Mercado de juros ainda se ajusta à decisão do Copom
As taxas futuras ficaram em baixa até as declarações do diretor de Assuntos Internacionais do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva, em Washington
Da Redação
Publicado em 19 de abril de 2013 às 17h28.
São Paulo - O mercado de juros , durante grande parte desta sexta-feira, voltou a ser direcionado por movimentos técnicos, ainda em ajuste à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de elevar a Selic em 0,25 ponto porcentual, sugerindo movimentos graduais.
Assim, as taxas futuras ficaram em baixa até as declarações do diretor de Assuntos Internacionais do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva, em Washington.
Awazu afirmou que "a dinâmica de inflação é desfavorável" e que o voto contrário à alta da Selic que deu na última reunião era mais em relação ao "timing" (momento) do início do aperto monetário do que sobre o diagnóstico da inflação e da necessidade de subir o juro básico.
Como as palavras vieram de um dos dois dissidentes da última reunião - o diretor de Política Monetária, Aldo Mendes, também votou pela manutenção da Selic -, tiveram mais peso, de acordo com o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano.
"Ele confirmou a ideia de que o BC antecipou o início do ciclo", afirmou. "O discurso de Awazu começou mais leve, falando sobre incertezas externas. Mas, no fim, ficou mais 'hawkish'", disse. "Se quem votou contra o aumento acha que a dinâmica de inflação é desfavorável, significa que a hipótese de intensificação do aperto monetário não pode ser descartada. Isso puxou as taxas", disse um operador.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em carta enviada ao Comitê Financeiro e Monetário do Fundo Monetário Internacional (FMI), como representante de outros dez países na diretoria executiva do organismo, afirmou não ser possível declarar que o pior da economia mundial passou, o que, segundo profissionais, vai em linha com a visão do BC ao se referir ao cenário externo no comunicado que acompanhou a última decisão.
Mantega também afirmou que o aumento do diferencial de juros atrairá mais fluxo de capital para os países emergentes, o que pode reforçar a ideia de aumento gradual da Selic.
Ao término da negociação normal na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (456.945 contratos) marcava máxima de 7,41%, de 7,39% no ajuste anterior. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (708.915 contratos) apontava máxima de 7,87%, de 7,84% nesta sexta-feira. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (475.755 contratos) indicava 8,35%, também na máxima e de 8,30% antes. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (225.900 contratos) marcava 8,96%, ante 9,00% na véspera, e o DI para janeiro de 2021 (39.010 contratos) estava em 9,56%, ante 9,60% no ajuste.
Uma informação publicada nesta sexta-feira pelo jornal "O Globo", de que o governo estuda mais desonerações e, se necessário, adotar medidas prudenciais para evitar pressões inflacionárias, também contribuiu para segurar as taxas futuras ao longo de boa parte do dia.
Conforme a reportagem, entre as possibilidades, estariam aumentar o compulsório recolhido por bancos ao BC, apertar o crédito e usar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para regular o consumo.
Em meio a isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) ficou em segundo plano. O índice subiu 0,51%, de 0,49% em março e perto do teto das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções (0,38% a 0,53%, com mediana de 0,46%).
No acumulado em 12 meses, ficou em 6,51%, pouco acima do teto da meta (6,50%), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de difusão, nos cálculos do Besi Brasil, perdeu força para 68,2% em abril, de 74,2% no mês anterior.
São Paulo - O mercado de juros , durante grande parte desta sexta-feira, voltou a ser direcionado por movimentos técnicos, ainda em ajuste à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) de elevar a Selic em 0,25 ponto porcentual, sugerindo movimentos graduais.
Assim, as taxas futuras ficaram em baixa até as declarações do diretor de Assuntos Internacionais do BC, Luiz Awazu Pereira da Silva, em Washington.
Awazu afirmou que "a dinâmica de inflação é desfavorável" e que o voto contrário à alta da Selic que deu na última reunião era mais em relação ao "timing" (momento) do início do aperto monetário do que sobre o diagnóstico da inflação e da necessidade de subir o juro básico.
Como as palavras vieram de um dos dois dissidentes da última reunião - o diretor de Política Monetária, Aldo Mendes, também votou pela manutenção da Selic -, tiveram mais peso, de acordo com o economista sênior do Besi Brasil, Flávio Serrano.
"Ele confirmou a ideia de que o BC antecipou o início do ciclo", afirmou. "O discurso de Awazu começou mais leve, falando sobre incertezas externas. Mas, no fim, ficou mais 'hawkish'", disse. "Se quem votou contra o aumento acha que a dinâmica de inflação é desfavorável, significa que a hipótese de intensificação do aperto monetário não pode ser descartada. Isso puxou as taxas", disse um operador.
Mais cedo, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em carta enviada ao Comitê Financeiro e Monetário do Fundo Monetário Internacional (FMI), como representante de outros dez países na diretoria executiva do organismo, afirmou não ser possível declarar que o pior da economia mundial passou, o que, segundo profissionais, vai em linha com a visão do BC ao se referir ao cenário externo no comunicado que acompanhou a última decisão.
Mantega também afirmou que o aumento do diferencial de juros atrairá mais fluxo de capital para os países emergentes, o que pode reforçar a ideia de aumento gradual da Selic.
Ao término da negociação normal na BM&FBovespa, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (456.945 contratos) marcava máxima de 7,41%, de 7,39% no ajuste anterior. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (708.915 contratos) apontava máxima de 7,87%, de 7,84% nesta sexta-feira. O juro com vencimento em janeiro de 2015 (475.755 contratos) indicava 8,35%, também na máxima e de 8,30% antes. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (225.900 contratos) marcava 8,96%, ante 9,00% na véspera, e o DI para janeiro de 2021 (39.010 contratos) estava em 9,56%, ante 9,60% no ajuste.
Uma informação publicada nesta sexta-feira pelo jornal "O Globo", de que o governo estuda mais desonerações e, se necessário, adotar medidas prudenciais para evitar pressões inflacionárias, também contribuiu para segurar as taxas futuras ao longo de boa parte do dia.
Conforme a reportagem, entre as possibilidades, estariam aumentar o compulsório recolhido por bancos ao BC, apertar o crédito e usar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para regular o consumo.
Em meio a isso, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) ficou em segundo plano. O índice subiu 0,51%, de 0,49% em março e perto do teto das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções (0,38% a 0,53%, com mediana de 0,46%).
No acumulado em 12 meses, ficou em 6,51%, pouco acima do teto da meta (6,50%), de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice de difusão, nos cálculos do Besi Brasil, perdeu força para 68,2% em abril, de 74,2% no mês anterior.