Oi cai mais de 10% após jornal negar interesse da AT&T pela companhia
Rumores sobre possível aquisição sugiram em visita do CEO da empresa americana ao Brasil
Guilherme Guilherme
Publicado em 25 de setembro de 2019 às 16h46.
As ações ordinárias da Oi chegaram a cair mais de 10% após fontes negarem ao jornal Valor Econômico a intenção da americana AT&T comprar a companhia brasileira. Segundo a reportagem, a gigante das telecomunicações estaria disposta a investir no mercado brasileiro, mas apenas em produção de conteúdo. Às 16h13, a queda era de 6,73%, a 0,97 real.
Os boatos sobre a possível aquisição surgiram do encontro do CEO da AT&T, Randall Stephenson, com o presidente Jair Bolsonaro , em visita do executivo ao Brasil . Na ocasião, integrantes do governo afirmaram ao jornal Folha de S. Paulo que o empresário havia sinalizado intenção de comprar a Oi e que o principal entrave era a lei Seac, que proíbe que um mesmo grupo controle todas as fases da cadeia de TV por assinatura.
Com a informação, os papéis da companhia dispararam mais de 20%. Desde então, as ações preferenciais da Oi conseguiram se manter acima do patamar de 1 real. A nova queda, no entanto, volta a colocar o preço do ativo na marca dos centavos.
Em outubro de 2016, a AT&T desembolsou 85,4 bilhões de dólares para adquirir a WarnerMedia, das marcas Warner Bros, HBO e Turner. Porém, a compra ainda precisa ser validada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) , que não deu o sinal verde para a negociação devido Lei Saec.
A americana não foi a única sondada como futura compradora da Oi. Nas últimas semanas, surgiram notícias sobre o desejo de várias empresas do setor de telecomunicações de adquirir a companhia. Além da AT&T estariam no páreo a chinesa Huawei , a italiana TIM , a espanhola Telefônica e até a Record, do bispo Edir Macedo . Até agora, a asiática e a americana foram as únicas a negarem interesse. Entre os principais ativos da Oi estariam os cerca de 363 mil quilômetros de fibra ótica. Em recuperação judicial, a operadora já conseguiu reverter 35 bilhões de reais de sua dívida de 65 bilhões de reais.
Volátil, a ação da Oi chegou a valer 1,9 real em março, proporcionando retorno de 52% no ano. Entretanto, a empresa apresentou balanços negativos nos meses seguintes, fazendo com que o valor do ativo despencasse. Atualmente, o papel acumula queda de cerca de 22% desde o início do ano.