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No radar: dissociação de Trump e o que mais move o mercado nesta terça

Presidente americano fala em fazer uma dissociação entre China e Estados Unidos e ameaça empresas americanas que terceirizam mão de obra para a China

Em volta de feriado., abertura dos mercados americanos pode revelar possível nova rodada de realização de lucros de ações de tecnologia (Brendan McDermid/Reuters)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 8 de setembro de 2020 às 06h34.

Última atualização em 8 de setembro de 2020 às 06h39.

O mercado brasileiro volta aos trabalhos nesta terça-feira, 8, após o feriado prolongado do Dia da Independência. Entre os investidores, há grande expectativa sobre como será o desempenho das bolsas americanas, depois de dois pregões de forte realização de lucros. Assim como no Brasil, na segunda-feira, não teve pregão à vista nos Estados Unidos em função do Dia do Trabalho. Durante a madrugada desta terça, o índice pan-europeu Stoxx 600 Technology chegou a cair mais de 2%, enquanto o índice futuro de Nasdaq segue no vermelho, após ter apresentado leve recuperação na segunda-feira, 7.

Além do temor de mais um sell-off no mercado americano, o novo capítulo da tensão sino-americana deve permear os negócios desta terça, após o presidente Donald Trump cogitar uma “dissociação” entre as economias americana e chinesa, que romperia de vez os negócios entre os dois países. Segundo o Financial Times, Trump também amaçou impedir que empresas que terceirizam empregos para a China recebam contratos federais.

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“Se nós não fizermos negócios com a China, não perderemos bilhões de dólares. Seja pela dissociação ou por imposição de tarifas massivas, como já estou fazendo, acabaremos com nossa dependência da China, porque não podemos contar com a China”, afirmou em coletiva de impressa realizada na véspera.

O endurecimento nas declarações ocorre em meio à corrida presidencial, em que o presidente Donald Trump aparece atrás do candidato democrata Joe Biden em pesquisas.

Outro ponto de preocupação para a volta dos negócios desta terça é a nova leva infectados na Europa, após a Alemanha voltar a registrar o maior número de casos desde abril. Por outro lado, a expectativa sobre a vacina, cada vez mais próxima, chegou a impulsionar as bolsas do Velho Continente na véspera, quando o índice Stoxx 600 fechou em alta de 1,67%. Ainda na Europa, o PIB da Zona do Euro foi revisado, nesta terça, de contração de 15% no segundo trimestre para queda de 14,7%.

No cenário local, os investidores devem acompanhar os desdobramentos da briga entre o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Na semana passada, Maia afirmou publicamente que estava proibido de falar com a equipe econômica do governo, causando mal-estar no Planalto. No entanto, o mercado, otimista com o avanço de pautas econômicas em Brasília,  o atrito foi minimizado. No radar corporativo, está a assembleia geral da Oi, que deve discutir mudanças no plano de recuperação da companhia.

Na sexta-feira, o Ibovespa, principal índice da B3, subiu 0,52% e encerrou em 101.241,73 pontos, em uma sessão de altíssima volatilidade, enquanto O dólar se valorizou 0,3% para 5,308 reais, mas teve a segunda semana consecutiva de queda.

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