Mina de Taquari-Vassouras, uma das visitadas no Vale Investor Tour (.)
Da Redação
Publicado em 10 de agosto de 2010 às 18h41.
São Paulo - As ações da Vale (VALE3); (VALE5) podem estar próximas de um momento de reversão. O mercado, que andava temeroso com a perspectiva de que dos preços do minério de ferro no último trimestre, já estaria reconsiderando retornar às posições em commodities com a estimativa de melhora do ambiente no próximo ano.
Esta parece ser a percepção dos analistas que participaram da edição 2010 Vale Investor Tour, realizado na última quinta (visita mina de minério de ferro em Carajás no Pará) e sexta-feira (mina de potássio em Taquari-Vassouras em Sergipe). De acordo com os participantes, cada dia teve uma mensagem simbólica para os analistas e investidores.
Na primeira parada, em Carajás, a ideia principal era a de reforçar que as operações de produção de minério de ferro correm com capacidade plena depois de afetadas por chuvas pesadas no primeiro semestre do ano. No dia seguinte, a preocupação da Vale foi a de chamar atenção para os ativos de fertilizantes, grande aposta de crescimento da mineradora.
Em relatório, o analista do Santander, Felipe Reis, acredita que a tacada da Vale no setor de fertilizantes faz sentido porque possui ativos "muito competitivos e pelos quais pode ter um grande papel nesse mercado". O Santander, que também participou do Tour, mantém a Vale como a top pick no setor mineração e metais na América Latina. A recomendação é de compra para as ADRs preferenciais, com preço-alvo em 50 dólares.
Marcos Assumpção e Alexandre Miguel da Itaú Securities, que também participaram do Tour, colheram boas impressões dos planos da mineradora. "A Vale vai continuar a focar no crescimento orgânico no minério de ferro e em fertilizantes e esperamos que o plano de investimentos para 2011-2015 seja anunciado no quarto trimestre", escreveram em relatório. O anúncio pode acontecer em 8 de outubro, durante o Vale Day em Nova York, indicam.
Para eles, as operações logísticas em Carajás estão de volta ao trilho e devem ajudar na recuperação dos volumes de minério vendido no final do ano. Além disso, a Vale pode destravar o valor da área de fertilizantes por meio de um IPO ou pela venda de participações minoritárias, como fez na mina de Bayóvar, na província de Sechura, no norte do Peru. O Itaú tem recomendação de outperform (performance acima da média) para as ações preferenciais de classe A (VALE5), com preço-alvo de 59 reais para o final de 2010.
O analista do UBS, Rene Kleyweg, outro que participou do Tour, também acredita que a administração da Vale deseja unir todas as unidades de fertilizantes em uma só para capturar sinergias e realizar um IPO. Para ele, entretanto, essa opção é improvável agora. A recomendação do analista é de compra para as ADRs ON, com preço-alvo em 32 dólares.
Outra casa de análise que revisou as estimativas para a Vale foi a Fator Corretora. O analista Rodrigo Fernandes elevou o preço-alvo para as ações VALE5 de 56 reais para 60 reais. A recomendação é de compra. "A alteração do sistema de definição de preço para o padrão trimestral baseado, entre outros, no preço spot no mercado chinês, resultou em forte impacto positivo sobre o resultado da companhia no 2T10, que deve permanecer ao longo do ano, embora haja maior pressão no curto prazo para redução dos preços, principalmente a partir do 4T10", explica.
A Canaccord Genuity também elevou o preço-alvo das ADRs de 36 dólares para 38 dólares, com recomendação de compra. O analista Gary Lampard reduziu a expectativa de lucro por ação para 2010, mas elevou para 2011. Os papéis preferenciais de classe A da mineradora subiram 4% no ano, enquanto os ordinários têm valorização de 1,7%. O Ibovespa tem queda de 2% no mesmo período.
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