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Nomeação sugere listagem do Carrefour no Brasil

Maior varejista da Europa procura acelerar o crescimento em um importante mercado sem aumentar sua dívida


	Presidente-executivo do Carrefour, Georges Plassat: ele disse que deseja acelerar a expansão nos mercados emergentes em rápido crescimento do Brasil e da China
 (Charles Platiau/Reuters)

Presidente-executivo do Carrefour, Georges Plassat: ele disse que deseja acelerar a expansão nos mercados emergentes em rápido crescimento do Brasil e da China (Charles Platiau/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de dezembro de 2013 às 09h43.

Paris/São Paulo - A nomeação de um especialista financeiro e de IPOs para liderar suas operações no Brasil sinaliza que o Carrefour pode listar uma fatia do negócio, à medida que o maior varejista da Europa procura acelerar o crescimento em um importante mercado sem aumentar sua dívida.

Com seu principal negócio, na França em recuperação, o presidente-executivo do Carrefour, Georges Plassat, disse que deseja acelerar a expansão nos mercados emergentes em rápido crescimento do Brasil e da China, mas ainda não disse como.

Em outubro, Plassat sinalizou que estava se preparando para uma ofensiva na maior economia da América do Sul com a nomeação de Charles Desmartis, de 56 anos, para liderar a holding que controla todas as operações brasileiras do Carrefour.

Mas depois de um grande esforço para cortar a dívida do Carrefour, Plassat está preocupado que qualquer investimento extra não leve os empréstimos novamente para cima, levando à especulação de uma listagem parcial no Brasil.

"Eles devem acelerar no Brasil sem pesar sobre o balanço. A ideia seria que o Brasil se financiasse sozinho", disse Cedric Lecasble, um analista da Raymond James.

A experiência de Desmartis em liderar a oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) da unidade da Schlumberger de cartões smart, a Axalto, em 2004, e como chefe dos controles financeiros do Carrefour desde 2011 vem dando mais gás à especulação de que uma listagem no país está sendo trabalhada.

"As coisas estão esquentando no Brasil. Acredito que um IPO pode acontecer dentro de seis meses, desde que não haja um grande incidente macroeconômico", disse um analista, que pediu para permanecer anônimo.

O Carrefour não quis comentar o caso.

Analistas estimam que o negócio brasileiro do Carrefour valha por volta de 7 bilhões a 9 bilhões de euros e sugerem que a companhia pode oferecer uma fatia de 25 por cento. Outras opções incluem a listagem apenas de ativos imobiliários e/ou o acerto de parcerias locais.

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