a 1,718 real, em queda de 0,58 por cento em
relação ao fechamento anterior.
BOVESPA
O Ibovespa recuou 0,69 por cento, a 67.719 pontos. O volume
financeiro na bolsa foi de 5,98 bilhões de reais.
ADRs BRASILEIROS
O índice dos principais ADRs brasileiros cedeu 0,26 por
cento, a 33.565 pontos.
JUROS
O DI janeiro de 2012 apontava 11,51 por cento ao ano no
call das 16h, estável ante o ajuste anterior.
EURO
A moeda comum europeia era cotada a 1,3262 dólar, ante
1,3064 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.
GLOBAL 40
O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, subia para 137,813 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,703 por cento ao ano.
RISCO-PAÍS
O risco Brasil subia 10 pontos, a 211 pontos-básicos. O
EMBI+ avançava 9 pontos, a 292 pontos-básicos.
BOLSAS DOS EUA
O índice Dow Jones teve oscilação positiva de 0,07
por cento, a 10.761 pontos, o S&P 500 perdeu 0,26 por
cento, a 1.139 pontos. O Nasdaq Composite recuou 0,28
por cento, aos 2.349 pontos.
PETRÓLEO
Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento mais curto
registrou baixa de 1,34 dólar, ou 1,79 por cento, a 73,52
dólares por barril.
TREASURIES DE 10 ANOS
O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 2,5763
por cento ante 2,704 por cento no fechamento anterior.
(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )
(Por José de Castro; Edição de Aluísio Alves)