O pior passou? As expectativas para a bolsa e o dólar em setembro
Ibovespa chega ao último dia de agosto com queda acumulada de 2,3% no mês; dólar bateu nos 4,17 reais após nova intervenção do Banco Central
Da Redação
Publicado em 30 de agosto de 2019 às 06h29.
Última atualização em 30 de agosto de 2019 às 11h39.
O caótico mês de agosto termina com perspectivas relativamente positivas para a economia brasileira e com a bolsa mais uma vez no patamar dos 100 mil pontos. Quanto tempo vai durar o bom humor?
Ontem, os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrando um crescimento de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no segundo trimestre de 2019 surpreenderam analistas. O Ibovespa subiu 2,37%, e terminou o dia a 100.524,43 pontos, mas ainda acumula queda de 2,3% em agosto. Parte desta diferença será tirada nesta quinta-feira? No ano, o índice ainda acumula alta de 10,4%, embora esteja ainda cinco pontos abaixo da alta de 15% que acumulou até o início de julho.
Uma das grandes dúvidas, daqui para a frente, é se o governo conseguirá retomar a agenda positiva que fez investidores se animarem com o Brasil até a aprovação da reforma da Previdência na Câmara no dia 7 de agosto. De lá para cá, porém, predominaram as notícias ruins dentro e fora do Brasil, com a escalada na guerra comercial, as incertezas sobre o Brexit e sobre a Argentina e a pressão internacional sobre as queimadas na Amazônia.
Setembro começa com analistas de volta à calculadora para revisar as projeções de crescimento da economia brasileira — as previsões do boletim Focus publicadas na segunda-feira são de avanço de 0,8% do PIB em 2019. Agora, porém, já se fala em avanço semelhante ao do ano passado, de 1,1%. Outra grande dúvida para o próximo mês é até onde vai o dólar, que ontem fechou em 4,17 reais após nova intervenção do Banco Central — a aposta é que a instituição não deixará a moeda passar dos 4,20 reais.
Investidores estrangeiros tiraram cerca de 12 bilhões de reais do país em agosto. Em setembro, com o fim das férias de verão no hemisfério norte, o fluxo de entrada e saída de capital estrangeiro tende a aumentar. Uma surpresa positiva pode vir de uma nova redução na taxa de juros dos Estados Unidos. A próxima reunião do Fed, o banco central do país, está marcada para o dia 18 de setembro, quando pode ser anunciada a segunda redução seguida nas taxas, num impulso para investidores buscarem mercados mais arriscados, como o brasileiro.
O Banco Central brasileiro decide a nova taxa de juros no mesmo dia 18 de setembro, e também pode anunciar uma nova redução. Seria mais um estímulo para investidores seguirem buscando a renda variável.