Ouro acumula alta de 550% nos últimos 20 anos. Tem fôlego para mais?
Metal negociado à vista subiu 1,32% nesta terça-feira para 1.841,32 dólares a onça troy. É o patamar mais alto dos últimos nove anos
Natália Flach
Publicado em 21 de julho de 2020 às 19h39.
Última atualização em 22 de julho de 2020 às 11h13.
Em tempos de incerteza econômica, o ouro é o refúgio dos investidores. Não à toa, pela famosa lei da oferta e da procura, a commodity acumula alta de 3,51% nos últimos 30 dias e de 16,85% em seis meses, segundo o site Gold Price. Nesta terça-feira, 21, não foi diferente.
O metal subiu 1,32% para1.841,32 dólares a onça troy, maior patamar desde 2011. Mas não é apenas a crise que explica a valorização: nos últimos 20 anos, o ouro registra o espantoso avanço de 550%. Há espaço para mais no curto prazo?
"O enfraquecimento do dólar por causa da forte expansão monetária, o ainda elevado nível de incerteza no segundo trimestre e um baixo patamar de rendimento dos principais ativos concorrentes [ títulos americanos ] sugerem um espaço para o ativo", escrevem Arthur Mota e Renato Mimica, especialistas da EXAME Research, em relatório distribuído a clientes.
Para Mota e Mimica, o patamar de 2.000 dólares parece ser um limite técnico que é testado na saída de crises, como aconteceu em 2011. "A incerteza deverá entrar em trajetória cadente, o que pode representar uma queda de 25% em relação ao patamar atual. Para 2021, o índice de incerteza voltará para o nível de janeiro de 2020."
Portanto, no curto prazo há chances de o ouro continuar a escalada de preço, mas no longo prazo a commodity pode recuar, dependendo da velocidade com que se descubra uma vacina eficaz.
Para analistas do Citi,o ouro deve quebrar o recorde estabelecido em 2011 nos próximos seis a nove meses. Entre os motivos estão o afrouxamento da política monetária e os baixos rendimentos reais, escreveram em relatório. A estimativa — com 30% de probabilidade — é que o metal alcance 2.000 dólares a onça nos próximos três a cinco meses.