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Mesmo com PIB negativo, Bovespa fecha no maior nível em mais de 2 meses

Índice de ações do Brasil subiu 0,92%, acima dos 97 mil pontos; dólar ficou quase estável.

 (NurPhoto/Getty Images)

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TL

Tais Laporta

Publicado em 30 de maio de 2019 às 17h33.

Última atualização em 30 de maio de 2019 às 18h36.

Mesmo com a retração do PIB do Brasil no 1º trimestre, o índice que reúne as principais ações brasileiras avançou e terminou esta quinta-feira (30) no maior nível em mais de dois meses. O Ibovespa fechou em alta de 0,92%, aos 97.457 pontos.

É a maior pontuação do índice desde o fechamento de 20 de março, quando a bolsa encerrou a 98.041. Com a alta, o Ibovespa caminha para encerrar maio no azul, o primeiro em 10 anos.

Na ausência de boas notícias no Brasil – o PIB nacional recuou 0,2%, a primeira queda desde 2016 – prevaleceu o otimismo dos investidores com o crescimento dos Estados Unidos, que foi de 3,1% no mesmo período. A leitura reforça a visão de que a economia dos EUA continua forte, o que ajudou a levantar as principais bolsas do país.

Sem grandes novidades sobre a reforma da Previdência, o Ibovespa deve continuar volátil até que o texto que altera a aposentadoria dos brasileiros seja aprovado, afirmou à Reuters Bruno Madruga, responsável pela área de renda variável da Monte Bravo.

Em meio a protestos em várias cidades do país contra cortes na Educação, o ministro da Economia, Paulo Guedes, avaliou que a queda do PIB não é novidade para o governo, e ressaltou que as reformas econômicas são fundamentais para a retomada do crescimento.

Destaques do dia

A processadora de carnes JBS valorizou-se 5,2%. A companhia anunciou na véspera investimento de US$ 95 milhões em expansão de fábrica no Nebraska (EUA) e afirmou que as melhorias na instalação vão permitir atender a demanda por produtos de carne bovina de maior qualidade no país.

Já as ações da companhia de energia Cemig subiram mais de 3%, após a companhia reforçar na véspera o compromisso em reduzir o peso de sua dívida nos próximos anos e promover um robusto programa de investimentos na unidade de distribuição de energia, a Cemig-D, que deverá fazer aportes de R$ 6,458 bilhões até 2023.

A rede varejista Via Varejo ganhou 4,8%, em sessão em geral positiva para o setor, um dia após rumores de uma possível venda para a Amazon, e em meio a expectativas quanto a liberação do governo de contas do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS).

Os bancos Itaú e Bradesco subiram mais de 1%, ajudando a sustentar a alta do Ibovespa, dado seu forte peso no indicador.

Já a estatal Petrobras recuou em suas duas classes de ações (ordinárias e preferenciais), em linha com a queda nos preços do petróleo no exterior. O presidente da companhia, Roberto Castello Branco, afirmou que a empresa iria receber na sexta-feira R$ 34 bilhões não fosse a liminar da semana passada que suspendeu a venda do controle da Transportadora Associadas de Gás (TAG) pela estatal.

Dólar quase estável nesta quinta

Já a moeda dos Estados Unidos fechou perto da estabilidade frente ao real, abandonando a queda vista mais cedo. O cenário externo pesou, com a perda de fôlego dos mercados internacionais, ainda em meio a tensões comerciais sino-americanas.

O dólar fechou com leve alta de 0,07%, negociado a R$ 3,9790 na venda.

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