PANORAMA3-Bolsas caem por realização; mercado de olho no BC

SÃO PAULO, 9 de novembro (Reuters) - Um movimento de
realização de lucros abateu as bolsas de valores nos Estados
Unidos e no Brasil nesta terça-feira, enquanto preocupações com
a saúde fiscal de países na zona do euro seguiam golpeando a
moeda única.

O mercado brasileiro repercutiu ainda rumores de que o
Banco Central poderia elevar o depósito compulsório. Nesse
contexto, a queda nas ações de bancos na Bovespa conduziu a
bolsa brasileira para uma baixa de 1,35 por cento.

O setor bancário em Wall Street também tinha um desempenho
negativo. Investidores preferiram realizar lucros após na
semana passada os principais índices acionários terem alcançado
as máximas em dois anos, animados pela injeção extra de
liquidez por parte do Federal Reserve.

Bons resultados corporativos, no entanto, levaram o índice
europeu FTSEurofirst 300 ao pico desde setembro de
2008. O mercado acionário do continente pouco refletiu
preocupações com a dívida soberana de alguns países da região.

Tais temores, aliás, mantiveram o euro em queda ante o
dólar, o que ajudava a moeda norte-americana a subir contra
outras divisas . A valorização do dólar impôs perdas ao
petróleo, cujo barril mais cedo chegou a tocar a máxima em dois
anos.

No Brasil, a moeda dos EUA mostrou volatilidade, terminando
estável frente ao real antes da reunião entre líderes do G20.
Em entrevista à Reuters, o secretário de Comércio Exterior do
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Welber
Barral, disse que a falta de um acordo no encontro do grupo
sobre a questão cambial pode levar a uma "guerra comercial"
[ID:nN09154562].

As projeções de juros curtas e intermediárias subiram,
depois que a leitura do IPCA de outubro foi a maior desde
fevereiro. A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) acelerou a 0,75 por cento no mês
passado, pressionada sobretudo pelo aumento nos custos dos
alimentos [ID:nN09271057].

O mercado de renda fixa também monitorou a fala do ministro
do Planejamento, Paulo Bernardo. O ministro admitiu a
possibilidade de uma futura redução na meta de inflação, com
investidores entendendo a afirmação como um sinal de combate ao
aumento dos preços [ID:nB276539].

Da pauta corporativa, a produção média de petróleo da
Petrobras no Brasil em 2010 ficará mais de 2,5 por cento abaixo
da meta estipulada pela companhia para este ano, segundo o
presidente da estatal, José Sergio Gabrielli [ID:nN09281714].

Veja como fecharam os principais mercados nesta
terça-feira:

CÂMBIO

O dólar terminou a 1,699 real, estável frente ao fechamento
anterior.

BOVESPA

O Ibovespa recuou 1,35 por cento, para 71.679 pontos. O
volume financeiro na bolsa era de 6,82 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros cedia 2,83 por
cento perto do fechamento, a 36.289 pontos.

JUROS

O DI janeiro de 2012 apontava 11,49 por cento ao ano, ante
11,42 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3753 dólar,
ante 1,3921 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, caía a 139,750 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,158 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil tinha queda de 9 pontos, para 171
pontos-básicos. O EMBI+ retrocedia 8 pontos, a 230
pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

O índice Dow Jones perdia 0,87 por cento, a 11.308
pontos minutos antes do fim do pregão; o S&P 500 recuava
1,17 por cento, para 1.208 pontos, e o Nasdaq caía 1,02
por cento, a 2.553 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
perdeu 0,34 dólar, ou 0,39 por cento, a 86,72 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, cedia, oferecendo rendimento de 2,66 por
cento ante 2,56 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Cesar Bianconi)