PANORAMA3-Bolsas sobem com EUA, mas Petrobras pesa sobre Bovespa

SÃO PAULO, 24 de setembro (Reuters) - As bolsas de valores
globais se comportaram bem nesta sexta-feira, refletindo alguma
melhora na economia norte-americana, mas a possibilidade de que
o Federal Reserve despeje dinheiro no sistema financeiro
manteve o dólar em baixa.

Apesar da forte valorização dos papéis da Vale ,
a Bovespa não conseguiu acompanhar o bom humor geral. A queda
nas ações da Petrobras foi um dos motivos, após a
companhia concluir na véspera sua megaoferta de ações.

Na operação, foram arrecadados 120,36 bilhões de reais, a
maior já realizada no mundo, garantindo os recursos para a
exploração do pré-sal [ID:nN24273866].

Após a conclusão da oferta, o governo aumentará a sua
participação na Petrobras de 40 para aproximadamente
48 por cento. Tal elevação será permitida pela cessão onerosa,
ou seja, a venda de reservas da União para a Petrobras em um
volume de 5 bilhões de barris [ID:nN24175853].

Nem mesmo a alta nos preços do petróleo impulsionou os
papéis da estatal. As commodities , aliás, subiram, na
esteira da queda do dólar e do ânimo nos mercados acionários.

A moeda norte-americana recuava à mínima desde fevereiro
ante uma cesta de divisas . Tal movimento era alimentado
pela alta do iene e do euro, com a moeda europeia
ganhando impulso após a confiança do empresário alemão
surpreender positivamente em setembro.

O desempenho do dólar no exterior repercutiu nas cotações
locais, com a moeda recuando ao piso em dez dias frente ao
real. O movimento da divisa norte-americana também influenciou
na queda nos DIs da BM&FBovespa, pela percepção de que o
cenário ainda requer juro baixo no mundo por mais tempo.

Em Nova York, o presidente do Banco Central, Henrique
Meirelles, disse que a forte entrada de moeda está elevando o
risco de uma bolha de crédito no Brasil e acrescentou que a
oferta de ações da Petrobras marcou um período de expressivo
ingresso de divisas do Brasil [ID:nN24232161].

Nos Estados Unidos, os investidores do mercado acionário
focaram em relatórios mostrando que as novas encomendas de bens
duráveis, excluindo o setor de transportes, cresceram 2 por
cento em agosto. Nesse mesmo mês, as encomendas de bens de
capital fora do setor de defesa e excetuando-se aeronaves
avançaram 4,1 por cento [ID:nN24194784].

Dessa forma, os pregões em Nova York fecharam a quarta
semana consecutiva de ganhos. O índice europeu também
avançou depois que a Espanha anunciou um Orçamento para 2011
mais rígido, o que tranquilizou investidores quanto à tentativa
do país de honrar seus compromissos [ID:nN24199186].

Da agenda doméstica, o IPC em São Paulo divulgado pela Fipe
subiu 0,35 por cento na terceira quadrissemana de setembro,
após avanço de 0,21 por cento na segunda [ID:nN24161547].

Veja como terminaram os principais mercados nesta
sexta-feira:

CÂMBIO

O dólar fechou a 1,711 real, em queda de 0,52 por cento em
relação ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa recuou 0,87 por cento, a 68.196 pontos. O volume
financeiro na bolsa foi de 11 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros cedeu 0,22 por
cento, a 33.718 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,53 por cento ao ano no
call das 16h, ante 11,55 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3492 dólar, ante
1,3310 dólar no fechamento anterior nas operações
norte-americanas.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, subia para 137,875 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,674 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil caía 11 pontos, a 203 pontos-básicos. O
EMBI+ recuava 12 pontos, a 280 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

O índice Dow Jones subiu 1,86 por cento, a 10.860
pontos, o S&P 500 ganhou 2,12 por cento, a 1.148 pontos.
O Nasdaq Composite avançou 2,33 por cento, aos 2.381
pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo com vencimento mais curto
teve alta de 1,31 dólar, ou 1,74 por cento, a 76,49 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, cedia, oferecendo rendimento de 2,6068
por cento ante 2,551 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Aluísio Alves)