Moody's alerta que poderá reduzir a nota Aaa dos EUA
Nesse caso, a "Moody's deverá rebaixar a nota, provavelmente para Aa1, informou a agência em um comunicado
Da Redação
Publicado em 11 de setembro de 2012 às 23h39.
Nova York - A agência de classificação americana Moody's advertiu nesta terça-feira que poderá privar os Estados Unidos de seu "Aaa" se o Congresso não chegar a um acordo em 2013 sobre os meios para estabilizar e depois reduzir a dívida pública em relação ao Produto Interno Bruto.
Nesse caso, a "Moody's deverá rebaixar a nota, provavelmente para Aa1, informou a agência em um comunicado.
"As negociações orçamentárias que acontecerão no período legislativo de 2013 provavelmente determinarão a trajetória da nota", indicou a Moody's Investors Service em um comunicado.
"Se estas negociações conduzirem a medidas políticas específicas que gerarão primeiro uma estabilização do recuo paulatino do nível da dívida Federal com relação ao PIB, a nota (do país) será provavelmente confirmada", mas hoje ela é negativa, diz a agência.
O denominado precipício fiscal, uma série de medidas automáticas para cortar o gasto público, enquanto se aplicam exceções fiscais, está previsto que entre em vigor no início de 2013, salvo que o dividido Congresso norte-americano atinja um acordo para evitá-lo.
O presidente da Câmara de Representantes, John Boehner, disse nesta terça-feira que é improvável que se chegue a um acordo.
"Não estou nada confiante", disse Boehner, que acrescentou ainda a câmara baixa havia feito seu trabalho, mas que era hora de o Senado agir.
O banco central norte-americano, em sintonia com vários estudos, advertiu que a falta de acordo poderia implicar em riscos de uma nova recessão, enquanto que muitos analistas afirmam que os legisladores não tomarão este caminho.
Contudo, a agência Moody's acredita que as negociações não desembocarão em um acordo e por isso a agência projeta baixar a nota para Aa1.
Mufteeva Inna, analista da Natixis, disse que a decisão final da Moody's dependerá em grande medida da política do Congresso.
"Se o Congresso continuar dividido, independentemente do nome do próximo presidente, espera-se outra rodada de duras negociações entre partidos sobre todos os temas fiscais", disse.
Esta advertência acontece menos de um mês antes das eleições presidenciais de 6 de novembro, nas quais os norte-americanos elegerão seu presidente por um período de quatro anos e renovarão o Congresso.
Há um ano, os Estados Unidos perderam pela primeira vez seu "triplo A", quando outra agência creditícia cortou a nota para a dívida soberana do país, depois que as negociações entre os legisladores para elevar o limite da dívida chegaram a um ponto morto.
A Standard and Poor's baixou em agosto de 2011 em um escalão a nota do país a AA+ e colocou a dívida em perspectiva negativa, citando o bloqueio político com relação ao déficit fiscal.
A dívida pública dos Estados Unidos chegou a 1,6046 trilhão de dólares, ou seja, 103% do PIB. O limite de endividamento fixado pelo Congresso é de 1,6394 trilhão de dólares.