O que 10 estrategistas projetam para a bolsa em maio
Analistas mostram um pouco mais de otimismo e a preferência por ações com grande participação no Ibovespa
Da Redação
Publicado em 3 de maio de 2013 às 06h12.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h37.
São Paulo - Não é muito difícil perceber a mudança no tom das perspectivas para a bolsa dos principais estrategistas do mercado nas cartas mensais de abril para maio. No mês passado, enquanto a maioria esperava a manutenção de uma forte volatilidade, agora há uma expressiva mudança do humor para o otimismo. E, aliado a isso, os analistas também voltaram a apostar nas blue chips e buscar uma maior aderência das indicações ao Ibovespa. São elas as primeiras a reagir a uma reação da bolsa. Acompanhe a seguir trechos selecionados pela equipe de EXAME.com em 10 carteiras recomendadas para maio:
“Baseando-se na relação entre as atuais cotações dos ativos brasileiros e o lucro projetado para as empresas, pode-se afirmar que o mercado acionário encontra-se levemente “descontado”. Vale ressaltar, contudo, que existe risco de revisão para baixo das estimativas para os lucros. No curto prazo, ações com elevada influência sobre o Ibovespa, tais como Petrobras e Vale, poderão vir a beneficiar o índice. Não acreditamos, todavia, que tal movimento seja forte o suficiente para refletir-se em ganhos expressivos. Dentre os fatores mais relevantes, destacamos as preocupações relativas à inflação e China. Neste contexto, não antevemos intervenções mais diretas do governo na economia, haja visto o padrão mais sutil adotado recentemente”.
A situação no mercado doméstico segue sem viés evidente, com posicionamentos confusos por parte do governo. Em meio de uma inflação descontrolada, o Copom finalmente tomou uma posição e iniciou um ciclo de altas da taxa Selic, com a elevação de 0,25 p.p. para o patamar de 7,50%. Contudo, a medida foi considerada por muitos, mais frouxa do que o necessário. Isso ficou ainda mais evidente na ata da reunião do comitê, que passou longe de mostrar comprometimento unânime de seus integrantes com o ciclo de altas. Dilma, nossa “dama de palha”, ainda seguiu insistindo nas desonerações fiscais, como principal arma de combate à inflação, dessa forma, caso essa política comece a fazer seu efeito de curto prazo, podemos presenciar uma possível interrupção precoce do ciclo. Contudo, apesar de ter sido inicialmente frustrante para uma economia com crescimento travado, o aumento da taxa Selic é uma medida necessária para conter as expectativas de inflação, uma vez que as desonerações pontuais feitas pelo governo podem não ser suficientes para conter a alta dos preços com alto índice de difusão como tem se apresentado.
"No Brasil, além do prosseguimento das divulgações de balanços de empresas do 1T13, os investidores tenderão a ficar mais sensíveis a quaisquer indicadores abaixo da expectativa. Vale ressaltar que as bolsas nos EUA e na Europa parecem estar “esticadas”, com qualquer adversidade devendo contaminar o mercado bursátil brasileiro".
"Em maio, estamos adotando uma postura mais otimista em relação ao desempenho do índice da bolsa brasileira. Entendemos que o cenário externo continuará trazendo um misto de alegrias e decepções aos agentes, com dados de melhora contrastando com uma realidade ainda difícil para as principais nações do globo. Contudo, a possibilidade de que o pior já tenha passado para algumas empresas de peso da nossa bolsa e que agora, depois de 4 meses consecutivos de queda, existe espaço para um esboço de recuperação, nos fazem aumentar nossas apostas em alguns ativos mais ligados ao Ibovespa. Também estamos mantendo uma aposta mais elevada em companhias atreladas ao mercado interno, das quais esperamos melhor desempenho, tanto nas operações quanto em bolsa. Para isto, reduziremos nossa exposição aos papéis mais voltados a distribuição de dividendos, que num refluxo da bolsa podem não acompanhar o movimento com a mesma intensidade".
"Maio chega repleto de resultados corporativos com base no 1T13. Esses resultados, por vezes, dizem mais que as influências macroeconômicas ou gringas. Um foco certo nos releases de resultados permite fugir da média. De janeiro a abril, testamos alguns limites inferiores e superiores para o Ibovespa, bem distantes da euforia, mas também guardando uma margem segura em relação ao desespero. Num termômetro prático, diria que 52 ou 53 mil pontos são absurdos para o Ibovespa, enquanto a casa dos 60 mil pontos não me parece absurda até o final do ano. Inflação, PIB e Selic continuam em pauta como vetores negativos, mas sob intensidade menor do que no início do ano. Notem também que aquele medo de intervenção do Governo Dilma (lembra dele?) vai perdendo força. Mais ajuda quem não atrapalha. Ponderando esses três motivos, construímos carteiras marginalmente mais otimistas para maio. Abdicamos de alguns cases muito defensivos em nome de outros um pouco mais cíclicos, embora sem mudanças radicais nesse sentido".
"O sentimento dos investidores globais melhorou no último mês, com solução para crise no Chipre e melhor encaminhamento do impasse político na Itália. Ademais, os mercados acionários globais continuam a se beneficiar, também, da abundante liquidez no mundo, com EUA, Europa, Reino Unido e Japão com políticas monetárias expansionistas. O mercado acionário brasileiro, por sua vez, está entre os mercados com pior desempenho nos últimos meses, sobretudo pelas incertezas sobre a política econômica local. Todavia, o elevado diferencial de múltiplos entre o Brasil e diversos mercados emergentes poderá levar investidores globais a buscarem oportunidades mais descontadas no Brasil, saindo de mercados emergentes com limitado upside, devido ao forte desempenho nos últimos 12 meses, como é o caso do México".
"Para o mês de maio continuamos com uma posição mais conservadora em relação ao mercado acreditando que, a despeito dos sinais de recuperação da economia norte-americana as bolsas no país estão bem precificadas, o que poderá resultar em realizações de lucros. Soma-se a isto a atenção aos indicadores de desempenho da economia brasileira e ao encerramento da safra de resultados do 1T13 até a metade do mês que segue trazendo algumas surpresas negativas de empresas com peso no índice".
"A temporada de balanços corporativos começou, com os números da Petrobras e Vale superando as expectativas. No exterior, o excesso de liquidez – reforçado com as compras de títulos do Japão –, juntamente com bons indicadores econômicos tem sustentado bom humor dos investidores. Esperamos relativa melhora da bolsa brasileira em maio, à medida que a percepção de risco em relação à econômica do país vai se dissipando, principalmente no que diz respeito às intervenções governamentais e inflação"
"A bolsa brasileira encerrou seu quarto mês consecutivo em queda. Os receios com a aceleração inflacionária continuam a penalizar o mercado brasileiro, fato que resultou em um aumento da taxa básica de juros em 0,25 p.p. O mercado continua a não apresentar grandes sinais de recuperação, e dados de nossa produção industrial e vendas ao varejo não foram animadores. O mercado acredita que se iniciou um ciclo de ajuste nas taxas de juros, com expectativas de mais 0,75 p.p de alta até o fim deste ano, com finalidade de minimizar as pressões inflacionárias. Os próximos dados de inflação a serem divulgados continuam a ser o foco do mercado, e devem ser o grande driver do mercado neste mês".