SÃO PAULO, 1o de novembro (Reuters) - A eleição de Dilma
Rousseff (PT) à Presidência da República não chegou a fazer
preço nos ativos domésticos nesta segunda-feira, que reagiram
principalmente a fortes dados da China e à cautela antes da
reunião de política monetária do Federal Reserve.

A Bovespa descolou da fraqueza das bolsas de valores
norte-americanas e subiu mais de 1 por cento, amparada pelo bom
desempenho de ações ligadas a commodities, depois que a China
deu nova demonstração de força em sua economia.

O índice oficial de gerentes de compras do país subiu para
54,7 em outubro, contra 53,8 em setembro, bem acima das
expectativas. O indicador do HSBC para esse mesmo setor também
avançou, registrando uma das maiores altas mensais da história
da pesquisa [ID:nN01124327].

A atividade fabril dos Estados Unidos também mostrou
recuperação. O índice do Instituto de Gestão do Fornecimento
(ISM, na sigla em inglês) mostrou alta inesperada, a 56,9 em
setembro, acima das projeções de analistas [ID:nN01243222].

Leituras acima de 50 em todos os indicadores citados acima
indicam expansão. Tais dados ajudaram o principal índice
europeu de ações a terminar perto da máxima em uma
semana.

O dólar também se beneficiou dessas informações e subia
ante o euro e o iene , abrindo caminho para que a
moeda norte-americana também avançasse ante o real.

Em Wall Street, contudo, o clima positivo deu lugar à
cautela antes dos importantes eventos desta semana, como as
eleições parlamentares nos EUA e o provável anúncio por parte
do Federal Reserve de mais estímulos à economia. Assim, os
pregões em Nova York fecharam perto do zero.

A perspectiva de que o Fed irrigue o sistema financeiro com
mais liquidez favoreceu inclusive a queda nas projeções de
juros da BM&FBovespa, com os agentes pouco repercutindo o
relatório Focus divulgado mais cedo. No documento, o mercado
elevou as perspectivas de inflação para este ano e no próximo
[ID:nN01124052].

Segundo profissionais, a vitória de Dilma na corrida
presidencial pouco mexeu com os mercados domésticos, uma vez
que o resultado já era esperado.

Resolver os gargalos na infraestrutura e implementar
reformas nas áreas tributária, fiscal e trabalhista estão entre
os principais desafios da presidente eleita.

Veja como fecharam os principais mercados nesta
segunda-feira:

CÂMBIO

O dólar fechou a 1,708 real, em alta de 0,29 por cento
frente ao fechamento anterior.

BOVESPA

O Ibovespa subiu 1,26 por cento, para 71.560 pontos. O
volume financeiro na bolsa somou 4,8 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS

O índice dos principais ADRs brasileiros avançou 1,09 por
cento, para 35.980 pontos.

JUROS

No call das 16h, o DI janeiro de 2012 apontava 11,32 por
cento ao ano, ante 11,34 por cento no ajuste anterior.

EURO

A moeda comum europeia era cotada a 1,3886 dólar,
ante 1,3947 dólar no fechamento anterior.

GLOBAL 40

O título de referência dos mercados emergentes, o Global
40, recuava a 140 por cento do valor de face, oferecendo
rendimento de 2,157 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS

O risco Brasil cedia 6 pontos, para 169 pontos-básicos. O
EMBI+ tinha queda de 7 pontos, a 238 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA

O índice Dow Jones teve oscilação positiva de 0,06
por cento, para 11.124 pontos. O Nasdaq caiu 0,10 por
cento, para 2.504 pontos. O S&P 500 registrou leve ganho
de 0,09 por cento, para 1.184 pontos.

PETRÓLEO

Na Nymex, o contrato de petróleo de vencimento mais próximo
subiu 1,52 dólar, ou 1,87 por cento, a 82,95 dólares por
barril.

TREASURIES DE 10 ANOS

O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos,
referência do mercado, cedia, oferecendo rendimento de 2,630
por cento ante 2,603 por cento no fechamento anterior.

(PANORAMA1, PANORAMA2 e PANORAMA3 são localizados no
terminal de notícias da Reuters pelo código )

(Por José de Castro; Edição de Cesar Bianconi)